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Em meio a uma economia em desaceleração, ao que chama de “cenário macro desafiador”, a XP Investimentos revisou em relatório sua cobertura do setor de transporte. A preferência se mantém no segmento de infraestrutura, com a Rumo (RAIL3) como principal escolha, uma visão mais positiva sobre a Hidrovias do Brasil (HBSA3) e um olhar atento às movimentações da CCR (CCRO3).
No setor de locação, apesar dos baixos valuations (avaliações de mercado), a recomendação é de prudência, com a Localiza (RENT3) como nome de referência. Já as companhias aéreas seguem sob avaliação cuidadosa, principalmente devido ao risco de diluição do patrimônio da Azul (AZUL4).
A equipe de macroeconomia da XP projeta um crescimento menor do PIB (Produto Interno Bruto) para os próximos anos, com estimativas de 3,4% em 2024, 2,0% neste ano e 1,0% em 2026. O desempenho econômico no fim de 2024 já mostrou sinais de fraqueza por causa do efeito de inflação elevada e condições financeiras restritivas.
Para os próximos meses, os analistas dizem que a expectativa é de um aperto monetário contínuo, com a Selic (taxa básica de juros) podendo alcançar 15,5% no segundo trimestre deste ano. O câmbio segue pressionado, com projeção do real entre R$ 6 e R$ 6,20 por dólar em 2025 e 2026.
Entre as empresas analisadas, a Rumo se mantém como principal aposta, com estimativas de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no topo do guidance (projeção) da companhia, variando entre R$ 8,1 bilhões e R$ 8,7 bilhões. A projeção considera uma perspectiva favorável para a safra, aumento nos volumes transportados e estratégias para reduzir riscos operacionais ao longo do ano.
A Hidrovias do Brasil passa a ser vista com mais otimismo após a forte queda das ações. A XP espera uma recuperação operacional ao longo deste ano e uma melhora na estrutura financeira da empresa. O aumento de capital recente é interpretado como um movimento para reequilibrar o balanço, o que pode destravar valor no longo prazo.
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A CCR também entrou no radar, impulsionada pelo plano de venda de ativos, que pode gerar caixa e fortalecer a estratégia da companhia. Outros fatores como participação em novos projetos, o encerramento da concessão de Barcas, controle sobre investimentos e valuation atraente reforçam a visão positiva sobre a empresa.
No segmento de locação, a XP mantém a Localiza como preferência, mas a incerteza em relação às projeções de lucro segue como um fator de atenção. O ciclo econômico mais fraco e os preços dos veículos ainda são pontos que podem pressionar os resultados da empresa.
Para o setor aéreo, a análise segue conservadora, apesar dos esforços da Azul na renegociação de sua dívida. A possibilidade de diluição do patrimônio da empresa se mantém como um fator de risco relevante, limitando perspectivas mais otimistas no curto prazo.
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Confira as revisões para o setor de transporte:
