XP anuncia home office até dezembro e estuda trabalho remoto permanente

No futuro, a intenção é transformar os escritórios atuais em escritórios-conceito, que servirão de apoio para demandas específicas

Equipe InfoMoney

Escritório da XP (Foto:Divulgação)
Escritório da XP (Foto:Divulgação)

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SÃO PAULO – A XP Inc., uma das maiores instituições financeiras do país, anunciou nesta quarta-feira (13) a adoção do trabalho remoto para todos os funcionários globalmente até dezembro, independentemente da evolução da quarentena. Divulgou ainda a possibilidade de estender o home office de maneira permanente.

A medida inclui, dentre os 2.700 colaboradores nos escritórios de São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York e Miami, todos aqueles que conseguem desempenhar suas funções fora do escritório – segundo a XP, a grande maioria.

Já somos uma empresa 100% digital, sem a dependência de o cliente nos visitar em uma ‘agência’”, lembra Guilherme Sant’Anna, sócio e responsável pela área de gente e gestão da XP Inc.

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“A nossa cultura permitiu um ajuste rápido ao cenário atual e a experiência está nos trazendo uma série de aprendizados que podem se transformar, de fato, em uma nova maneira de encarar a vida corporativa”. 

Segundo o executivo, a decisão não teve motivação financeira: vem, na verdade, da avaliação da vontade dos funcionários, que, por meio de pesquisas, demonstraram ter maior qualidade de vida e efetivamente preferir uma rotina com maior possibilidade de trabalhar de casa.

“No mês passado, fizemos uma pesquisa que perguntava, entre outras coisas, com qual frequência os colaboradores gostariam de ir ao escritório. Só 5% responderam todos os dias”, revelou Sant’Anna.

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Fora essa pesquisa, questionários qualitativos e conversas com funcionários e líderes de equipes mostraram que a equipe como um todo desenvolveu maneiras mais eficientes de trabalho durante a quarentena, o que validou uma hipótese já existente da produtividade mesmo fora do escritório.

Quantitativamente, isso ficou comprovado com o aumento dos indicadores ENPS (Employee Net Promoter Score) e NPS (Net Promoter Score), que medem os níveis de satisfação de funcionários e clientes.

Durante os próximos meses, a XP continuará estudando as melhores formas de ampliar a política de trabalho remoto e otimizar os espaços que ocupa.

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No futuro, a intenção é transformar os escritórios atuais em escritórios-conceito, que servirão de apoio para demandas específicas de treinamentos de colaboradores, dinâmicas presenciais, recepção a clientes e parceiros, entre outras.

Processo inclusivo

Para companhias que pretendem implementar um modelo de trabalho remoto bem-sucedido, Sant’Anna recomenda nunca deixar o colaborador de fora do processo decisório e levantar o tema com uma abordagem facultativa.

“Somos uma empresa muito diversa e, por isso, temos de respeitar as dinâmicas de cada área: não pode haver uma política única para a empresa toda”, explica.

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Ao longo da semana, a companhia permitiu que todos os funcionários enviassem sugestões de melhorias para viabilizar um trabalho remoto de qualidade, incluindo formas de incentivar a interação social e a necessidade de compras de equipamentos.

“Vamos continuar aprendendo e interagindo para acompanhar as boas práticas do modelo e entender as necessidades em estrutura, recursos e dinâmica de trabalho”, disse o executivo.

Talentos espalhados

Com intenção de contratar mais 600 pessoas até o final do ano, o grupo também observa no home office uma possibilidade de abrir horizontes e contratar fora dos eixo Rio-SP (onde ficam os escritórios da XP no Brasil hoje) e até mesmo globalmente.

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“Competíamos muito por talentos em poucos lugares, agora não temos mais essa limitação”, explica.

Para ele, é provável que, no médio a longo prazo, a própria dinâmica urbana seja afetada pela tendência de permitir o trabalho remoto entre as empresa.

“As pessoas querem mais qualidade de vida, o que é super positivo. Têm filhos, compromissos pessoais em seus bairros, e eu acho que isso inclusive vai mudar a disposição geográfica das cidades”, opina.