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Conteúdo XP
Apesar do Banco do Brasil (BBAS3) apresentar lucro no terceiro trimestre de 2024 (3T24) em linha com as projeções, o resultado foi considerado pelos analistas de mercado como preocupante devido à inadimplência prevista.
Rafael Nobre, analista do setor financeiro da XP, participou do Morning Call da XP nesta quinta (14) e destacou que a deterioração do cenário do agronegócio contribuiu para impactar negativamente no balanço do BB.
“A inadimplência acabou subindo e o Banco do Brasil teve que reforçar o nível de provisionamento”, disse. “E, por consequência, ele revisou pela segunda vez consecutiva seu guidance de provisionamento para o ano”, complementou.
Pressão no lucro
No segundo trimestre desse ano, o BB havia estimado uma Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) entre R$ 31 bilhões e R$ 34 bilhões para 2024. Agora, passou para entre R$ 34 bilhões e R$ 37 bilhões.
“Isso deve pressionar o lucro para 2024”, disse o analista da XP. “Esse impacto do provisionamento teria sido ainda maior sem a notável redução que a gente viu na alíquota efetiva de imposto de renda, que caiu de 17,9% no segundo trimestre para 4,1% no terceiro trimestre”, afirmou.
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“Com o resultado dessa redução de alíquota alinhada a um nível de provisionamento maior, o lucro líquido do banco permaneceu flat sequencialmente em R$ 8,9 bilhões”, disse. O lucro líquido ficou 0,5% maior do que o segundo trimestre e 6,2% na comparação anual.
“O ROAE anualizado veio em 21%, um patamar ainda saudável”, pontuou.
“Embora com desempenho negativo no segmento de agronegócio tenha sido de certa forma telegrafado pelo mercado, a revisão do guidance foi bem expressiva e deve impactar o lucro líquido para o ano”, comentou.
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Nobre disse que a XP mantém o Banco do Brasil com recomendação de compra. “Mesmo com o cenário de deterioração para o BB, o nível de precificação segue bem descontado”, afirmou. O preço-alvo da XP para o Banco do Brasil é de R$ 36,50/ação.