XP (XPBR31): UBS BB e BTG mantêm compra para ações após resultados do 4º trimestre

Apesar dos juros mais altos, a XP Inc. registrou alta de 16% no lucro no 4º trimestre

Felipe Moreira

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A XP Inc. (BDR: XPBR31) divulgou seus resultados do 4T24 após o fechamento do mercado, que vieram muito próximos das estimativas do BTG, UBS BB e do consenso de mercado. Os dois bancos possuem recomendação equivalente à compra para os ativos negociados na Nasdaq. A receita líquida da XP atingiu R$ 4,49 bilhões, crescimento anual de 11%, e o lucro líquido foi de R$ 1,21 bilhão, alta anual de 16%, 1% acima das projeções do mercado. 

O lucro antes das taxas (EBT, na sigla em inglês) do quarto trimestre foi de R$ 1,289 bilhão, com aumento de 30% em relação a um ano antes. A margem EBT avançou mais 4 pontos percentuais na mesma base de comparação, para 28,7%. No ano fechado, o EBT da XP foi de R$ 4,974 bilhões, com alta de 26% e margem de 29,1%.

O retorno sobre patrimônio líquido ajustado (ROAE, na sigla em inglês) e calculado de acordo com os padrões contábeis dos Estados Unidos – visto que a companhia é listada em Nova York – foi de 23,4%, com crescimento anual de 2,3 pontos percentuais.

Já a captação líquida do varejo totalizou R$ 20 bilhões no trimestre, o que parece ser um “novo normal”, enquanto a renda fixa continuou ganhando participação no total receita — tendência que o CEO Thiago Maffra espera que continue em 2025, conforme destacado em sua carta aos acionistas, divulgada junto com os resultados.

O lucro líquido consolidado de 2024 foi de R$ 4,54 bilhões, alta de 17% a/a, ou +19% em termos de LPA, impulsionado pelo programa de recompra ao longo do ano, enquanto o payout total (dividendos + recompra) foi de 74% em 2024.

Guidance

Além de reforçar seu compromisso com o guidance para 2026, durante a apresentação, Maffra destacou que a XP deve crescer a receita líquida acima de 10% em 2025, apesar de uma desaceleração na atividade de DCM (mercado de crédito), que atingiu níveis recordes em 2024.

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O executivo vê a XP como uma potência em renda fixa e ressaltou seu modelo de negócios “resiliente a diferentes cenários”.  Após retornar aproximadamente R$ 10 bilhões aos acionistas nos últimos três anos (21% do valor de mercado atual), a XP também se comprometeu com um payout acima de 50% em 2026 e 2027.

O BTG aponta que embora o valuation ainda esteja longe de ser considerado “exigente”, entregar um crescimento de receita líquida superior a 10% em 2025 será cada vez mais crucial para que a valorização do papel continue.

O UBS BB reitera recomendação de compra com preço-alvo de US$ 16 para os ativos, ressaltando que a ação da XP é negociada com uma avaliação atraente, a 9,7 vezes o múltiplo de preço sobre lucro esperado para 2025, versus 19,3 vezes da Charles Schwab ou 19,1 vezes da Fineco.