Vale (VALE3), siderúrgicas e petroleiras têm sessão de disparada com commodities após novas notícias de reabertura da China

Apesar de não confirmada, notícia de que China flexibilizará sua política de Covid-zero impulsiona blue chips na sessão

Equipe InfoMoney

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As commodities roubaram a cena da bateria de resultados na sessão desta sexta-feira (4) e guiaram as maiores altas do Ibovespa no pregão, com notícias positivas vindas principalmente da China, ainda que não confirmadas.

Os mercados acionários e de títulos também estiveram em alta no exterior, reagindo aos rumores de que o governo chinês irá flexibilizar sua política em relação à Covid. As bolsas subiram forte em Hong Kong (+5,36%), Shenzhen (+2,4%) e Xangai (+2,4%). A possibilidade de retomada da economia animou os investidores que já vinham testando o mercado que está com gigantescas posições vendidas, conforme destaca análise da Nova Futura Asset.

O minério de ferro em Cingapura subiu 5,13%, saindo a US$ 86 a tonelada. O petróleo também registrou alta, com o contrato do brent para janeiro fechando com ganhos de 4,12%, a US$ 98,57 por barril, e avançando 5,12% na semana. Já o WTI para dezembro subiu 5,04%, a US$ 92,61 por barril, com alta semanal de 5,4%.

Com isso, as ações de commodities foram destaque de alta na sessão. Usiminas (USIM5; R$ 8,02; 7,65%), Vale (VALE3, R$ 72,25, +7,59%), CSN (CSNA3, R$ 13,59, +6,34%) e, fora do índice, CSN Mineração (CMIN3, R$ 3,69, +5,13%) dispararam entre mineradoras e siderúrgicas.

As petroleiras – exceto Petrobras (PETR3;PETR4), em meio ao risco político, apesar do balanço forte – também subiram forte seguindo o desempenho do petróleo, caso de 3R Petroleum (RRRP3, R$ 51,31, +7,16%) e, em menor escala, PRIO (PRIO3, R$ 37,65, +2,48%).

Os contratos futuros de minério de ferro solidificam seus ganhos semanais. Além das apostas contínuas de que a China, maior produtora mundial de aço, aliviaria suas rígidas regras de Covid-19 no início do próximo ano, está ainda no radar a retórica pró-crescimento de Pequim.

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O minério de ferro mais negociado em janeiro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com alta de 4,9%, a 662,50 iuanes (US$ 91,35) a tonelada, a caminho de seu primeiro aumento semanal em quatro semanas.

Em outubro, o minério de ferro de Dalian sofreu sua maior queda mensal em 22 meses devido principalmente a uma perspectiva sombria para a demanda chinesa pelo ingrediente siderúrgico.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência de dezembro subiu 5,5%, a US$ 86,20 a tonelada.

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A reversão do mercado nesta semana ocorre apesar da Comissão Nacional de Saúde da China ter dito na quarta-feira que o país deve se ater inabalavelmente à política de zero Covid, e as autoridades terem negado o conhecimento de um suposto comitê formado para avaliar a reabertura das fronteiras em março.

“Os rumores da saída da China da estratégia Covid-zero no primeiro trimestre de 2023 estão ganhando força, apesar de o governo os refutar”, disse Atilla Widnell, diretor administrativo da Navigate Commodities.

A Bloomberg News informou nesta sexta-feira, citando fontes, que a China está trabalhando em um plano para encerrar um sistema que proibia a entrada de voos com passageiros infectados com o vírus da Covid-19. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse, porém, que não estava ciente da reportagem. As políticas de Covid da China são consistentes e claras, afirmou Zhao a repórteres em um briefing diário em Pequim.

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De acordo com a reportagem, o Conselho de Estado, que supervisiona a burocracia da China, pediu recentemente a agências governamentais e reguladores da aviação civil que se preparem para encerrar o mecanismo.

Anteriormente, as companhias aéreas enfrentavam uma proibição se seus voos levassem pessoas infectadas com Covid para a China. Um mecanismo semelhante para Hong Kong foi suspenso em julho.

A notícia de que o país irá oferecer vacinas de mRNA da BioNTech para os estrangeiros que vivem no país também impulsionam o mercado. Segundo Olaf Scholz, chanceler alemão, este seria “um potencial primeiro passo para oferecer a vacina amplamente em todo o continente”.

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Além disso, nesta semana, os reguladores chineses declararam que o desenvolvimento econômico continua sendo uma prioridade, buscando acalmar os temores dos investidores estrangeiros de que a ideologia possa ter precedência quando o presidente Xi Jinping estender seu mandato e assumir o controle do novo Comitê Permanente do Politburo.

Mais tarde, em teleconferência do Citi a qual a Reuters teve acesso, uma ex-autoridade de controle de doenças da China afirmou que o país fará mudanças substanciais em sua política de “Covid-zero” nos próximos meses.

Zeng Guang, ex-epidemiologista-chefe do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças que permaneceu falando publicamente sobre luta da China contra a Covid-19, disse que as condições para a abertura do país estão “acumulando”, citando novas vacinas e o progresso que a China fez na pesquisa de medicamentos antivirais.

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Questionado pelo economista-chefe do Citi na China, Yu Xiangrong, se a China se abrirá após sua reunião anual do Parlamento, que tradicionalmente ocorre no início de março, ele disse que muitas novas políticas serão introduzidas nos próximos cinco a seis meses, sem indicar a base para essa informação.

“A situação está mudando agora e a política de “Covid-zero” da China também passará por grandes mudanças. Mudanças substantivas acontecerão em breve”, disse ele, de acordo com a gravação da sessão, intitulada “Estratégia de saída da China da Covid-zero”.

(com Reuters)