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A pandemia de Covid-19 trouxe uma nova realidade para as companhias mundo afora: a adoção do trabalho remoto. De acordo com dados da WTW Brasil, antes da crise sanitária, 11% dos trabalhadores realizavam suas funções em casa, no chamado home office. Atualmente, já são cerca de 20% de profissionais nesta modalidade.
Outra pesquisa, do Google Workplace feita em parceria com a consultoria IDC Brasil, mostrou que em 2022, 56% das companhias no Brasil reduziram seus ambientes compartilhados de trabalho e passaram a adotar o modelo híbrido, que se configura por dias de trabalho divididos entre o escritório e casa.
Com mais pessoas usando o ambiente residencial para desenvolver suas atividades profissionais, aumentou também a busca por seguros para proteger equipamentos em caso de algum incidente.
Mesmo com muita gente passando a trabalhar em casa, alguns até buscando morar em cidades próximas de capitais por mais qualidade de vida, dados de mercado mostram que apenas 17% das residências têm seguro.
“A pandemia acelerou o processo de pessoas trabalhando em casa, e o mercado fez adaptações nesses produtos para atender essas necessidades”, comenta Jarbas Medeiros, presidente da comissão de riscos patrimoniais e massificados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).
Medeiros conta que, tradicionalmente, o seguro residencial só garantia a moradia e as atividades inerentes à residência e excluía bens e lugares destinados ao trabalho. “A contratação dessa cobertura [para equipamentos do trabalho] e seguro residencial cresceu bastante porque a casa está sendo mais usada. Foi um aumento de 16% no último ano e, nos últimos 3 anos, cresceu 41%”.
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Além disso, muitas empresas fizeram extensão da garantia para os bens que os trabalhadores levavam para casa. O seguro empresarial – que visa garantir patrimônio da empresa no local da empresa, incêndio, roubo, vendaval, assistência, cobertura de serviços – teve a cobertura ampliada também para a residência dos funcionários. Com isso, houve uma expansão de 8% no último ano e de 27% no acumulado de 3 anos.
Veja também episódio do “Tá Seguro”:
Coberturas
Duas modalidades têm sido usadas para resguardar os equipamentos de quem está trabalhando em casa:
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- o residencial;
- e o empresarial.
“O modelo híbrido de trabalho, aliado às incertezas relacionadas aos fenômenos climáticos e ataques cibernéticos, são novos riscos aos empresários, que precisam ser mitigados. Procuramos atender às novas necessidades dos clientes empresariais considerando a atual conjuntura, a partir da inclusão de novas coberturas e serviços ao desenho do produto”, afirma Emerson Nagata, superintendente de negócios e soluções de produtos de danos da Brasilseg.
“O objetivo é resguardar a sustentabilidade dos negócios, permitindo um rápido restabelecimento das operações em caso de imprevistos, sem que se tenha um comprometimento no fluxo de caixa da empresa”, complementa o executivo.
De olho no crescimento deste segmento, a BB Seguros lançou recentemente duas novas coberturas. A primeira é a home office, que garante os prejuízos aos bens do estabelecimento segurado que sejam utilizados por funcionários em regime de trabalho remoto.
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A outra é a de delivery, que minimiza danos sofridos pelas mercadorias durante o processo de entrega, benéfica especialmente às prestadoras de serviços de alimentação, que passaram a ser muito demandadas nesta nova circunstância laboral.
A Tokio Marine lançou, em fevereiro de 2020, o seguro residencial misto empreendedor. Modalidade do seguro residencial indicada para empreendedores e profissionais autônomos, como arquitetos, advogados ou outros prestadores de serviços. Para esse tipo de contratação, é necessário que o imóvel seja próprio e utilizado para moradia e como local de trabalho, e que os ambientes sejam integrados.
Segundo André Moreno, diretor regional SP Centro Norte, da Rede Lojacorr (rede de corretoras independentes), no geral, a regra é: “se os equipamentos utilizados nas atividades da empresa ou pessoa estão sujeitos a qualquer tipo de risco, a contratação do seguro ‘Riscos Diversos Equipamentos (RD Equipamentos)’ é fundamental”, explica.
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De acordo com dados divulgados pela empresa, esse tipo de seguro cresceu 57% entre 2021 e 2022, amparado no fato de que é um tipo de proteção capaz de resguardar prejuízos inesperados ocorridos por danos, como:
- incêndios ou explosões;
- danos elétricos;
- colisões;
- tombamentos;
- roubos ou furtos;
- e outros riscos que o equipamento em questão está sujeito.
O que não pode ficar de fora
A cobertura principal e mais impactante é para incêndio, sendo, inclusive, obrigatória. “Incêndio, roubo [principalmente em quem mora em casa], danos elétricos e vendaval, para quem está no sul ou em região que venta muito como São Paulo e Minas Gerais; responsabilidade civil e cobertura de home office, que é feita à parte”, ensina Medeiros.
Além disso, Medeiros destaca que ter uma boa assistência também é fundamental, porque há casos em não chegam a ter um sinistro, mas ocorre a queima de um bem e a seguradora também faz o conserto. Ele lembra ainda que dentro da responsabilidade civil, se um pet morde uma pessoa e ela fica hospitalizada, tem cobertura, por exemplo.
“Todos os planos [lançados pela BB Seguros] contam com coberturas para incêndio, queda de raio, explosão e fumaça, danos elétricos, perda ou pagamento de aluguel, responsabilidade civil de estabelecimento e despesas fixas. Em cada plano, há coberturas adicionais específicas, como vendaval e granizo”, explica Nagata.
Medeiros reforça a importância de ter a cobertura contra raios e lembra que o Brasil lidera ranking de países com maior incidência de raios, com mais de 70 milhões de descargas elétricas registradas.
De acordo com o Luiz Longobardi Junior, diretor de mercado e distribuição (CCO) da Rede Lojacorr, os seguros de RD Equipamentos ganharam um grau maior de importância e visibilidade. “Foram ficando mais personalizados, mais focados na necessidade específica do uso daquele item, incluindo coberturas flexíveis e tendências de mercado”, explica.
Com mais pessoas trabalhando em casa e sem todo o aparato de segurança que se tem nas empresas, é fundamental também as corporações ficarem atentas às proteções digitais. Vazamento de dados pode levar a multa de até 2% do faturamento da empresa, limitada, no total, a R$ 50 milhões, por infração, conforme prevê a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Quanto custa
O valor da apólice varia segundo alguns requisitos:
- se é casa ou apartamento;
- onde está localizada a moradia;
- e qual será o tamanho da contratação.
Segundo os especilistas consultados, em média, o seguro residencial com home office custa cerca de R$ 600 por ano.
“As pessoas costumam calcular o valor do seguro residencial com base no que é pago no seguro do carro e avalia que se a casa custa quatro vezes mais do que o automóvel, o valor do seguro será proporcional, mas não é bem assim”, diz Nagata, ao afirmar que a seguradora tem opções residenciais para pessoa física a partir de R$ 202,90, ou seja, R$ 16,90 por mês, considerando um apartamento pequeno em São Paulo.
Vale lembrar que o cliente pode fazer customizações na cobertura, e isso aumenta o custo do seguro. Já o custo para o seguro empresarial fica na faixa de R$ 1.000.
Na Tokio Marine, o prêmio [valor pago pelo segurado] desse seguro, varia entre R$ 500 e R$ 600 anuais, ou seja, mensalidades em torno de R$ 50. A companhia oferece, ainda, a possibilidade de contratos plurianuais, que podem chegar a cinco anos de proteção, com facilidade no pagamento e parcelamento em até 36 vezes sem juros.