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SÃO PAULO – Em relatório para comentar o desempenho do mês de setembro, a Verde Asset, gestora de Luis Stuhlberger, afirmou que decidiu manter o portfólio bastante alocado em juro real no Brasil, mas também zerou a maior parte dos hedges do portfólio de ações brasileiras.
Isso por que, de acordo com os gestores, o crescimento da economia brasileira continua dando sinais de ter entrado num ritmo mais forte; eles apontam que a confiança do consumidor e do empresariado estão em alta, trazendo de volta algum consumo que vinha reprimido, e também a perspectiva de mais investimentos. “Embora questionemos a sustentabilidade do crescimento no médio prazo, no curto prazo as coisas de fato estão melhores e o cenário político praticamente não importa, pelo menos pelos próximos dois trimestres”, avaliam.
Neste momento, apontam, o fato do governo de Michel Temer ser o mais impopular da da história é irrelevante e a liquidez global dá ao Brasil passe livre para não fazer reformas – por ora. “Junte-se a isso uma inflação de alimentos em queda livre e o juro deve ir para 7,0%, talvez até abaixo”, afirmam os gestores.
Por outro lado, eles alertam: “o mercado, como de praxe, exagera no otimismo, e os múltiplos da maioria das ações já refletem não só melhora de crescimento, mas também forte alavancagem operacional e pricing power por parte das empresas. Muitas delas não conseguirão entregar, e isso ficará claro nos próximos anos”. Contudo, ainda assim, a Verde Asset afirma ser possível encontrar boas companhias a valuations razoáveis, capazes de compor capital a taxas atrativas nos próximos anos. Dentre os setores estão principalmente os financeiros, de energia elétrica, shoppings, consumo discricionário e saúde.
Em setembro, a Verde Asset teve um desempenho positivo de 0,51%, ante 0,64% do CDI – no acumulado do ano, o ganho é de 5,45% ante 8,05% do CDI. “A Verde em setembro obteve ganhos nas posições de ações, tanto na parte global quanto no Brasil; na posição vendida no Renminbi, na posição de juro real no Brasil, e também na posição tomada em juro real no Reino Unido. As perdas vieram do euro, que viu uma reversão de parte do movimento recente, e nos hedges em pré no Brasil”.