Apagão cibernético: o que se sabe até agora sobre a falha global de TI

Uma falha de software causou estragos em sistemas de computadores em todo o mundo nesta sexta-feira, suspendendo voos, afetando serviços bancários e até tirando emissoras de TV do ar

Equipe InfoMoney

Terminal 1 do Aeroporto Internacional Don Mueang em Bangcoc durante apagão
 19/7/2024    REUTERS/Chalinee Thirasupa
Terminal 1 do Aeroporto Internacional Don Mueang em Bangcoc durante apagão 19/7/2024 REUTERS/Chalinee Thirasupa

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Uma falha de software causou estragos em sistemas de computadores em todo o mundo nesta sexta-feira, suspendendo voos, afetando serviços bancários e até tirando emissoras de TV do ar.

A atualização de um produto da empresa de segurança cibernética CrowdStrike está sendo apontada como o gatilho, afetando clientes que usam o sistema operacional Windows, da Microsoft. A Microsoft disse que o problema já foi corrigido.

George Kurtz, CEO da CrowdStrike, afirmou que a empresa estava “trabalhando ativamente com clientes afetados por um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts do Windows” e que uma correção estava sendo implantada. “Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético”, disse Kurtz.

Confira o que se sabe até agora sobre o apagão:

O que causou a falha?

Os problemas foram causados por um “defeito” em uma “atualização de conteúdo” para o Windows, disse o CEO da Crowdstrike, George Kurtz. “O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implementada”, disse.

Kurtz disse que os problemas não afetaram outros sistemas operacionais, acrescentando: “Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético”.

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As ações da Crowdstrike caíram até 21% nas negociações pré-mercado. A Microsoft também sofreu perdas, assim como as ações de empresas ligadas a viagens e lazer, à medida que os investidores avaliavam a possível interrupção para os turistas.

Funcionários da United Airlines aguardam ao lado de um monitor de partidas exibindo uma tela azul de erro, também conhecida como “Tela Azul da Morte”, dentro do Terminal C no Aeroporto Internacional de Newark, após a United Airlines e outras companhias aéreas cancelarem voos devido a uma interrupção tecnológica em todo o mundo causada por uma atualização do software “Falcon Sensor” da Crowdstrike, que causou a falha nos sistemas Microsoft Windows, em Newark, Nova Jersey, EUA, em 19 de julho de 2024. REUTERS/Bing Guan

Qual é a solução?

Dispositivos pessoais, como seu notebook particular ou celular, provavelmente não foram afetados, já que a falha está impactando principalmente empresas.

A Microsoft está aconselhando os clientes a tentarem o velho método de desligar e ligar novamente seu aparelho.

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A empresa também está orientando os clientes a excluírem um arquivo específico, mas essa correção é destinada a especialistas e profissionais de TI, e não a usuários comuns.

O que é a Crowdstrike?

A Crowdstrike, sediada em Austin, no estado americano do Texas, é uma empresa listada tanto no S&P 500 quanto no Nasdaq. Ela foi fundada há 13 anos e hoje emprega quase 8.500 pessoas.

A empresa de segurança cibernética tem, entre seus principais produtos, uma plataforma chamada CrowdStrike Falcon.

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Desde 2011, o Falcon está presente nos sistemas de governos e grandes corporações, como bancos globais, empresas de saúde e energia, dentre outras.

Por estar presente na Microsoft, um dos principais impactos sofridos foi justamente em dispositivos que operam com Windows ao redor do mundo.

A CrowdStrike também se tornou famosa para o grande público por investigações de ataques de grandes hackers, como a invasão do sistema de computadores da Sony Pictures em 2014.

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Uma mensagem de erro é exibida em uma tela na Disneyland durante as interrupções cibernéticas globais, em Chessy, França, em 19 de julho de 2024, nesta imagem obtida nas redes sociais. @DLPREPORT/via REUTERS ESTA IMAGEM FOI FORNECIDA POR UMA TERCEIRA PARTE. CRÉDITO OBRIGATÓRIO. PROIBIDA A REVENDA. PROIBIDO O ARQUIVAMENTO.

Aeroportos no Brasil foram afetados?

Os problemas foram sentidos com mais intensidade na indústria de viagens aéreas. Ao redor do mundo são mais de 2,3 mil voos cancelados e quase 24 mil voos com atrasos diante das falhas de TI, segundo o FlightAware, plataforma que monitora a situação global do transporte aéreo de pessoas

No Brasil, operações de check-in de algumas companhias aéreas foram impactadas nesta sexta-feira, causando atrasos pontuais em voos, mas sem afetar a operação de pousos e decolagens e o controle de tráfego aéreo do país, segundo afirmou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Empresas aéreas locais pediram que os passageiros verifiquem o andamento de seus voos.

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Gol e Latam informam que não sofreram impacto da pane. A Azul disse que pode haver atrasos pontuais, e o aeroporto de Viracopos, em São Paulo, disse que o apagão prejudicou voos da companhia no terminal.

Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que “monitora a situação e está em contato com os operadores aéreos e aeroportuários para avaliar e minimizar eventuais impactos no setor aéreo”.

Os bancos brasileiros foram afetados?

A maior parte das instituições financeiras afetadas pela pane cibernética global desta sexta-feira já normalizou seus serviços, disse a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Segundo a entidade, alguns sistemas de bancos brasileiros foram atingidos “em diferentes escalas” pela falha, “mas nada que comprometesse a prestação de serviços de forma relevante”.

“A maioria das instituições financeiras brasileiras já normalizou seus serviços e as demais estão em avançado estado de normalização e trabalhando para garantir o funcionamento de seus serviços rapidamente”, afirmou a Febraban.

Os primeiros relatos de problemas surgiram pouco depois das 8h, com o site DownDetector reportando problemas de acesso a serviços dos bancos Bradesco, Banco do Brasil, Neon, Next e Banco Pan.

O Banco Central informou que todos os seus sistemas estão “funcionando normalmente”.

A B3 também informou que nenhum de seus serviços e plataformas de operação foram afetados pela falha técnica.

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