WEG (WEGE3): Itaú BBA recomenda reduzir posição vendida antes do balanço e ação sobe 3,27%: o que esperar para o 3º tri?

Analistas estão cautelosos, mas apontam que mercado mais avesso ao risco e ação sobrevendida podem levar à recuperação no curto prazo

Camille Bocanegra

WEG (Divulgação: Linkedin)
WEG (Divulgação: Linkedin)

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Com resultados sólidos no primeiro semestre de 2023, analistas esperam desaceleração e um resultado não tão forte da sempre surpreendente WEG (WEGE3) no terceiro trimestre. O balanço será divulgado na quarta-feira (25), antes da abertura do mercado, e a expectativa de analistas é que o nome siga apresentando bom desempenho, mas estável, enquanto consideram que é o momento para visão mais cautelosa.

“Visão conservadora para o setor está mantida”, aponta o Itaú BBA em relatório ao traçar um paralelo sobre a japonesa Nidec, concorrente da WEG especialmente na divisão de produtos industriais que divulgou seus resultados com desaceleração mostrando desaceleração das margens, e a brasileira.

Por outro lado, em outro relatório, os analistas do BBA recomendaram que investidores reduzam suas posições vendidas em ações. Segundo eles, que mantêm uma visão mais cautelosa para o médio prazo, cálculos apontam para uma desaceleração apenas moderada na receita e nas margens este trimestre.

“Em combinação com um mercado cada vez mais avesso ao risco – investidores em busca de proteção – e uma ação possivelmente sobrevendida… isto poderá traduzir-se numa recuperação a curto prazo se os resultados forem bons”, afirmaram.

As ações da companhia subiram 3,27%, a R$ 35,01, na sessão desta terça-feira (24). No ano, o papel apresenta queda de cerca de 8%.

Neutralidade e estabilidade nos lucros

O banco avalia que é possível que os resultados da companhia não apresentem tendência de queda, mas sim de manutenção da estabilidade nos lucros.

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“Visualizamos um cenário de lucratividade estável para 2024, com desaceleração das receitas, margens em queda e aumento na taxa de impostos. No entanto, observamos que os resultados do 3T23 da WEG ainda podem não apresentar uma tendência de queda; um cenário de lucratividade estável parece mais provável”, considera. O BBA recomenda o papel como neutro, com preço-alvo de R$ 46,00, “não somos compradores da WEG neste momento (mas continuamos entusiastas da história)”, reforça.

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Em sua visão, é possível considerar uma recuperação de curto prazo se os resultados que serão divulgados do terceiro trimestre ultrapassarem as expectativas do mercado, tanto em termos absolutos quanto em termos de qualidade.

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Essa não é, contudo, a aposta principal do BBA. “Para o terceiro trimestre de 2023, nosso rastreador aponta para uma desaceleração anual na receita (sem crescimento em relação ao trimestre anterior)”, considera. O banco destaca que as tendências seguem negativas para os próximos 12 meses.

O Itaú BBA estima receita líquida de R$ 8,348 bilhões no período, com resultado operacional medido pelo Ebitda de R$ 1,827 bilhão e lucro líquido de R$ 1,368 bilhã. A margem Ebitda deve ser de 21,9%.

As projeções da XP são similares e avaliam que é possível que as receitas continuem a melhorar, em especial sustentadas por demanda estáveis em alguns ambos, como equipamentos elétricos industriais, e a forte distribuição e transmissão na América do Norte. Esses fatores compensariam a queda na demanda pela chamada Geração Distribuída, no Brasil.

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“No entanto, no que diz respeito à lucratividade, esperamos que as margens comecem a desacelerar à medida que os produtos de ciclo longo gradualmente refletem a queda dos preços das matérias-primas”, afirma a XP. Nesse sentido, a corretora aponta que é possível que a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) contraia 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior (o que representaria uma queda de 3% em relação ao ano anterior).

Ainda assim, o research da XP avalia que é possível esperar um “resultado final estável em relação ao trimestre anterior, de R$ 1,4 bilhão”. O número representaria 18% de avanço em relação ao ano anterior. Ainda que haja desconfianças com a desaceleração, a corretora aguarda estabilidade, em especial após pico de lucros no segundo trimestre.

A XP tem recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 40,00.

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A expectativa por neutralidade também está presente na análise da Genial, que considera que é provável que a WEG traga um “trimestre com receitas praticamente estáveis e com o bom desempenho dos negócios de motores e transformadores na América do Norte se contrapondo à menor concentração de entregas de projetos de ciclo longo de geração na Alemanha”.

A Genial entende que as margens deverão seguir elevadas no trimestre e, com um cenário de insumos muito inferior ao visto em 2022, é possível esperar que nome consiga maior rentabilidade em seus contratos. Outro ponto destacado na análise foi a compra da Regal Rexnord, a maior aquisição realizada pela WEG.

Vista como positiva desde seu anúncio, a compra também pode contribuir para melhores resultados agora e nos próximos trimestres, na avaliação da corretora.

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“A nova aquisição também deve se mostrar positiva no ponto de vista de rentabilidade, visto que a Regal Reportou margem de 9,5% no ano de 2022 no segmento de motores, ligeiramente abaixo dos níveis da WEG, que possui margens girando em torno de 18,5% historicamente”, entende.

A Genial considera, ainda, que o câmbio não deve trazer muito impacto para nome neste momento e que nome é negociado muito abaixo da média. A recomendação da Genial para a WEG é de compra com preço-alvo de R$ 47,50, ou upside de 40%.