Vibra x Ultrapar: qual distribuidora de combustíveis se sairá melhor no 2T24?

Distribuidoras ainda enfrentam cenário desafiador mas maiores volumes devem impulsionar números do 2T24

Camille Bocanegra

Depois de um primeiro trimestre mais difícil, o 2T24 deve trazer melhores notícias para o setor de distribuição. Analistas esperam, no entanto, que a recuperação de fato ocorra apenas no terceiro trimestre deste ano. Mesmo com elementos ainda desafiadores, como distorções tributárias, e irregularidades na mistura de biodiesel, a XP estima que as empresas do setor apresentarão margens saudáveis.

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O Itaú BBA destaca que os maiores volumes de vendas na comparação trimestral poderão ajudar para melhores resultados da Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3). “Espera-se que as margens unitárias permaneçam praticamente estáveis no período, à medida que o ambiente competitivo cada vez mais favorável para as margens compensa os ganhos de estoque do trimestre anterior”, afirma o BBA.

Vibra – 06 de agosto

A Vibra deve reportar trimestre saudável, com margens estáveis no 2T24, de acordo com o Morgan Stanley. O banco estrangeiro sugere que é possível que haja potencial de alta no segundo semestre de 2024. O otimismo se baseia no esforço de desestocagem e aumento de volumes da Vibra, em especial após um período de perda de participação de mercado da companhia.

“Vemos uma recuperação no desempenho de volume, com uma leve contração anual de 0,7%, em oposição a uma contração média de cerca de 8,5% nos últimos três trimestres, indicando que a Vibra ganhou participação de mercado no período”, aponta a análise do Morgan.

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A XP tem expectativas neutras e aguarda um aumento modesto nos volumes, com alta de 1,4% em relação ao trimestre anterior. “Como os preços permaneceram estáveis durante o trimestre, não esperamos que o 2T se beneficie significativamente dos impactos dos estoques. Prevemos que as margens permanecerão saudáveis, apesar dos desafios mencionados acima durante o trimestre. Prevemos uma margem de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de BRL 154/m³ (-2% na comparação trimestral), resultando em um EBITDA total de R$ 1.341 milhões”, comentam os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm, da XP.

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O BBA espera Ebitda de R$ 1.464 bilhões, com aumento de volumes gerais na comparação trimestral mas retração em relação ao 2T23.

Ultrapar – 7 de agosto

A Ultrapar deve apresentar bons números, mesmo considerando o declínio sequencial, de acordo com analistas. Para a XP, expectativa é de aumento de volume de 6% na comparação trimestral, com queda da margem Ebitda de -4%, em 135/m³. Os resultados fortes, porém, devem ficar por conta da Ultragaz, que deve apresentar volumes fortes no trimestre (embora mais fracos no ano). Parte do motivo é a sazonalidade mais forte do segundo trimestre.

O Bank of America (BofA) estima Ebitda ajustado de R$ 1.428 bilhões, com aumento de 9% no trimestre e 47% de alta anual. O aumento trimestral, de acordo com o banco, seria impulsionado por maior margem e volume de Ipiranga.

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O Bradesco BBI sugere que volumes sazonalmente maiores na Ultragaz poderão ser compensados por margem Ebitda menores. Ainda assim, o lucro líquido deve apresentar crescimento, em R$ 522 milhões (contra R$ 455 milhões no 1T24) e deve ser acompanhado por avanço na margem sequencial do Ebitda.