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Um relatório recém-divulgado pelos analistas do BTG Pactual indicou que a casa está otimista com o desempenho da XP Inc (BDR: XPBR31), inclusive impulsionando a alta de 2,68% da ação nesta segunda-feira (14). A impressão positiva foi reforçada após conversas recentes com o CFO Victor Mansur e com o CEO Thiago Maffra.
“Após esses pontos de contato recentes com a equipe de gestão, reafirmamos nossa visão discutida em nosso último relatório (que fala sobre um macro mais fraco com alta de juros, mas um micro melhor para o grupo): que a empresa está muito mais madura, focando, em nossa opinião, nos KPIs (Indicadores-Chave de Desempenho) certos”, apontam os analistas do banco.
Dividendos foram um tema recorrente nessas essas conversas. Quando perguntado sobre alocação de capital, Maffra foi claro que pode-se esperar um payout ratio (porcentagem de lucro pago em proventos), na forma de dividendos e recompras, acima de 50% de 2024 a 2026.
Em 2024, a XP já retornou quase R$ 1,3 bilhão aos acionistas (ou 58% do lucro líquido do 1S24), então, diz o BTG, pode-se esperar pelo menos R$ 1 bilhão (43% do lucro líquido estimado do 2S24) até o final do ano. “A empresa está profundamente focada em melhorar o ROE (retorno sobre o patrimônio) buscando maior eficiência operacional e de capital”, destaca o BTG.
Nesse sentido, o CEO mencionou que houve uma interrupção do crescimento do crédito em certas áreas específicas, focando em segmentos mais rentáveis.
Ele reiterou que a XP continua focada em investimentos como seu core business (negócio principal), sem intenção de se tornar um banco de varejo.
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Sobre os indicadores de desempenho, os analistas do BTG acreditam que os resultados de curto prazo devem se beneficiar dessas melhorias e vir melhor do que as expectativas de consenso (o consenso de mercado e o próprio BTG projetam R$ 1,2 bilhão em lucro líquido para o 3T24).
“Assim, reforçamos nossa perspectiva positiva sobre as ações, apesar do aumento das taxas de juros criando um momento desfavorável para a XP. Durante nossa conversa, Victor Mansur enfatizou a importância da reorganização feita, colocando o banco no topo da organização, que costumava ser liderada pela corretora”, aponta o BTG.
Isso permitiu que a XP emitisse capital Nível 1 e Nível 2 (os chamados instrumentos de capital que podem absorver perdas durante o funcionamento do banco), alavancasse mais e, finalmente, reduzisse seu custo de capital em cerca de 40%.
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O foco é entregar o guidance de Ebt (lucro antes de impostos) para 2026, que no ponto médio (R$ 7,5 bilhões) implica um lucro de quase R$ 6,5 bilhões (9% acima do consenso em Wall Street). Há uma grande confiança e conforto em fornecer este guidance, mesmo que não haja melhoria macro, aponta o banco.
“Números serão revisados para cima“
“Acreditamos que as expectativas para a empresa estão atualmente muito baixas e que os números serão revisados para cima, mesmo em um ambiente macro onde tudo parece indicar o contrário. Se isso for verdade, achamos que o XP está sendo negociado mais perto de 9 vezes o P/L [múltiplo de preço sobre lucro] no que poderia ser o pior ponto do ciclo (ou pelo menos perto disso)”, avalia o BTG.
Assim, se o micro realmente melhorar e o XP gerar tais resultados mesmo com uma Selic mais alta, “então acreditamos que há espaço para um grande rali se/quando o macro melhorar”, conclui o banco. A recomendação é de compra com preço-alvo de US$ 24 para a ação negociada na Nasdaq, ou potencial de alta de 33% frente o fechamento desta segunda-feira (14).