Vale vai operar dez caminhões autônomos em Carajás

Veículos vêm sendo testados na rota entre a frente de lavra e a área de descarga do minério de ferro

Estadão Conteúdo

(Divulgação)
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A mineradora Vale (VALE3) deve colocar em operação definitiva, nos próximos meses, uma frota de dez caminhões fora de estrada autônomos em Carajás (PA), a maior mina a céu aberto do mundo. Com capacidade para transportar 240 toneladas de uma só vez, os veículos vêm sendo testados na rota entre a frente de lavra e a área de descarga do minério de ferro.

Segundo a mineradora, os caminhões são controlados por sistemas de computador, sem um operador na cabine, e contam com GPS, radares e inteligência artificial.

Ao detectar riscos, paralisam suas operações até o caminho ser liberado. A Vale vai investir US$ 40 milhões (cerca de R$ 200 milhões) em seu programa de autônomos neste ano. O objetivo é expandir a frota para 50 caminhões do tipo até o fim de 2024.

Atualmente, a Vale já opera 13 caminhões autônomos em Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), fazendo da mina a primeira do Brasil com a operação 100% autônoma. Desde 2016, quando foram iniciados os primeiros testes na mina, esses veículos já movimentaram 100 milhões de toneladas, marca alcançada em junho.

Em quase seis anos de operação, não houve acidentes com os caminhões autônomos, informa a empresa. “Os equipamentos possuem sensores que mapeiam e identificam, de forma contínua, o relevo, objetos e pessoas, de modo que a tecnologia autônoma pode paralisar a operação de um ou mais caminhões em caso de mudanças que não estavam previstas no trajeto determinado pelo centro de controle”, diz Kléber Gonçalves, gerente de operação e infraestrutura de Brucutu.

No total, os veículos já rodaram em Brucutu 1,8 milhão de quilômetros. O consumo de combustível seria 11% menor do que nos caminhões tripulados, resultando em uma redução de 4,3 mil toneladas de gás carbônico por ano na atmosfera. A produtividade também é maior. Segundo a Vale, a quantidade de minério transportada por hora teve aumento de 11% em Brucutu.

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Os operadores que ficavam na cabine receberam treinamento e foram realocados em outras funções, como nas salas de controle dos veículos. “Certamente o avanço mais importante propiciado pela implantação é a redução da exposição de pessoas ao risco”, disse o gerente executivo do Complexo de Brucutu e Água Limpa, Jefferson Corraide.

Dentro do programa de autônomos, a Vale também investe em perfuratrizes – máquinas que perfuram o solo para saber onde o minério está. Atualmente, 11 delas estão em operações em Minas Gerais e no Pará. Até o fim do ano devem ser 21. Outro projeto em curso é de automatizar as máquinas de pátio, que já foi concluído na Malásia e está em implantação em quatro Estados do Brasil.

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