XP (XPBR31) lucra R$ 977 mi no 2º trimestre, melhora margens e cresce 100% na receita de cartões

Margem de lucro antes de impostos (Ebt) subiu na comparação trimestral e anual, alcançando 27,3%

Lara Rizério

XP Inc. (Reprodução: Youtube)
XP Inc. (Reprodução: Youtube)

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A XP Inc. (XPBR31) registrou lucro líquido de R$ 977 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), 23% acima do primeiro trimestre (1T23) e 7% superior na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (2T22).

O Ebt (lucro antes de impostos) alcançou R$ 968 milhões, aumento de 12% na base anual e de 19% frente os primeiros três meses de 2023.

Assim, a margem Ebt avançou para 27,3% no segundo trimestre, 2 pontos percentuais (p.p.) na comparação anual e de 1,23 p.p. frente ao período entre janeiro e março deste ano – e em linha com o guidance (projeção) de 26% a 32% ao ano entre 2023 e 2025.

Enquanto a receita líquida subiu 13% na comparação trimestral e 3% na anual, para R$ 3,55 bilhões no segundo trimestre, a receita bruta totalizou R$ 3,728 bilhões, 12% acima da verificada no primeiro trimestre e 3% a mais do que no 2T22.

O número foi puxado pelo varejo, carro-chefe da casa, que gerou R$ 2,89 bilhões – ou cerca de 78% da receita bruta total. O avanço foi de 8% na comparação anual e de 13% na trimestral.

Duas linhas de receita se destacaram no segmento de varejo. De um lado, a representatividade de novas verticais de receitas alcançou valor recorde. Cartões, previdência, crédito e seguros tiveram um crescimento conjunto de 9% na comparação trimestral e de 54% na anual, sendo responsáveis por quase R$ 400 milhões na receita bruta do segundo trimestre do ano.

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Só no segmento de cartões, a receita dobrou ano contra ano, alcançando R$ 232 milhões no 2T23. A vertical de seguros subiu 57% na mesma janela, para R$ 36 milhões.

O segundo eixo de crescimento se deveu à recuperação do segmento de renda fixa. A receita gerada por ele avançou 74% na comparação com o 1T23, passando de R$ 332 milhões para R$ 578 milhões. Em relação ao 2T22, houve uma estabilização, frente aos R$ 580 milhões de então.

O movimento se seguiu à recuperação dos volumes no mercado de crédito privado, após um primeiro trimestre “travado” devido aos problemas de solvência de empresas como a Americanas (AMER3), que pediu recuperação judicial em janeiro deste ano, e a Light (LIGT3), que acabou seguindo o mesmo caminho em maio.

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Enquanto isso, a receita do segmento de renda variável somou R$ 1,064 bilhão, praticamente estável tanto na comparação trimestral quanto anual, em meio um cenário macroeconômico de juros ainda muito elevados. Depois de ter chegado aos 13,75% ao ano em agosto de 2022, a taxa Selic só começou a ser reduzida pelo Banco Central no trimestre atual, com um primeiro corte – para 13,25% ao ano – no início de agosto.

A receita da plataforma de fundos, por sua vez, teve avanço de 9% na comparação com o 1T23, para R$ 341 milhões, mas ainda registra queda de 14% ante o 2T22.

Segundo Thiago Maffra, CEO da XP Inc., foi um trimestre “consistente”, com recordes quebrados e resiliência no negócio, apesar do cenário macroeconômico. “Novas verticais seguem amadurecendo e já entregam resultados robustos, representando 11% da nossa receita bruta, contra 7% no ano passado”, destacou. “Com os bons ventos soprando a favor, estamos preparados para acelerar ainda mais o nosso crescimento”.

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Controle de custos

Após um ajuste de pessoal realizado entre o fim de 2022 e o início deste ano, as despesas administrativas gerais da XP totalizaram R$ 1,2 bilhão no 2T23. O crescimento foi de 20% frente o 1T23, mas houve queda de 15% na comparação com o 2T22. O resultado veio em linha com o guidance anual de R$ 5,0 a 5,5 bilhões para 2023.

O aumento ocorreu principalmente em função de bônus, em linha com a melhora na atividade de mercado de capitais no segundo trimestre; de compensação baseada em ações, que retornou a patamares anteriores ao 1T23, quando houve um impacto não recorrente devido à redução do número de funcionários; e de despesas com marketing, que tendem a ser sazonais.

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“Passamos por um processo de controle de custos e aumento de eficiência, e estamos começando a colher os resultados – vide a ampliação nas margens e o aumento na rentabilidade”, disse Bruno Constantino, sócio e CFO da XP Inc.

Ao final de junho de 2023, o grupo contava com mais de R$ 1 trilhão em ativos de clientes, 21% acima do 2T22, e 6.002 colaboradores, 5% a menos na mesma base de comparação.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.