Vendas de Natal vão acelerar neste fim de semana, mas inflação preocupa, diz analista

Laryssa Sumer, analista de varejo da XP, afirma, no entanto, que a expectativa do setor é bastante positiva

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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O trimestre mais importante do varejo começou com a Black Friday, no último dia 29 de novembro, e segue com as vendas de final de ano, especificamente por conta do Natal. A XP foi a campo e visitou mais de 50 lojas para tentar medir o termômetro de como os vendedores do setor estão sentindo as vendas na ponta nos últimos meses do ano.

“Por mais que a gente tenha tido perspectivas positivas na Black Friday, o Natal é o grosso da performance do trimestre”, ressaltou Laryssa Sumer, analista de varejo da XP, que participou do programa Morming Call da XP nesta quarta (11).

Expectativa de bater metas

“As vendas começam a acelerar no dia 15 de dezembro, quando os consumidores passam de fato a ir as lojas para comprar presente de Natal”, destacou. “As expectativas dos vendedores são bastante positivas, principalmente para aqueles que tiveram a Black Friday um pouco mais morna, de que as metas de venda sejam batidas com o Natal”, complementou.

Mas, segundo ela, a alta dos preços aflige os vendedores. “A inflação é um ponto que preocupa a demanda para o quatro trimestre, e como isso vai impactar o bolso do consumidor e as vendas de Natal”, afirmou.

Outro ponto que preocupa o setor é a instabilidade do clima. Segundo a analista, no primeiro semestre do ano, o inverno mais quente que o normal, atrapalhou as vendas principalmente das lojas de departamentos.

“E agora, a gente ouve um discurso parecido, com vendedores se preocupando com a volatilidade do clima que vem ocorrendo. A coleção de verão está nas lojas e o clima está um pouco mais frio. Isso começa a preocupar alguns vendedores, mas ainda não é nada crítico”, pontuou.

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Black Friday mista

Sobre como a Black Friday, as tendências foram mistas, de acordo com o levantamento da XP. “A gente viu algumas lojas com discursos bastante positivos. Essas com discursos positivos, as vendas foram principalmente sustentadas por melhores taxas de conversão, coleções mais assertivas e também maiores descontos”, explicou.

Laryssa Sumer disse, por outro lado, que algumas lojas tiveram um discurso mais pessimista, com uma Black Friday um pouco mais fraca por conta de um cenário racional de preços. “Algumas categorias e lojas também tiveram uma abordagem um pouco mais conservadora nos descontos”, complementou.

Algumas lojas comentaram ainda sobre fluxo de consumidores um pouco mais baixo, atrapalhando as vendas para alguns lojistas durante a Black Friday.