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As ações da fabricante de motores elétricos (WEGE3) caem cerca de 5% na sessão desta sexta-feira (2), mas estão entre os maiores ganhos da semana (+7%) após dispararem 15% nas duas últimas sessões pós-resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24).
Diversos agentes de mercado revisaram as projeções para a fabricante de motores elétricos após o balanço mostrar números ainda mais otimistas do que estavam esperando.
Com base nisso, a XP Investimentos (que recentemente elevou a recomendação para as ações) mapeou as impressões e o posicionamento dos investidores buy-side na WEG e concluiu que a rentabilidade melhor do que o esperado foi a principal surpresa sobre os resultados e levou a um sentimento geral mais otimista.
Segundo o relatório, a alta de 10% da ação após o balanço reflete as respostas dos investidores (88% indicaram resultados melhores do que o esperado).
Aleḿ disso, outros pontos foram destacados: (i) mais da metade dos respondentes considerou que a receita ficou em linha com suas expectativas, enquanto a lucratividade foi unanimemente vista como superior; (ii) os investidores estão mais otimistas em relação à ação devido a eventos macroeconômicos recentes (63% veem isso como uma influência positiva); no entanto, (iii) a maioria não vê os resultados de ontem como um gatilho para a ação.
Em relação ao sentimento, a XP observou um aumento nas posições long (compradas) em comparação com a pesquisa do 1T24 (+17 pontos percentuais, ou p.p., na base trimestral); e uma mudança contínua para um posicionamento mais otimista, com a nota média (de 1 a 10) subindo para cerca de 7 no 2T24 (ante 6 no 1T24 e 5 no trimestre anterior).
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A XP Investimentos reiterou sua visão positiva em relação à WEG e a recomendação de compra, pois vê os motores de crescimento estrutural justificando um múltiplo de avaliação mais elevado.
Após o balanço, o JPMorgan reiterou recomendação equivalente à compra (overweight, ou exposição acima da média do mercado) e elevou o preço-alvo de R$ 47 para R$ 64 (potencial de valorização, ou upside, de 21% em relação ao fechamento da véspera). Os analistas justificam a recomendação em função do perfil de alto crescimento da WEG, com expectativa de crescimento de receita superior a 20% ano a ano em 2024, perspectiva positiva para T&D (Transmissão e Distribuição) na América do Norte, que deve sustentar um crescimento de dois dígitos no segmento GTD Internacional por vários anos, além do risco de alta proveniente da expansão da Regal nos próximos anos, já que a empresa operava com 50% de capacidade ociosa e margem Ebitda de um dígito.
Em termos de avaliação, o JPMorgan vê a WEG sendo negociada a um múltiplo justificado de 21,3 vezes para 2025, dado seu perfil de alto crescimento, em comparação com pares globais atualmente em 15 vezes.
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O banco americano elevou suas estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2025 e 2026 em cerca de 10%, refletindo uma revisão positiva de 4% a 5% na receita devido à recente desvalorização do real e um aumento de 100 pontos-base (bps) nas margens.
Por outro lado, os principais riscos de queda, segundo JPMorgan, incluem: i) contribuição menor do que o esperado da Regal na expansão da receita e Ebitda nos próximos anos; ii) acomodação das margens mais rápida do que o esperado; e iii) desaceleração mais rápida do que o esperado na economia dos EUA, que é a região mais relevante para a WEG após o Brasil, especialmente após a aquisição da Regal, representando cerca de 30% dos seus negócios.
Já em relatório chamado “um trimestre memorável”, em que destacou as margens elevadas da WEG, o Bradesco BBI manteve recomendação neutra para a ação, mas elevou o preço-alvo de R$ 43 para R$ 50 (uma queda de 5% frente o fechamento da véspera). Conforme compilação da LSEG com casas de análise que cobrem WEGE3, 7 possuem recomendação de compra, 3 têm recomendação neutra e 2 de venda para os ativos.