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(Reuters) – A Vale (VALE3) afirmou nesta sexta-feira que uma expansão das operações em Carajás, fruto de investimentos que serão realizados nos próximos anos, permitirá que a produção de minério de ferro do principal ativo da companhia chegue a um ritmo de 200 milhões de toneladas ao ano em 2030.
Em comunicado, a Vale confirmou investimento de R$ 70 bilhões no complexo situado no Pará nos próximos cinco anos, após o Palácio do Planalto ter antecipado o valor em nota divulgada esta semana anunciando visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao local, nesta sexta-feira.
A companhia ressaltou que o investimento do Programa Novo Carajás, que marca 40 anos de atuação da Vale na região, está em linha com o guidance já divulgado. Durante a divulgação de seu plano anual, a mineradora previu em dezembro investimentos de 3,5 bilhões a 4 bilhões de dólares em soluções de minério de ferro em 2025 e nos anos seguintes.
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“Carajás é um caso de sucesso de parceria entre público e privado, voltada para a proteção da floresta onde produzimos, com processos de mineração a seco e tecnologias inovadoras, cerca de 60% do minério que o Brasil exporta”, disse o presidente da Vale, Gustavo Pimenta.
O aumento da capacidade de produção de minério de ferro virá da expansão da mina de Serra Sul (S11D) e com a reposição da exaustão das minas atuais, disse a Vale.
O Sistema Norte da Vale, que abriga Carajás, produziu 177,5 milhões de toneladas de minério de ferro em 2024, ou mais da metade do total produzido pela companhia no ano passado.
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No caso do cobre, o crescimento esperado da produção da Vale é de 32%, elevando a produção na região para cerca de 350 mil toneladas, segundo a empresa, que cita o metal como importante matéria-prima para a fabricação de baterias e outros equipamentos importantes na transformação da economia em transição energética.
No Pará, a Vale produz ainda cobre e níquel nas minas do Sossego, Salobo e Onça Puma.
“O Programa Novo Carajás traz ganhos para o Brasil, com o potencial de posicionar o país na liderança global no fornecimento de minerais críticos e reforçar seu protagonismo no combate às mudanças climáticas”, ressaltou Pimenta.
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Segundo ele, o programa amplia o negócio gerando valor e alavancando “oportunidades estratégicas de mercado para a companhia em uma economia baseada na indústria de baixa emissão de carbono”.
A Vale destacou também que o programa terá uma contribuição relevante no PIB do Pará, na ordem de R$80 bilhões a R$100 bilhões ao ano/ano, enquanto a produção futura permitirá um aumento de R$15 bilhões nas exportações do Estado.
A participação da Vale como vetor o crescimento da economia foi cobrada ao longo do ano passado, quando integrantes do governo, incluindo o próprio presidente Lula, reclamaram da falta de diálogo com a administração anterior da mineradora, entre outras críticas.
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Em meio a polêmicas, houve mudanças na cúpula da empresa, que se aproximou do governo.
A mineradora destacou que tem investido na chamada “mineração circular”, como é o caso do projeto Gelado, em Carajás, que prevê o reaproveitamento do rejeito do processo de produção de minério de ferro.
Até 2030, a Vale prevê que 10% de sua produção total de minério de ferro seja composta por produtos de “mineração circular”.
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“Gelado, com uma produção de 6 milhões de toneladas/ano resultante do reaproveitamento de rejeito, terá um papel fundamental nessa meta, em direção a uma mineração sem rejeitos e produtos com baixa pegada de carbono”, disse e mineradora.
A Vale também chamou a atenção para seus investimentos na área ambiental.
Em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Vale afirmou que ajuda a proteger cerca de 800 mil hectares de florestas no Mosaico de Carajás, uma área que equivale a cinco vezes a cidade de São Paulo.