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Depois das repercussões negativas do rombo contábil de R$ 20 bilhões na rival Americanas (AMER3), a Via (VIIA3) publicou na noite de quinta-feira (12) um comunicado afirmando que todas as suas operações de risco sacado (convênio) estão registradas nas Demonstrações Financeiras da companhia em conformidade com as normas internacionais de contabilidade.
Adicionalmente, a varejista diz que publica os respectivos montantes dessas operações nas Demonstrações Financeiras e nos materiais de divulgação de resultados trimestrais e anuais.
“Para fins de referência, no 3° trimestre de 2022 e anteriores, detalhamos a respectiva operação em uma linha específica no Balanço Patrimonial denominada Fornecedores Convênio e na nota explicativa 14.a, na qual descrevemos a operação, incluindo a taxa de juros média incidente”, diz o documento.
A Via ainda esclarece que as despesas de juros são registradas no resultado da companhia como despesa financeira.
Na véspera, a Americanas viu seu valor de mercado evaporar de R$ 10,83 bilhões para R$ 2,45 bilhões, uma queda de R$ 8,38 bilhões. O papel AMER3 derreteu 77,33%, a R$ 2,72.
O movimento de derrocada para os ativos ocorreu após a divulgação na quarta à noite de inconsistências contábeis no valor de R$ 20 bilhões, que culminou com a saída do presidente da Americanas, Sergio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, de seus cargos após apenas 10 dias da posse.
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Os problemas contábeis decorrem de diferenças de contabilização do custo financeiro de dívida bancária em relação à dívida com fornecedores.
Na sessão de ontem, as ações da Via ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa nesta quinta-feira, com baixa de 5,38%. ; por outro lado, os ativos do Magazine Luiza (MGLU3) subiram.
Para analistas da Genial Investimentos, a descoberta dessa inconsistência teria potencial de causar mau humor em relação ao setor de varejo e-commerce uma vez que os investidores irão se questionar se outras empresas estariam adotando as mesmas práticas contábeis da Americanas, “o que evidencia um risco (e nesse momento, é apenas um risco) de ocultação de informações relevantes no balanço dessas companhias”.