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A XP ajustou as suas projeções para o Ibovespa de 147 mil pontos ao fim do ano para 155 mil pontos para os próximos doze meses, o que corresponde a um potencial de alta de 14% em relação ao fechamento de agosto.
A equipe de estratégia da casa questiona, após a forte alta da Bolsa brasileira nos últimos dois meses (Ibovespa subiu 3,09% em julho e 6,54% em agosto), uma leve revisão para baixo do lucro por ação pelo consenso e as expectativas de um ciclo de alta de juros, até onde essa valorização pode ir.
Para Fernando Ferreira, Jennie Li, Júlia Aquino e Felipe Veiga, ainda há motivos para ser otimista, já que o cenário global tem dados sinais de melhora com o Federal Reserve provavelmente cortando juros em breve, mas mantém uma posição mais cautelosa em suas carteiras de ações.
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Os estrategistas seguem mais concentrados em setores que se beneficiam de ciclos de alta de juros, como Financeiro, Elétricas e Saneamento e Petróleo, Gás e Petroquímicos. O valor justo é calculado como uma média de quatro metodologias: 1) um modelo de fluxo de caixa descontado (DCF); 2) um modelo de preço sobre lucro (P/E) alvo, que assume um múltiplo de P/E de 9 vezes, ainda abaixo da média histórica de 11 vezes. 3) um EV/Ebitda (valor de uma empresa com o seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alvo de 5,0 vezes, também abaixo da média histórica de 6,5 vezes, e 4) uma abordagem micro das empresas para depois olhar para o macro, utilizando o preço alvo dos analistas da XP para cada componente do índice.
Sobre agosto, a XP destacou que houve um início de mês turbulento com o Brasil saindo ileso. Na medida em que os mercados se recuperaram em agosto e o Fed indicou juros mais baixos adiante, os fluxos estrangeiros voltaram.
“Em agosto, o fluxo estrangeiro na Bolsa foi positivo em R$ 9,7 bilhões. Com isso, a Bolsa obteve sua melhor performance mensal em 2024, com o Ibovespa subindo 6,5% em reais e dólares e recuperando as perdas do primeiro semestre. Setorialmente, com a queda nas taxas de longo prazo, vimos uma recuperação de papéis mais cíclicos como Construção Civil e Varejo”, avaliaram.
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Olhando para frente, fatores específicos são os principais determinantes dos retornos próximos as eleições nos EUA.
A XP ressalta que dados históricos não sugerem um impacto grande das eleições americanas na Bolsa brasileira sendo que, na realidade, eventos específicos, como a Crise de 2008 e a Covid, foram fatores que influenciaram mais o movimento dos mercados durante os períodos eleitorais.
Olhando o cenário doméstico, até agora, a expectativa de taxas mais altas no Brasil não impactou o rali nas ações brasileiras, já que o ciclo projetado deve ser curto (estimativa da XP de alta de 150 pontos-base) e os juros de longo prazo caíram recentemente.
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Mas, daqui adiante, a questão é como isso pode afetar os fluxos para a Bolsa, aponta, com a questão sobre se os fluxos estrangeiros continuarão com a queda de juros nos EUA e se os investidores domésticos vão sair da Renda Variável em meio à taxas de juros domésticas mais altas, como já foi visto em agosto.