Volume de Bitcoin negociado no Brasil dispara 73% em um ano, para R$ 64,3 bilhões

Criptos que têm paridade com o dólar foram ainda mais procuradas, em sinal de busca por operação mais barata de câmbio

Paulo Barros

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O volume de Bitcoin (BTC) negociado no Brasil subiu significativamente em 2021. De R$ 37,1 bilhões em 2020, as transações com a moeda digital atingiram R$ 64,3 bilhões no ano passado, um crescimento de 73,3%. Os dados são da Receita Federal.

A alta foi impulsionada principalmente pela adesão de empresas. Segundo a Receita, o ano encerrou com mais de 459 mil companhias declarando movimentações em BTC, contra menos de 205 mil ao fim de 2020. Já o número de investidores individuais cresceu 45%, de 4.647 para 6.775 no mesmo período.

O aumento na procura se deu principalmente pela valorização do Bitcoin, que atingiu novas máximas históricas no ano passado. Em novembro, a criptomoeda atingiu o recorde de US$ 69 mil.

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Apesar disso, a maior parte do volume de transações de Bitcoin se deu durante o primeiro semestre. De janeiro, que teve o maior volume, até maio, brasileiros negociaram mais de R$ 7 bilhões todos os meses.

O ritmo esfriou em julho, quando a criptomoeda finalizou correção de mais de 50% e atingiu cerca de US$ 28 mil. As operações voltaram a ganhar força no segundo semestre, mas não chegaram a superar os R$ 5 bilhões mensais.

O preço do Bitcoin, porém, não foi o único catalisador da disparada no volume de trades de Bitcoin no Brasil.

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“O cenário econômico brasileiro ajudou demais”, afirma Ney Pimenta, CEO da corretora de criptoativos BitPreço. Para o especialista, a forte depreciação do real em 2020 e a perda de atratividade da bolsa em 2021 impulsionaram investidores para ativos de maior risco, mas que prometiam maior rentabilidade, como o Bitcoin.

O maior apetite por risco também beneficiou outras criptomoedas. De acordo com a Receita, brasileiros negociaram R$ 7,7 bilhões em Chiliz (CHZ), R$ 7,1 bilhões em XRP (XRP), R$ 2,3 bilhões em Litecoin (LTC) e outros R$ 1,6 bilhão em Cardano (ADA) e Dogecoin (DOGE).

As stablecoins, criptomoedas que têm paridade com outro ativo, geralmente o dólar, também foram muito procuradas e superaram o volume de Bitcoin no último ano. Em 12 meses, a Receita registrou R$ 73,3 bilhões movimentados em diversas criptos desse tipo, a maioria (R$ 62,7 bilhões) em Tether (USDT).

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Além de servir de porta de entrada para negociar outras criptomoedas, a compra de stablecoins oferece exposição simplificada à moeda americana e não sofre incidência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

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Paulo Barros

Editor de Investimentos