13º salário: Entenda a recomendação de investir a 2º parcela em previdência privada

Junto ao aumento da longevidade do brasileiro, produto tem benefícios tributários e patrimoniais

Janize Colaço

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A segunda parcela do 13º salário será paga até o dia 20, e muitos brasileiros se veem diante de uma escolha importante: gastar, quitar dívidas, reforçar a reserva de emergência ou investir. Entre as recomendações de educadores financeiros, está a aplicação dessa renda extra em um produto de longo prazo, como a previdência privada.

Afinal, essa seria uma forma de garantir um futuro financeiro mais seguro e colher benefícios fiscais imediatos. Segundo os especialistas ouvidos pelo InfoMoney, essa decisão não apenas amplia a capacidade de poupança a longo prazo, como pode ser usada como uma ferramenta para garantir uma maior qualidade de vida na hora da aposentadoria, além de vantagens em termos de sucessão patrimonial.

Mas ainda que a segunda parcela do 13º salário seja menor do que a primeira, devido às deduções do imposto de renda e mesmo da previdência social, por meio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), é possível encontrar planos para todos os bolsos: no mercado, existem planos que começam com aportes mensais de R$ 100, sem taxas iniciais. 

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Cássia Yamada, superintendente comercial da Brasilprev, explica que mesmo com renda limitada, o indicado é que as pessoas comecem, desde já, a poupar mensalmente, mesmo que pequenos valores. Para ela, o hábito fará diferença no futuro, especialmente em termos de segurança financeira.

“Pessoas de diferentes faixas de renda podem começar a construir seu complemento ao INSS. Isso é fundamental para incentivar a cultura de planejamento financeiro no Brasil, gerando uma sociedade economicamente mais sustentável, e prezando por uma distribuição de renda com mais qualidade e mais justa.”

— Cássia Yamada, superintendente comercial da Brasilprev

Benefícios fiscais e sem ‘come-cotas’

No entanto, a recomendação de usar especificamente o 13º na previdência privada tem também um viés fiscal. Quem optar pelo Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) terá um dedução de até 12% do valor investido sob a renda bruta anual tributável. Isso reduz o valor do imposto de renda a pagar ou pode aumentar a restituição — uma vantagem para os profissionais que declaram pelo modelo completo. 

Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP®  e especialista em finanças comportamentais, ainda reforça que a previdência privada é um produto flexível, que pode ser usada tanto para aposentadoria quanto para outros objetivos de longo prazo. “Pode ser até para um filho pequeno, pensando na faculdade futuramente”, exemplifica. Fora a portabilidade entre fundos, possibilitando ajustar a estratégia conforme o cenário econômico, sem a incidência de impostos na troca.

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Outro ponto de destaque é a ausência do “come-cotas”, imposto semestral dos fundos de investimento convencionais. “Garante uma economia de até 10% ao longo do tempo”, explica Cássia Yamada. Segundo ela, essa característica torna a previdência privada uma opção interessante para quem deseja maximizar os rendimentos sem a perda constante de parte do patrimônio para tributos.

Patzlaff reforça que essa flexibilidade é uma vantagem para todos os perfis de investidores. “Com a portabilidade, você pode trocar de fundo sem precisar resgatar — o que facilita a adaptação às mudanças econômicas, e evita custos tributários imediatos.”

Além disso, ao contrário de outros investimentos, a previdência privada pode ser usada como um instrumento no planejamento sucessório. “Permite a transmissão de recursos aos beneficiários de maneira mais rápida e sem a necessidade de inventário”, aponta Cassius Leal, fundador e CEO da Advys Contabilidade.

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Junto aos benefícios tributários e patrimoniais, os especialistas apontam que existe a possibilidade de diversificar a carteira dentro da previdência privada é outro atrativo. Yamada diz que, na Brasilprev, é possível encontrar produtos com até 30 fundos diferentes em uma única carteira. “As opções variam conforme o perfil do investidor.”

Nunca é tarde (e nem cedo) para começar a investir na previdência

De acordo com a Tábua de Mortalidade, do IBGE, uma pessoa nascida no passado tinha expectativa de viver, em média, até os 76,4 anos. O número representa um acréscimo de 11,3 meses em relação ao ano anterior, e a tendência é de que a longevidade continue a avançar.

Para a superintendente comercial da Brasilprev, conscientizar sobre a importância da previdência complementar é um desafio para todas as gerações de brasileiros, dos jovens que estão entrando no mercado de trabalho, que acreditam ser cedo para pensar no assunto, quanto aos profissionais acima dos 40 e 50 anos que, ao contrário, acreditam que não há mais tempo de investir.

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“Com o aumento da longevidade, nunca é tarde para começar a poupar”, afirma Cássia Yamada. Ela lembra que nem sempre o benefício do INSS é capaz de manter o mesmo padrão de renda, reduzindo a qualidade de vida de muitos aposentados. “Todos devem pensar nisso, especialmente com a necessidade, cada vez maior, de se planejar para esse momento.”

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