XP inicia cobertura para BDR do Nubank (NUBR33) com recomendação neutra e coloca Inter (INBR32) como top pick entre fintechs

Para analistas, ambiente favorável para formação de novos concorrentes já passou e o atual cenário macro deve levar nomes bem estruturados e mais dominantes

Equipe InfoMoney

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A XP iniciou cobertura para os BDRs (recibo de ações estrangeiras negociados na B3) do Nubank (NUBR33) e do Inter&Co (INBR32), além de retomar a a cobertura para o Méliuz (CASH3).

“Ainda vemos espaço para o crescimento contínuo das fintechs e neobanks nos próximos anos, mas também esperamos alguma consolidação no setor. A nosso ver, o ambiente favorável para a formação de novos concorrentes (principalmente juros baixos e crescimento econômico robusto) já passou e o atual cenário macro desafiador deve levar nomes bem estruturados e mais dominantes, como os abordados neste relatório, a fortalecer sua liderança entre os recém-chegados”, apontam os analistas Renan Manda e Matheus Guimarães, que assinam o relatório.

Nesse contexto, os analistas colocaram Inter & Co como a sua top pick entre os neobanks & fintechs devido à combinação de sua robusta perspectiva de crescimento com melhoria da rentabilidade e valuation atrativo da ação. Já Nubank foi iniciada com recomendação neutra.

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Para Manda e Guimarães, o Inter está bem posicionado para continuar consolidando sua posição como um dos neobanks mais dominantes no Brasil, em grande parte devido ao seu extenso portfólio de serviços e produtos e sua sólida perspectiva de crescimento para os próximos anos.

“Isso deve permitir que a empresa melhore gradativamente a rentabilidade de suas operações daqui para frente, à medida que sua base de clientes (e sua monetização) amadureça”, apontam. Os analistas também veem o valuation atual da ação como atraente, a um múltiplo de 0,5 vez o preço sobre o valor patrimonial (P/VP) esperado para 2023 e não capturando totalmente seu valor potencial, o que levou ao início de cobertura com uma visão construtiva para a ação.​ O preço-alvo para 2023 para o BDR é de R$ 18, o que configura um potencial de valorização de 88,5% em relação ao fechamento da véspera.

Já a recomendação para o BDR do Nubank é neutra, com preço-alvo de R$ 4 para 2023, ou um upside de 21% frente o último fechamento.

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Os analistas do banco destacam que, na última década, o Nubank rapidamente se tornou uma das maiores instituições financeiras do Brasil e recentemente começou a expandir suas operações para outros países latino-americanos.

Paralelamente, a empresa continua amadurecendo e aprimorando seus produtos, o que deve abrir caminho para a melhoria de resultados e rentabilidade daqui para frente.

“Dito isso, embora tenhamos uma visão positiva de suas operações daqui para frente, vemos o valuation caro da ação atualmente precificando a maior parte de seu valor potencial (3,7 vezes o  P/VP esperado para 2023)”, avaliam. Assim, como resultado, iniciaram a cobertura da Nu com uma visão conservadora da ação em termos de valuation. ​

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Por fim, para Méliuz (CASH3), a recomendação é de compra com preço-Alvo de R$ 2 para 2023, ou um potencial de valorização de 64% frente o fechamento de ontem.

“Acreditamos que o Méliuz manterá seu sólido crescimento nos próximos anos, ao mesmo tempo em que adota uma abordagem cuidadosa e frugal para as oportunidades de M&A (fusões e aquisições), apesar da robusta liquidez em seu balanço”, apontam.

Além disso, a considerável queda do preço de suas ações nos últimos meses levou os analistas a observarem uma assimetria positiva de valorização da ação.

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“Posto isso, destacamos que as incertezas relacionadas à possível cisão de sua subsidiária de BaaS ‘Bankly’ (e o consequente impacto sobre a empresa e suas ações) podem continuar pesando sobre as ações no curto prazo”, ressaltam.