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Executivos da Via (VIIA3) deram mais detalhes do plano de reestruturação, anunciado na véspera, durante a teleconferência de resultados realizada com analistas nesta sexta-feira (11) e em entrevista ao InfoMoney. A companhia espera que parte dos impactos já tragam resultados neste ano, mas vê, também, as movimentações se estendendo até o início de 2025.
O diretor executivo (CEO) Renato Franklin, que assumiu o cargo em abril vindo da Movida (MOVI3), explica que cada iniciativa tem o seu prazo para dar resultados.
“Quando falamos em fechamento de lojas e diminuição de pessoal, teremos um impacto completo até setembro. Quando falamos em redução de estoque, vamos recapturar capital até o final do ano. Quando falamos em reestruturação de capital, com o FDIC do crediário, demorará mais, correndo ao longo do próximo. Por isso falamos que o plano é 2025”, explicou o executivo.
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A Via vinha, há algum tempo, enfrentando restrições de caixa. No primeiro trimestre, a varejista teve um fluxo negativo de R$ 1,1 bilhão, fechando com um caixa de R$ 3,5 bilhões. No segundo, esse número caiu mais R$ 760 milhões, para R$ 2,8 bilhões.
Mesmo antes da divulgação do resultado do segundo trimestre e do plano, o JP Morgan, por exemplo, já havia sinalizado que esperava a descontinuidade de algumas categorias menos rentáveis para liberação de capital de giro – que foi parte do que a varejista anunciou no seu plano de transformação.
Os executivos não deram muitos detalhes de quais tipos de produtos a Via deixará exatamente de vender no seu e-commerce, mas citaram como exemplo “cervejas e itens de higiene pessoal”. No geral, a companhia irá deixar a comercialização desses produtos, com baixo ticket e até com margem negativa, para os parceiros do marketplace.
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Já no caso das lojas, a varejista também estuda as unidades que serão fechadas ou não e descarta a concentração dos encerramentos em marcas ou regiões.
“Das até 100 lojas fechadas anunciadas no plano, 50 já vimos que tem de fechar. Das outras 50 estamos negociando aluguel, melhorando estoques. Estamos estudando a rentabilidade das unidades”, explicou o CEO.
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A soma entre descontinuação de categorias e fechamentos deve liberar até R$ 1 bilhão em redução de estoques. O encerramento de lojas e o desligamento de seis mil funcionários também deve diminuir custos, porém ainda sem projeções.
Fora isso, a reversão de créditos fiscais também está no radar para 2023, com a empresa projetando a geração de R$ 2,5 bilhões, sendo que cerca de R$ 1,2 bilhão já foram monetizados.
A Via explica que no curto prazo, contudo, as movimentações devem trazer alguma pressão de margens. Parte da redução de estoque virá de saldões, ou seja, com a Via oferecendo descontos aos clientes. A partir do próximo ano, no entanto, a tendência deve mudar.
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“Olhando para a margem bruta no longo prazo, vemos melhoria incremental. Isso sem contar a melhora do mercado, que acreditamos que uma hora vai acontecer”, disse Franklin. “Riscos de execução no plano são baixos, resultado virá do trabalho, sem nada muito complexo. Algumas alavancas mais estratégicas que elaboramos não estão no plano porque dependem, ai sim, de questões externas”.
Ao longo de 2024, o plano da Via ficará para a reestruturação do seu capital. A empresa espera arranjar fundos para o seu sistema de crediário oferecendo FIDCs (Fundo de investimento em direitos creditórios) no mercado, com potencial de liberação de até R$ 5 bilhões do capital da empresa alocado hoje em dia nesse sistema de crédito.
Por fim, a varejista espera também algum ganho, de até R$ 150 milhões, com a venda de imóveis e monitora a venda de subsidiárias. “Quando falamos de venda de subsidiárias não estamos falando de vendas de marcas. É preciso deixar claro”, explicou o CEO.
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Todas essas iniciativas, para a nova diretoria, devem reforçar a credibilidade da companhia e a sua posição de liquidez. Recentemente, inclusive, algumas debêntures da Via foram negociadas com com um desconto de 30% no mercado secundário.
“Sobre essa questão, vemos que alguém se assustou. Foi uma transação pequena e pouco racional, mas precificou. Não há uma única bala de prata para resolver essa questão. Nós estamos capitalizados, com caixa e com debêntures vencendo ano que vem. O que vai resolver isso, contudo, são as várias balas”, expõe. “A transformação é que vai resolver”.