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De olho no cenário macro, mas também nas iniciativas da companhia, analistas de mercado têm reiterado visão positiva para as ações da XP negociadas na Nasdaq e também para os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, recibo de ações dos ativos negociados na B3 de empresas listadas no exterior) XPBR31.
O BTG Pactual reiterou, nesta semana, recomendação de compra para os BDRs, com preço-alvo de R$ 144, após reunião com André Parize e Antonio Guimarães, representantes da área de relações com investidores da instituição. Para as ações listadas na Nasdaq, o preço alvo é de US$ 30 em 12 meses, ou potencial de valorização (upside) de 18% frente o fechamento de terça-feira.
“A principal mensagem foi muito mais foco em eficiência e ROE [retorno sobre o patrimônio líquido] e que o Banco XP se tornará mais relevante, preparando todo o ecossistema XP para se tornar menos cíclico (ao movimento da Selic) e mais resiliente”, apontam os analistas do banco.
Com projeção de retorno em dividendos em 3,5% a partir de um pressuposto de pagamento de 50% dos lucros neste ano, e um ROE de 24%, a equipe de análise do BTG vê poucos efeitos negativos para a tese em XP. Além disso, uma captação líquida melhor e a retomada das ofertas públicas de ações (IPO) e subsequentes pelas companhias brasileiras podem levar a XP a ser uma das poucas ações que os analistas cobrem com potencial revisão de alta dos lucros e reclassificação ao prolongar a visão para 2026.
O fim da pressão de venda das ações da XP pela Itaúsa (ITSA4), que praticamente zerou sua posição na instituição, conta como outro ponto a favor.
O ambiente para ativos “de risco” e o sentimento dos investidores melhoraram recentemente, mas a mensagem é que uma melhora mais sensível deve ocorrer no segundo semestre, o que reforça a necessidade de uma supervisão muito rígida sobre os custos no curto prazo, apontam os analsitas. A XP planeja reportar os indicadores-chave de desempenho (ou KPIs) do 4T23 em 22 de janeiro.
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Os analistas também ressaltam que a XP também expandiu seu ecossistema para outras verticais relacionadas ao setor bancário, como crédito e cartões de crédito, que exigem mais foco na alocação de capital, o foco de cada área, do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ao ROE.
“A XP está muito mais diligente na alocação de capital e nos dividendos, e vemos o ROE aumentando ao longo do tempo. Com a venda do Itaú/Itaúsa praticamente no retrovisor, mantemos nossa [recomendação de] compra”, concluem os analistas.
No fim de 2023, o JPMorgan havia elevada a recomendação para as ações da XP de neutro para overweight (exposição acima da média, equivalente à compra), vendo a companhia como beneficiária do maior volume de ativos de risco do mercado. O preço-alvo foi elevado na ocasião de US$ 27 para US$ 30.
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De acordo com compilação LSEG com dez casas de análise que cobrem a ação, nove possuem recomendação de compra ou equivalente, enquanto uma tem visão neutra. O preço-alvo médio é de US$ 29,70, alta de 16% frente o fechamento da véspera.
MSCI pode ser catalisador
Para o curto prazo, analistas destacam que um ponto também a ser monitorado é a possível entrada dos ativos no MSCI (Morgan Stanley Capital International). O benchmark é seguido por muitos fundos de ações passivos, cujas carteiras replicam índices de ações; assim, uma eventual entrada pode impulsionar os ativos.
O MSCI anunciará se as listagens estrangeiras de empresas brasileiras atendem aos critérios em 12 de fevereiro, e, se confirmado, espera-se que as ações se tornem elegíveis durante a revisão de agosto de 2024 (a ser anunciada em 12 de agosto e implementada em 30 de agosto).
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O JPMorgan espera que, se a XP entrar no MSCI, o fluxo seria correspondente a cerca de seis dias de negociação (levando em conta a média diária). Para o Morgan Stanley, o fluxo seria ainda maior, de cerca de dez dias.