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A XP produziu relatório sobre o impacto no Brasil das eleições americanas que acontecem daqui a uma semana, seja com a vitória da democrata Kamala Harris seja com a do republicano Donald Trump. O documento ressalta que o país não deve ser foco da política externa para nenhum dos candidatos.
Felipe Veiga, estrategista de ações da XP, participou do Morning Call da XP nesta terça (29), e explicou a repercussão do pleito americano, a ser realizado no dia 5 de novembro, sobre os ativos brasileiros.
Expansão fiscal da Kamala
“A gente concluiu que um governo da Kamala, com um Congresso democrata (maioria de parlamentares democratas), deveria ser mais positivo para mercados emergentes, incluindo o Brasil”, disse.
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“É que uma política expansionista fiscal (prevista no governo Kamala) poderia enfraquecer o dólar e maiores impostos corporativos (também previsto no governo Kamala) geraria um potencial fluxo (de investimentos) saindo dos Estados Unidos, migrando esse capital para ações globais e para mercados emergentes”, complementou.
Dólar forte com Trump
“Por outro lado, a gente considera que um governo Trump com um Congresso republicano (maioria de parlamentares republicanos) deveria ser mais negativo para mercados emergentes, incluindo o Brasil, devido ao risco de uma maior volatilidade, um dólar mais forte e inflação mais alta”, comentou.
Segundo Felipe Veiga, isso se deve porque Trump tem como proposta aumentar as tarifas de importação, principalmente de produtos chineses, e cortar impostos em todos os níveis nos Estados Unidos.
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Setores beneficiados
O relatório relaciona ainda que ações beneficiadas por uma presidência Trump, destacam-se os setores de commodities, como o agronegócio. De acordo com o analista, o Brasil se beneficiaria com aumento de demanda devido possível elevação das tensões entre China e Estados Unidos.
Já sob a presidência de Kamala Harris, a XP afirma que os produtores de minerais críticos, como níquel, e setores com exposição a investimentos verde devem ser os mais beneficiados.
Efeitos não relacionados
O documento da XP analisou ainda os seis últimos ciclos eleitorais nos Estados Unidos e dados históricos indicam que eventos idiossincráticos, ou seja, fora do esperado, são, em média, mais responsáveis por movimentar os mercados do que as eleições nos EUA.
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Em 2016, quando Trump foi eleito, por exemplo, no período entre 5 dias antes e 5 dias após a data da eleição, a volatilidade do Ibovespa subiu para 39%, principalmente devido à significativa valorização dos preços do minério de ferro (+21,6%).
Já em 2020, quando o democrata Joe Biden foi eleito, era o primeiro ano da pandemia, e os ativos de risco globais se recuperaram na segunda metade do ano após uma queda acentuada no início da pandemia, sem uma relação direta com a eleição americana.
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