Vivo (VIVT3) vai enviar proposta de redução de capital ao “board” nas próximas semanas

Companhia ganhou aval da Anatel para reduzir capital em até R$ 5 bilhões

Mitchel Diniz

(Divulgação: Telefônica Brasil)
(Divulgação: Telefônica Brasil)

Publicidade

A Vivo (VIVT3) se prepara para reduzir seu capital em R$ 5 bilhões, depois de ter recebido aval da Anatel para prosseguir com a operação, no último mês de setembro. “Vamos enviar uma proposta para o conselho de administração nas próximas semanas”, afirmou Christian Gebara, CEO da Vivo, na teleconferência sobre os resultados da companhia no terceiro trimestre.

A redução em si só deve ocorrer 120 dias após a aprovação do board, já que o tema precisa precisa passar por uma assembleia geral de acionistas (AGE) e um período de contestação de credores. O atual capital social da companhia é de R$ 63,571 bilhões

“Teremos mais flexibilidade para decidir qual será o melhor mix de remuneração aos acionistas nos próximos anos, dentro de uma combinação de redução capital, dividendos, juros sobre capital próprio [JCP] e recompra de ações”, afirmou David Melcon, CFO da companhia.

Os pagamentos aos acionistas somam R$ 4,6 bilhões no acumulado de 2023, incluindo o programa de recompra de ações. “Nossa prioridade é continuar entregando uma combinação única de crescimento, rentabilidade e retorno aos nossos acionistas”, completa Melcon.

Na teleconferência dos resultados, os executivos destacaram a sólida execução financeira da Vivo, com crescimento de lucro líquido e fluxo de caixa livre ao longo de todo o ano. Além disso, a alavancagem da companhia está bem controlada e isso permite que a Vivo continue investindo no crescimento dos negócios, mantendo remuneração atrativa aos acionistas.

Sobre a possibilidade da extinção dos juros sobre capital próprio (JCP) com a reforma tributária, o CFO diz que ainda é muito cedo para falar em impactos potenciais e diz não esperar qualquer alteração este ano.

Continua depois da publicidade

“Precisamos de uma reforma tributária que vise a redução da taxa de juros corporativa atual, portanto temos uma alternativa relevante para manter nossos sólidos níveis de remuneração”, afirma Melcon.

O resultado da empresa no 3T23

A Vivo reportou lucro líquido de R$ 1,472 bilhão no terceiro trimestre de 2023, montante 2,2% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022, devido à forte evolução do Ebitda no período.

O consenso de mercado LSEG apontava para um lucro líquido de R$ 1,18 bilhão no período.

Continua depois da publicidade

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 5,539 bilhões no 3T23, um crescimento de 11,7% em relação ao 3T22 e acima do consenso de mercado, que previa resultado de R$ 5,27 bilhões.

A receita líquida somou R$ 13,112 bilhões no terceiro trimestre deste ano, crescimento de 7,5% na comparação com igual etapa de 2022.

Já a receita líquida móvel totalizou R$ 9,279 bilhões no período, um incremento de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Continua depois da publicidade

A receita líquida fixa cresceu 3,1% na base anual, em função do crescimento de duplo dígito da Receita Core Fixa (+10,1% ano a ano), que corresponde a 79,7% (+5,1 p.p. na base anual) da receita líquida fixa.

Investimentos

O terceiro trimestre foi o mais forte do ano em termos de investimentos para a Vivo. O capex do período foi de R$ 2,626 bilhões e acumulou R$ 6,665 bilhões. Mas a cifra tende a desacelerar no quarto trimestre, já que o objetivo da companhia é não passar de R$ 9 bilhões.

“É claro que existe uma sazonalidade do capex, mas esse número está confirmado, é a nossa meta para o ano. Para 2024, não estamos dando nenhum guidance, mas o que dissemos é que o ano passado foi o pico em termo de capex por causa da integração da Oi e uma parte do leilão de 5G, que tínhamos que investir”, afirma Gebara. “Logo, no ano que vem, não devemos ver nenhum pico”.

Continua depois da publicidade

A companhia, mais uma vez, deu destaque à diversificação. No terceiro trimestre, a prestação de serviços corporativos (B2B) respondeu por mais de 6% da receita da Vivo e os serviços digitais chegaram a 3% do segmento B2C, voltado ao consumidor final.

“Em alguns desses serviços, há uma margem diferente, mas não tem capex. […] Nosso objetivo é continuar aumentando nossos números de Ebitda e receita e melhorando as margens tanto em fluxo de caixa operacional quanto fluxo de caixa livre constituindo um novo mix de produtos que nós estamos vendendo”, afirmou o CEO.

“Estamos levando a empresa para uma interação cada vez mais digital com os clientes, que tem impacto em comissões e outros tipos de opex comerciais que serão reduzidos quando nos tornarmos cada vez mais digitais”.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados