61,4% dos brasileiros usam Pix, que já soma 7 bilhões de transações; versão internacional está nos planos

São mais de 348 milhões de chaves cadastradas no sistema e cerca de 105,2 milhões de pessoas físicas utilizando o recurso

Giovanna Sutto

SÃO PAULO — O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, completa um ano de vida nesta terça-feira (16). Diante da data, o Banco Central promoveu um evento online para mostrar os avanços promovidos pelo recurso, que caiu no gosto do brasileiro.

Além disso, o BC também ressaltou as novas ferramentas que vão ser incluídas ao sistema daqui para frente, como a chegada do Pix Saque e do Pix agendado no próximo dia 29, o Pix Internacional e a transformação do Pix nos iniciadores do pagamentos se unindo ao ecossistema do Open Banking no Brasil.

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Balanço do Pix

Entre novembro de 2020 e outubro de 2021 foram 7 bilhões de transações, que juntas somam cerca de R$ 4 trilhões.

Somente em outubro, foram 1,2 bilhão de transações, que movimentaram pouco mais de R$ 580 milhões. Os dados de novembro ainda não foram compilados, mas o BC já adiantou que o dia 5 de novembro bateu recorde de transações em um único dia: pouco mais de 50 milhões.

Ainda, também até outubro são mais de 348 milhões de chaves cadastradas no sistema do Pix e cerca de 105,2 milhões de pessoas físicas utilizando o recurso – o número representa 61,4% da população.

Por parte das empresas, 7,9 milhões de companhias já usaram Pix para pagar ou receber valores, o que representa cerca de 54,6% do total de empresas que possuem relacionamento com o Sistema Financeiro Nacional, segundo o BC.

Ao observar os tipos de chaves cadastradas a maioria corresponde às chaves aleatórias, seguida por CPF, celular, email e, por fim, os CNPJs.

Em termos de impacto do Pix no sistema financeiro, João Manoel Pinhho de Melo, diretor do BC, ressaltou a entrada de 87 novas insituições no sistema desde novembro do ano passado, além da variedade de empresas que adotaram o sistema: há fintechs, bancos tradicionais, banco digitais, cooperativas e instituições de pagamento.

“Praticamente todas as instituições que detém contas transacionais – de pagamentos, conta corrente e poupança – estão no Pix”, disse.

Ele também destacou como a participação dos grandes bancos diminui em transações via Pix na comparação com outros meios de pagamentos.

“A concentração dos grandes bancos em quantidade de transações cai de 68,1% para 61,4%, uma  diferença estrondosa diante do processo que estamos enfrentando. Em volume também vemos a diferença: caiu de 87% para 75,7% a participação dos bancos. Do outro lado, em ambos os gráficos vemos aumento das instituições de pagamentos e cooperativas, o que mostra que em termos de competição estamos no caminho certo”, avalia Pinho de Melo.

Veja o gráfico que o BC compartilhou: 

Além disso, o BC também mostrou que 60% das transações via Pix são de valores que vão até R$ 100. “O Pix é usado para fazer pequenas transações, o que mostra o caráter inclusivo do Pix”, disse Pinho de Melo.

Outro dado divulgado tem relação com o perfil do consumidor: o Pix é mais usado por jovens de 20 a 29 ano (34%), seguido por pessoas entre 30 e 39 anos (31%) e entre 40 e 48 anos (18%).

Adoção Pix

Pinho de Melo também destacou como o Brasil foi rápido na adoção do Pix, na comparação com outros nove países que também possuem sisteamde pagamentos instantâneos.

“Considerando o primeiro ano de uso, o Brasil é disparado o que tem mais transações por habitantes. São 30 operações por pessoa. Até então, o país que tinha o melhor resultado em um ano era o Chile, com nove transações por habitante. Em números absolutos, apenas Dinamarca e Suécia tem mais transações por habitantes que o Brasil, e por lá seus respectivos sistemas instantâneos funcionam há cinco e sete anos, respectivamente”, disse.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, fez uma declaração durante o evento e ressaltou a preferência dos brasileiros pelo recurso.

“O Brasil teve a adoção de meios de pagamento instantâneo mais rápida no mundo quando consideramos o número de transações per capita. O Pix já supera TED, DOC, cheque, boleto cartão pré-pago e débito direto, ficando apenas atrás de convênios de arrecadação [pagamentos de contas de água e luz, por exemplo], cartão de crédito e débito”, disse.

Confira a evolução do Brasil na adoção: 

Pix internacional e outras novidades

Além do Pix Saque e Pix troco, com data de estreia já marcada para 29  de novembro, Pinho de Melo contou que também está nos planos de implementação o Píx internacional.

Para um futuro breve, os consumidores poderão fazer Pix em compras internacionais, bem como os varejistas receberem do exterior. Ainda não há data marcada para a nova funcionalidade.

Além disso, o Pix nos iniciadores de pagamentos também já está liberado e deve ganhar volume nos próximos meses. Saiba mais sobre a integração entre Pix e Open Banking aqui.

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Giovanna Sutto

Responsável pelas estratégias de distribuição de conteúdo no site. Jornalista com 7 anos de experiência em diversas coberturas como finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira.