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SÃO PAULO – A volta do feriado de Corpus Christi é movimentada no mercado acionário brasileiro, com uma série de fatos novos divulgados pelas empresas entre a noite de quarta e a manhã desta sexta-feira no radar dos investidores, além do próprio desempenho dos ADRs no mercado internacional durante o período sem negociações na B3.
Confira os principais destaques:
Petrobras (PETR3; PETR4)
A companhia anunciou, na noite de quarta-feira, um novo reajuste de preços nos combustíveis. Segundo a estatal, será feita uma redução do preço médio nas refinarias em 2,3% para a gasolina e em 5,8% para o diesel. O comitê da Petrobras reiterou que a partir de agora pretende fazer revisões em intervalos menores que 30 dias, devido à forte volatilidade dos preços do petróleo no mercado internacional. Em 25 de maio, a companhia já havia feito um corte de 5,4% no preço da gasolina e de 3,5% no diesel.
Bancos
Os cinco maiores bancos do país — Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC3; BBDC4), Santander Brasil (SANB11), Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil (BBAS3) — informaram o mercado que foram firmados, na quarta-feira, os documentos definitivos necessários para a constituição da Gestora de Inteligência de Crédito. O controle da companhia será compartilhado igualmente entre as partes, o conselho de administração terá indicados de todas as instituições e a diretoria terá dedicação exclusiva ao negócio, “preservando a gestão independente da empresa”. A gestora concorrerá diretamente com as empresas Serasa Experian, Boa Vista SCPC e SPC Brasil, atuando tanto no cadastro positivo (de adimplentes) como negativo (de inadimplentes). O acordo estabelece o compromisso dos cinco bancos em continuar contratando as empresas de informação de crédito atuantes no mercado, não compartilhar estrutura com a empresa a ser criada, ter metas de adesão ao cadastro positivo e o monitoramento da gestora por auditoria independente. JBS (JBSS3) A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou o rating da holding J&F de B+ para B-, após promover downgrades nas notas de crédito das controladas JBS e Eldorado. A instituição vê casos de corrupção como destaque em relação à inabilidade do grupo, no passado, para implementar controles de risco eficientes. Segundo relatório da S&P, o rebaixamento reflete um aumento de alavancagem do grupo, em comparação com as dívidas ajustadas, aumento de risco de refinanciamento e enfraquecimento considerável de principal ativo. Os especialistas a agência acreditam que a capacidade de a J&F honrar com seus compromissos está muito mais ligada a desinvestimentos do que ao fluxo de dividendos nas subsidiárias. No mesmo relatório, a agência disse, atribuindo a informação à administração da empresa dos irmãos Batista, que a holding planeja vender ao menos R$ 8 bilhões em ativos no curto prazo. Segundo a S&P, a J&F colocou à venda linhas de transmissão de energia e a Vigor Alimentos e estuda se desfazer ainda de Eldorado, Alpargatas e Flora. Sobre a Eldorado Brasil Celulose, também houve alteração no rating pela S&P: de B+ para B-. O jornal Valor Econômico informa, nesta sexta-feira, o grupo chileno Arauco está na dianteira do processo de compra do controle da companhia, com uma oferta acima de R$ 11 bilhões de valor total do ativo (incluindo a dívida de R$ 8 bilhões da fabricante de celulose), o que é considerado bastante atrativo. As expectativas são de que um desfecho para a operação bilionária seja anunciado entre hoje e o fim de semana. O jornal O Estado de S. Paulo de hoje também informa que já estão aparecendo interessados na compra da Alpargatas, dona da marca Havaianas. Segundo a publicação, um dos nomes cogitados é o do fundo Cambuhy, que tem entre os sócios a família Moreira Salles. Mas há uma série de outros interessados, apesar de se dizer que o cheque é alto e que o processo de desinvestimento ainda está confuso por não ter sido formalizado. Ainda no noticiário do grupo, Wesley Batista, acionista da J&F Investimentos, deixou a presidência do conselho de administração da Pilgrim’s Pride, processadora de carne de frango norte-americana, cujo acionista majoritário é a JBS. Segundo a empresa, o executivo renunciou e será substituído pelo diretor financeiro da divisão de alimentos da JBS nos Estados Unidos, Denilson