XP Inc.: UBS BB vê cenário já precificado e eleva recomendação a compra; ações sobem

Banco vê ação barata, estratégia positiva no B2C e ajusta recomendações

Lara Rizério

Logo da XP Inc (Foto: Divulgação)
Logo da XP Inc (Foto: Divulgação)

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As ações da XP Inc. na Nasdaq (BDR: XPBR31) sobem cerca de 3% nesta sexta-feira (24); às 11h07 (horário de Brasília), os ganhos eram de 3,03%, a US$ 12,57. O movimento ocorre após os analistas do UBS BB elevarem a recomendação sobre as ações da companhia de neutra para compra. Para os analistas Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Beatriz Shinye, o cenário macro difícil está “mais do que no preço” dos papéis.

“Nós acreditamos que o seu valuation mais do que incorporou as difíceis premissas macroeconômicas brasileiras”, afirmaram os analistas. O UBS BB aponta que a XP está sendo negociada a múltiplos perto de mínimas históricas e abaixo dos pares locais e internacionais.

A XP está sendo negociada a 8,2 vezes o múltiplo de preço sobre lucro (P/L) estimado para 2025, o que é considerado barato pelo banco em comparação com a média de aproximadamente 15 vezes de seus pares internacionais, como plataformas de investimento, bancos de investimento e gestores de ativos.

“Além disso, a avaliação da XP é inferior à de seus pares locais, com a média de P/L estimada para 2025 entre B3, BTG Pactual e Itaú Unibanco em cerca de 9,0 vezes. Importante destacar que a XP possui um modelo de negócios mais leve em ativos em comparação com os bancos locais, e o risco de crédito é significativamente menor, o que, em nossa visão, deve resultar em um prêmio”, aponta a equipe de análise.

“Nós enxergamos a estratégia recente da XP de expandir para B2C (atendimento próprio a clientes) positivamente, pois achamos que isso pode ajudar a XP a controlar a alocação de investimentos e melhorar a experiência do consumidor”, citaram.

Os analistas também apontam que a potencial mudança na distribuição da XP pode melhorar sua margem líquida no longo prazo, embora a empresa tenda a ser mais cíclica – ou seja, mais custos fixos.

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O preço-alvo, por sua vez, foi reduzido de US$ 19 para US$ 16, por conta de fatores como combinação de previsões da casa de câmbio mais desvalorizado, custo de patrimônio líquido (COE) maior e novas projeções de lucro. O novo preço-alvo, contudo, ainda representa um potencial de valorização de 31% ante o fechamento da véspera.

A previsão para os lucros de 2025 e 2026 foi reajustada para baixo em cerca de 7%, para R$ 4,7 bilhões em 2025 e R$ 5,4 bilhões no próximo exercício, implicando expansão de 7% no lucro por ação em 2025 e de 14% em 2026.

(com Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.