Vibra (VBBR3) propõe mudar regra de “pílula do veneno” e pode elevar proteção contra aquisição; entenda

Em meio a rumores (negados até o momento) de interesse da Petrobras em adquirir fatia da empresa, Vibra atua para aumentar custo de ser comprada

Equipe InfoMoney

Vibra (Foto: Divulgação)
Vibra (Foto: Divulgação)

A Vibra (VBBR3) convocou uma Assembleia Geral Extraordinária, marcada para o dia 19 de julho, para discutir
diversas alterações no estatuto social da empresa.

A empresa propôs analisar mudança em regras relacionadas ao cálculo do preço por ação para ofertas públicas de aquisição de ações por atingimento de participação relevante (“poison pill”, ou pílula do veneno).

O novo cálculo “poison pill” proposto deve considerar o maior preço histórico dos 18 meses anteriores à data em que qualquer participação relevante for alcançada, em negociação privada ou pública, atualizado pela taxa DI, mais prêmio de 15% e, após a atualização, deve ser descontado por qualquer distribuição de proventos e ajustado por eventos societários.

Dessa forma, conforme as estimativas do Itaú BBA, o nível da poison pill estaria em torno de R$ 32 por ação, ante R$ 27 por ação atualmente.

“O novo texto proposto para a poison pill elevaria ainda mais o nível de preços, significando um aumento de 20% no preço atual dos recentes parâmetros para a aquisição”, avalia o BBA. Assim, aponta, esta mudança pode tornar mais desafiadora qualquer eventual tentativa de aquisição de participação relevante na companhia, dados os altos valores para a compra.

Na mesma linha, o Citi destaca que eventual operação neste sentido deve ficar mais cara. “Efetuamos um cálculo de acordo com a regra anterior e a nova, chegando a R$ 32,50 por ação na nova regra em comparação a R$ 27,47 por ação na regra atual, implicando um impacto 18% maior no preço das ações da empresa, aumentando assim o nível de proteção contra qualquer aquisição corporativa”, afirmaram analistas do Citi em relatório a clientes.

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Segundo comunicado da maior distribuidora de combustíveis do Brasil, também serão analisadas pelos acionistas propostas de aumento do limite do capital autorizado, de R$ 7 bilhões para R$ 17 bilhões, por meio de emissão de novas ações, e de alteração da composição do conselho, de sete para nove membros.

Isso em um contexto de rumores – ainda que negados – de que a Petrobras (PETR3;PETR4) estaria interessada em comprar uma fatia relevante na distribuidora, o que inclusive impulsionou as ações.

O BBA tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 28, ou um potencial de alta de 60% frente o fechamento de sexta-feira (16).

(com Reuters)