Molina. O irmão Joesley Batista também deixou o conselho. Fleury (FLRY3) O processo consta na mais recente versão do formulário de referência enviado pela companhia à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), datada de 14 de junho deste ano. No documento, a companhia diz que “a ação questiona a legalidade da contratação de empresas médicas especializadas e, atualmente feito via pessoa jurídica, e requer o pagamento de multa a título de danos morais coletivos”, na cifra de R$ 3 milhões. A primeira instância julgou a ação improcedente, mas foi reformada por acórdão do TRT, que determinou: 1) liminarmente que a companhia se abstenha de realizar novas contratações de trabalhadores na forma de pessoa jurídica para funções relacionadas à atividade-fim; 2) que a companhia efetive o registro em carteira dos profissionais médicos, que tiverem efetiva subordinação; 3) o pagamento de multa por dano moral coletivo no valor de R$ 3 milhões. A chance de perda é avaliada pelos advogados contratados pela empresa como “possível”. Ainda segundo o documento, em 31 de dezembro, a Fleury figurava no polo passivo aproximadamente 1.013 processos judiciais e procedimentos administrativos trabalhistas, com valor total em discussão de aproximadamente R$ 160,8 milhões. As estimativas do passivo provável são de R$ 21,2 milhões, que, de acordo com a empresa, estão “totalmente provisionados para fazer frente a eventuais resultados adversos”. BR Properties (BRPR3) Triunfo (TPIS3) Contax (CTAX3) Locamerica (LCAM3) Recomendações
As ações de Tenda (TEND3) foram iniciadas com recomendação outperform pelos analistas do Banco do Brasil. Já os papéis da Gafisa (GFSA3) receberam recomendação de market perform. Os papéis da BR Malls (BRML3), por sua vez, foram elevadas de underperform para neutras pelo Safra, ao passo que as ações da Cesp (CESP6) foram rebaixadas de outperform para neutras pelo Credit Suisse. (com Agência Brasil e Bloomberg)
A processadora de proteína animal comunicou, também na noite de quarta, a nomeação do diretor-presidente da Vigor, empresa do setor de lácteos da holding J&F, Gilberto Xandó, para o seu Conselho de Administração. O executivo substitui Joesley Batista, que renunciou à sua posição de membro desse conselho no último dia 26 de maio, após sua delação premiada que incluiu gravação de conversa com o presidente Michel Temer.
A companhia informou o mercado, na noite de quarta, que o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro) reformou parcialmente a decisão de primeira instância da Ação Civil Pública na qual se discute a legalidade da contratação, pela companhia, de empresas médicas especializadas e que ela irá interpor recurso de revista e medida cautelar aos tribunais superiores. Segundo a Fleury, “a possibilidade de êxito não foi alterada na avaliação dos assessores jurídicos, em razão de precedentes já existentes no Tribunal Superior do Trabalho”.
O conselho de administração da companhia aprovou a realização de oferta pública de distribuição primária de ações, com esforços restritos de colocação, em operação que pode movimentar cerca de R$ 955 milhões. Serão ofertadas 94.701.608 ações ordinárias, que podem ser acrescidas de um lote suplementar de até 15%, ou 14.205.241 ações, segundo fato relevante divulgado nesta sexta. Tendo como indicativo o preço de fechamento de 14 de junho, de R$ 8,77 por ação, a transação pode movimentar cerca de R$ 955,1 milhões.
Em dados operacionais referentes ao período entre janeiro e maio apresentados ao mercado, a companhia informou que o tráfego em rodovias caiu 2,6% na comparação anual. Já a movimentação de contêineres cresceu 2,8% nos mesmos parâmetros. O total de passageiros em Viracopos, por sua vez, teve alta de 3,5%, e o volume de cargas cresceu 17,3% em suas áreas de atuação.
A companhia informou o mercado que foi aprovado em assembleia geral de debenturistas a postergação dos vencimentos dos pagamentos de juros remuneratórios das debêntures de 3ª emissão, previstos anteriormente para 15 de junho. Depois disso, a assembleia foi suspensa, com reabertura prevista para 28 de junho.
A locadora de automóveis comunicou que foi aprovada pelo conselho de administração a emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em série única, no total de R$ 300 milhões, com prazo de duração de cinco anos e vencimento previsto para 20 de junho de 2022.