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A Vale (VALE3) divulga seus resultados do quarto trimestre de 2021 nesta quinta-feira (23), após o fechamento do pregão. De maneira geral, a expectativa dos analistas é que a companhia trará volumes maiores de vendas, algo já comprovado pelas prévias operacionais, mas com o minério a preços menores impactando a receita.
Segundo a Refinitiv, as projeções médias para a receita são de US$ 13,3 bilhões entre outubro e dezembro, ante US$ 12,682 bilhões no terceiro trimestre. Para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) e para o lucro líquido, por sua vez, as projeções médias são, respectivamente, de US$ 6,6 bilhões, ante US$ 6,9 bilhões nos três meses imediatamente anteriores, e de US$ 4,703 bilhões, ante US$ 3,9 bilhões.
“Esperamos preços realizados significativamente mais baixos, de US$ 100 por tonelada, queda de 20% no trimestre, compensando volumes sazonalmente maiores, de 86 milhões de toneladas”, afirmam Fernando Ferreira, Jennie Li e Rebecca Nossig, analistas da XP Investimentos.
O Itaú BBA vai no mesmo caminho, apontando que a mineradora deve ter embarcado 90 milhões de toneladas entre outubro e dezembro, 14 milhões a mais do que no terceiro trimestre. Pare eles, isso deve compensar os menores preços do minério e trazer ganhos operacionais para a companhia, diluindo, por exemplo, os gastos com frete.
A XP e o Morgan Stanley endossam a percepção de que a mineradora verá uma diluição em seus custos. Apesar disso, porém, nenhuma das três casas vê a margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) melhorando. No terceiro trimestre, a Vale registrou uma margem de 55% e, para o quarto, XP, Morgan Stanley e BBA fixam suas projeções para esses índices em, respectivamente, 51,6%, 51,7% e 54,5%.
A diferença entre as projeções do BBA e das duas outras análises pode ser explicada, talvez, pelo fato de o banco enxergar um declínio gradual dos custos da Vale com operações paralisadas – em outubro, por exemplo, a Vale retomou suas atividades na mina Onça Puma, após lítigio na justiça, e no mesmo mês a companhia ganhou o direito de voltar a operar parcialmente em estrada de ferro no Complexo de Mariana, em Minas Gerais.
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Para o Ebtida, a XP e o Morgan Stanley, com isso, também têm números mais parecidos, de US$ 6,32 bilhões e US$ 6,49 bilhões, respectivamente. O Itaú BBA, por sua vez, vê esse número ficar próximo dos US$ 7,45 bilhões.
Analistas divergem quanto a preço médio do minério vendido pela Vale
Além de projetar maior Ebitda, o Itaú BBA é também um pouco mais otimista quanto à receita. O banco brasileiro vê que o faturamento total chegará a US$ 13,6 bilhões, número consideravelmente maior do que os US$ 12,5 bilhões do Morgan Stanley e os US$ 12,2 bilhões da XP.
A diferença nesse quesito, em parte, é explicada pelo fato de o banco brasileiro ver um cenário em que o preço médio das vendas de minério da Vale será mais alto do que nas outras duas projeções – de US$ 113, ante US$ 100 da XP, por exemplo. O BBA afirma também ver a Vale se beneficiando de “mecanismos de precificação”.
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O BBA e a XP, por fim, divergem ainda um pouco de como se dará a performance da mineradora nos metais básicos.
“Com relação aos Metais Básicos, temos um Ebitda maior no trimestre, de US$ 1,03 bilhão, recuperando os impactos da greve no Canadá”, afirmam, fazendo referência a planta da companhia brasileira no país da América do Norte que lida com a extração de níquel e metais como cobre, que ficou em greve por boa parte do terceiro trimestre. O BBA, por sua vez, vê o Ebitd54,5% ea deste braço fechando dezembro em US$ 690 milhões, pouco aquém da projeção da XP.
A XP projeta o lucro líquido da Vale em US$ 4,4 bilhões, o Morgan Stanley em US$ 3,7 bilhões e o Itaú BBA em US$ 4,8 bilhões.
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