WEG: “aposta da segurança” na temporada do 1T24 de bens de capital, segundo analistas

As primeiras companhias do setor a reportarem serão a WEG e a Marcopolo, que trarão seus números em 2 de maio, após o fechamento

Camille Bocanegra

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A temporada de resultados do primeiro trimestre de 2024 começará, para o setor de bens de capital, na quinta-feira, 2 de maio. No dia, a WEG (WEGE3) apresentará seu balanço antes da abertura do mercado, com a projeção de resultados resilientes para a companhia de motores elétricos.

WEG

A WEG deve apresentar resultados resilientes, com destaque para os números de GTD (Geração, transmissão e distribuição) externa, de acordo com o Research da XP. A casa estima que a receita líquida deverá ficar em R$ 8,4 bilhões, com alta anual de 9% e sazonalidade mais fraca que o observado no quarto trimestre.

Os destaques do balanço serão o crescimento excepcional de GTD externo, estimado em 35% ano a ano, e o avanço do MCA (Motores Comerciais e Appliance) doméstico, em 27% na comparação anual. O resultado deve ficar estável em R$ 1,3 bilhão, assim como a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA, na sigla em inglês) em cerca de 21,5%.

De acordo com o Bradesco BBI, a WEG deve apresentar receita líquida no 1T24 com aumento de 8%, em R$ 8,3 bilhões, o EBITDA deverá ficar estável em relação ao observado no mesmo período de 2023, em R$ 1,7 bilhão e o lucro líquido deve ficar em R$ 1,2 bilhão, com queda de 6% em na comparação com o 1T23.

Os números devem apresentar crescimento impulsionados pelo segmento de Transmissão & Distribuição (T&D) lá fora. Além disso, há expectativa de normalização da margem Ebitda, com queda de 1 ponto percentual no trimestre para 20,4%. Ainda assim, a análise ressalta que a companhia foi capaz de sustentar margens sólidas por mais tempo que o esperado. Para o banco, a WEG é a “aposta da segurança”.

O Itaú BBA, ao comentar os dados positivos da Nidec (concorrente japonesa mais comparável à WEG), entendeu que não há alertas quanto à rentabilidade nem a demanda para o negócio de motores da WEG no exterior. A perspectiva da companhia japonesa é positiva e trazem alívio em relação à demanda e pressão sobre as margens para os números da WEG, segundo o BBA.

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Marcopolo

A Marcopolo (POMO4) também apresentará seu balanço no dia 2 de maio e conta com sentimentos mistos por parte de analistas. A XP considera que a companhia deve trazer resultados positivos, apesar da sazonalidade mais fraca no primeiro trimestre. A previsão é de receita líquida em R$ 1,7 bilhão.

Dentre os principais pontos, a corretora comenta os dados positivos de ônibus rodoviários, o desempenho mais lento de outras categorias e vendas prejudicadas de ônibus no mercado argentino. Apesar disso, há expectativa de rentabilidade resiliente de cerca de 15,6%, considerando melhor ambiente operacional em mercados externos, como a Austrália.

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O Bradesco BBI antecipa receita líquida de R$ 1,7 bilhão (igual à XP), com aumento anual de 3%, EBITDA de R$ 272 milhões (1% menor que a base de comparação) e lucro estável em R$ 240 milhões. O banco comenta que o EBITDA se apresenta 19% abaixo do consenso mas é impactado pela base de comparação forte de 1,3 mil unidades entregues ao leilão do programa Caminhos da Escola no ano passado. Ainda assim, a Marcopolo deve trazer forte margem EBITDA em 15,9%, com elevação de 0,9 p.p. no trimestre.

Tupy

A Tupy (TUPY3) deve apresentar resultados fracos no 1T24 em 14 de maio, de acordo com a análise da XP. A corretora destaca que os mercados externos devem pesar nos volumes consolidados, com receita líquida de R$ 2,65 milhões refletindo a lenta recuperação na produção de veículos pesados no Brasil. Além disso, devem impactar também os volumes mais lentos no mercado externo. O BBI tem visão similar e estima o EBITDA 13% abaixo do consenso, devido ao câmbio desfavorável.

Randoncorp

A Randoncorp (RAPT4) deve, em 8 de maio, apresentar receita líquida de R$ 2,5 bilhões, com queda anual de 5%. A XP projeta que a Randoncorp terá um desempenho mais forte no primeiro trimestre de 2024, com margens um pouco melhores apesar da sazonalidade mais suave. A receita líquida pode ser influenciada por receitas relativamente mais fortes da Frasle e da divisão de Autopeças.

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Em relação à rentabilidade, a corretora estima uma margem EBITDA consolidada de cerca de 14%, representando uma queda em relação ao ano anterior, mas uma melhora em relação ao trimestre anterior. No geral, o lucro líquido previsto é de R$ 85 milhões, com uma diminuição anual, mas um aumento significativo em comparação com o trimestre anterior

Para o BBI, a receita estimada em R$ 2,5 bilhões reflete menos dias úteis na comparação anual, problemas de faturamento dos clientes da Fras-le e migração de TI em janeiro, na visão do BBI. Além disso, o EBITDA e a margem EBITDA devem ser impactados pelo cenário desafiador.

Iochpe-Maxion

Apesar de maiores volumes, a Iochpe-Maxion (MYPK3) deve reportar receita 10% menos por repassar de menores custos de matéria-prima em 8 de maio. A XP estima uma receita de R$ 3,6 bilhões (-9% na comparação anual) e margem EBITDA de 8,6%. A corretora projeta lucro líquido de equilíbrio de R$ 21 milhões (em comparação com os -R$ 8 milhões no 4T23).