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SÃO PAULO – As ações movidas contra as construtoras e incorporadoras subiram 1.686% desde 2008, passando de 150 para 2.527. De acordo com o levantamento realizado pelo escritório Tapai Advogados, a maioria das reclamações está ligada a atraso na entrega da obra.
Os dados mostram que de 2008 para 2012 houve uma mudança no cenário da construção civil e as empresas que eram consideradas sólidas estão sofrendo com a falta de organização, lançamento e vendas acima da capacidade produtiva.
Para o advogado especialista em direito imobiliário, Marcelo Tapai, o que motiva o número crescente de ações é o comportamento arrojado das construtoras, que aproveitam o aquecimento do mercado imobiliário para lançar imóveis sem controle e planejamento, visando o próprio lucro. “Muitas empresas apostaram na impunidade para transformar o mercado imobiliário brasileiro em um fenômeno de atrasos, promessas descumpridas e consumidores desesperados”, afirma.
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Por outro lado, os consumidores lesados têm buscado na Justiça a reparação dos prejuízos e o Judiciário tem garantido aos compradores indenizações justas.
Mais reclamadas
Entre as empresas analisadas, a campeã de reclamações é a PDG, com 933 ações no período da pesquisa. Em seguida aparecem a Tenda, com 733 ações, e a Gafisa, com 679. Vale destacar que a Gafisa adquiriu a Tenda em 2008, por isso o número de reclamações das duas juntas somam mais de 1.400.
Veja a lista das 15 empresas com mais reclamações:
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Empresa | Reclamações em 2008 | Reclamações em 2009 | Reclamações em 2010 | Reclamações em 2011 | Reclamações em 2012 | Total de reclamações |
---|---|---|---|---|---|---|
Fonte: Tapai Advogados | ||||||
PDG | 12 | 27 | 68 | 244 | 582 | 933 |
Tenda | 53 | 135 | 155 | 191 | 199 | 733 |
Gafisa | 44 | 73 | 157 | 168 | 237 | 679 |
MRV | 11 | 58 | 133 | 92 | 185 | 479 |
Rossi | 0 | 5 | 13 | 84 | 250 | 352 |
Cyrela | 22 | 27 | 63 | 54 | 153 | 319 |
Camargo Correia | 3 | 6 | 5 | 69 | 230 | 313 |
Ecoesfera | 0 | 5 | 49 | 72 | 90 | 216 |
Even | 2 | 2 | 8 | 45 | 141 | 198 |
Tecnisa | 0 | 2 | 1 | 21 | 125 | 149 |
MaxCasa | 0 | 0 | 4 | 35 | 94 | 133 |
Trisul | 1 | 4 | 5 | 61 | 61 | 132 |
CR2 | 1 | 1 | 2 | 11 | 93 | 108 |
Mudar | 1 | 12 | 13 | 18 | 63 | 107 |
Tiner | 0 | 0 | 0 | 0 | 24 | 24 |
Posicionamento
Sobre os dados da pesquisa, a PDG informou em nota que está inteiramente mobilizada para entregar as obras em execução com o intuito de corresponder às expectativas dos seus clientes. Já a Tenda não reconhece as informações divulgadas pelo advogado, já que esse números não refletem a realidade da companhia e esclarece ainda que todos os empreendimentos que estavam em atraso na capital paulista foram entregues em 2012.
A Gafisa também não reconhece os números apresentados pelo advogado, sejam eles relacionados ao atraso de obras ou de qualquer outra natureza. Assim como a Tecnisa, que informou não se manifesta acerca de dados de pesquisas de fontes não oficiais.
A Even respondeu que prefere não se pronunciar pois desconhece a metodologia adotada na pesquisa. A Camargo Correia disse que trabalha pautada pelo compromisso com a qualidade e responsabilidade com seus clientes.
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A Rossi afirmou que sempre atuou de maneira ética e transparente com todos os seus públicos.
A Ecoesfera informou se dedicar para minimizar o impacto do atraso da entrega das obras aos seus clientes e a MRV disse que os índices de reclamação são pequenos se comparados ao número de unidades construídas e que tem se empenhado para solucionar todas demandas que surgem, mantendo um canal de Relacionamento com Clientes à disposição.
Já a CR2, Cyrela, MaxCasa, Mudar, Tiner e Trisul não se manifestaram até o fechamento da reportagem.
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