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SÃO PAULO – É inegável que a Yellow virou febre entre os paulistanos desde que começou a operar na capital, no início de agosto. Nas duas primeiras semanas de operação, a empresa já registrava mais de 40 mil corridas na cidade, que contava com menos de 500 bicicletas em circulação.
Ela se difere das demais empresas de compartilhamento de bikes por não ter estações físicas onde devem ser estacionadas – ou seja: depois de finalizar a corrida, os usuários podem deixa-las em qualquer lugar público, seja na porta de prédios ou calçadas, para que outros possam utilizá-la.
Mesmo com as diversas medidas de segurança que a Yellow toma para que este modelo não falhe, não demorou para que alguns casos de vandalismo, roubo e depreciação fossem registrados e imagens deles, divulgadas na internet. Algumas bicicletas chegaram até mesmo a ser anunciadas pra venda em sites como a OLX.
Mas isso não é motivo de preocupação para a Yellow: não somente a empresa trata esses casos como exceções, mas também pretende replicar o modelo “sem estações” para patinetes elétricas, já em testes na capital.
Em entrevista para o InfoMoney, Luiz Marques, diretor de comunicações da Yellow, comentou que inicialmente, nesta primeira fase de operações, as estações físicas são necessárias por não existir um modelo específico de regulamentação da prefeitura paulistana para patinetes elétricas.
No momento, há somente uma operando, no edifício Patio Malzoni, localizado na Avenida Faria Lima. Até o final de setembro, serão vinte estações espalhadas pela cidade. A expectativa, claro, é de que as patinetes também circulem livremente eventualmente, mas a Yellow ainda não tem uma previsão de quando isso acontecerá.
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Modelo é parecido
Hoje são somente 40 patinetes com modelo parecido com o das bikes, com exceção da ausência de estações físicas. O preço é mais alto que o das bicicletas: cada 5 minutos de uso custa R$ 1. Para usá-lo, é necessário ter o aplicativo para destravar o cadeado usando o QR code.
É de se imaginar que, em uma patinete, tal dispositivo e modelo não garanta a segurança 100%, mas não é o que diz a empresa. “É uma patinete elétrica e o motor dele só é acionado quando o usuário destrava o cadeado com o aplicativo. Até dá pra andar com a patinete sem o motor, mas ela é muito pesada e é inviável fazer isso por muito tempo”, disse Luiz.
Não é tão fácil
Essa operação, entretanto, conta com alguns desafios a mais. Primeiro, o fato de que não existe uma regulação da prefeitura para o compartilhamento de patinetes elétricas, tal como existe para bicicletas. Segundo, o planejamento para garantir que todas as patinetes em circulação tenham bateria, o que exige um esforço para carrega-las diariamente – até mesmo mais de uma vez ao dia, se necessário.
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A Yellow também não é a única empresa em São Paulo com a proposta de compartilhar patinetes elétricas: a Ride e a Scoo são algumas das concorrentes que operam com modelo parecido na capital. Ambas ainda estão no início das operações na cidade.
“Estamos trabalhando devagar nessa operação porque optamos por, antes de tudo, conversar com a prefeitura sobre a regularização”, disse Luiz. “No longo prazo nosso objetivo é dar essas duas opções pro usuário, a bike e o patinete, pra ele usar o que lhe for mais conveniente em determinado momento”, finalizou.