Vale, Petro e Itaú Unibanco permanecem na liderança em carteiras para abril

Ações mais defensivas, como TIM, Telefônica Brasil e CCR ganham mais espaço em período de maior cautela com economia global

Nara Faria

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SÃO PAULO – A exemplo do mês anterior, a preferência dos analistas permaneceu por ações de blue chips nas carteiras de recomendação para o mês de abril, de acordo com compilação realizada pelo Portal InfoMoney. Para o mesmo período, foi verificado ainda o aumento das citações de empresas ligadas aos setores mais defensivos, refletindo a redução da euforia do mercado por ativos de maior risco nos primeiros meses do ano. 

Nesta compilação, que contou com 30 carteiras de bancos e corretoras, a mineradora Vale (VALE5), apesar de um voto a menos, se comparado ao mês anterior, manteve-se no primeiro lugar com 15 votos. No mesmo sentido, a Petrobras (PETR4) garantiu a segunda colocação, apesar dos dois votos a menos, se comparados aos 14 votos recebidos no mês de março. Em seguida, o Itaú Unibanco (ITUB4), apesar de um voto a menos, ficou com a terceira colocação em abril, com 12 recomendações.

Dentre as companhias reconhecidas como mais defensivas, as ações do setor de telefonia, TIM (TIMP3) e Telefônica Brasil (VIVT4) aumentaram de três e quatro votos, respectivamente, para seis em carteira no mês de abril. As ações da CCR (CCRO3) também aumentaram de dois para cinco votos neste mês. 

Os portfólios selecionados para a compilação pertencem à Amaril Franklin, Ativa, BB Investimentos, Bradesco, BTG Pactual, Citi, Fator (2 portfólios), Geração Futuro, Geral, Gradual, HSBC, Itaú BBA, Novinvest, Omar Camargo (2 carteiras), PAX, Planner, Rico, SLW (3 carteiras), Socopa, Souza Barros,  TOV, UM, Walpires, XP (2 carteiras) e Win.

Perspectiva para abril
Na opinião da equipe de análise do BB Investimentos, o cenário mais defensivo mostrado nas carteiras reflete um mercado mais seletivo na busca de ações, após a forte alta registrada no primeiro trimestre do ano, tanto no Brasil como no exterior.

Segundo a equipe de análise do banco, continuarão em foco as questões relacionadas aos problemas da dívida da Zona do Euro, onde após a reestruturação da dívida grega, os demais países chamados PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) deverão receber maior atenção. Além disso, os dados poderão sinalizar a recuperação gradual da economia dos Estados Unidos e uma possível desaceleração na China. 

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“A ponderação de riscos recomeçou a pesar para um cenário menos otimista, diante das incertezas advindas da economia internacional e do comportamento do preço do petróleo”, completam os analistas da Ativa Corretora

Ação Recomendações

abril/2012 

 Recomendações

março/2012  

Vale PNA 15 16
Petrobras PN 12 14
Itaú Unibanco PN 11 11
OGX ON 7 7
Bradesco PN 6 6
Brasil Foods ON 6 5
Gerdau PN 6 9
Multiplus ON 6 4
Pão de Açúcar PN 6 5
TIM ON 6 3
Telefônica Brasil ON 6  4
AmBev PN 5 4
CCR ON 5 2
Cemig PN 5 3
Energias do Brasil ON 5 5
Natura ON 5 3
Localiza ON 5 3
 Banco do Brasil ON 4 3
Copel PNB 4 3
Cosan ON 4 3
Magazine Luiza ON 4 4
Marcopolo PN 4 4
Raia Drogasil ON 4 4
Totvs ON 4 3
Valid ON 4 0

VALE5: ações descontadas e dados atrativos
Apesar do noticiário indicando desaceleração chinesa e da expectativa de resultados mais modestos para o primeiro trimestre de 2012, a equipe de análise da Planner Corretora acredita que a Vale ainda sustenta múltiplos baixos e indicadores atrativos, o que justifica a recomendação de seus ativos. 

Em complemento, a equipe de análise da Gradual Investimentos explica que o desempenho econômico-financeiro sólido, crescimento da produção, aliados à entrega de novos projetos e diante de um cenário de sustentabilidade da demanda global resultam na continuidade do cenário positivo para a Vale nos próximos trimestres.

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“O forte movimento de urbanização na China e em outras economias asiáticas deve prosseguir, mesmo diante da recessão na Europa, mantendo a demanda por minério de ferro, em um quadro de oferta apertada da commodity prevista para os próximos anos”.

Petro e Itaú Unibanco mantêm 2º e 3º lugar
A Gradual Investimentos afirma que mesmo com o resultado abaixo do esperado em 2011, o atual preço da ação da Petrobras não condiz com os fundamentos e com as perspectivas de desempenho com as novas descobertas da estatal.

Para a corretora, o novo plano de investimentos, finalmente aprovado, destravou a agenda da empresa e lançou sinais positivos para o mercado. Além disso, a escolha de Graça Foster como nova CEO (Chief Executive Officer) é emblemática para a nova fase da Petrobras. “Com um perfil mais técnico, a nova gestão deverá concentrar esforços na expansão da produção da Companhia nos próximos anos, principal desafio da Petrobras”, explicam os analistas da Gradual. 

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Em relação ao Itaú Unibanco, o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, afirmou que o cenário econômico brasileiro aponta para um forte crescimento em um ciclo de pelo menos cinco anos.

“Nestas condições, o setor bancário será fortemente beneficiado pela melhora de renda, do consumo e forte ampliação do crédito, seja pela demanda mais forte por bens duráveis, imóveis e investimentos para ampliação do parque industrial”, explica Galdi.

Telefônica Brasil, TIM e CCR: escolhas defensivas
Dentre as escolhas mais defensivas vistas em carteiras para o período, a Fator Corretora elencou as ações da Telefônica Brasil e TIM para fazer frente aos riscos externos e domésticos mostrados nos dados econômicos.

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A Ativa Corretora destaca ainda a manutenção das ações da Telefônica na carteira defensiva devido à expectativa de que a empresa alcance sinergias significativas com a unificação operacional da telefonia fixa com a móvel após a incorporação da Vivo, tanto em custos e capex (investimentos em bens de capital) quanto em receitas. “Além disso, por se aproveitar de uma estrutura operacional e tributária mais eficiente, acreditamos que a empresa deverá sustentar um bom pagamento de dividendos, o que confere à mesma um perfil mais defensivo e adequado para esta carteira”, afirmam os analistas da Ativa.

Em relação à CCR, outra escolha defensiva que cresceu em quantidade de votos no período, os analistas do BTG Pactual, Carlos Sequeira, Bernardo Miranda e Antonio Junqueira apontam o pedágio como um investimento defensivo e que tem uma boa visibilidade em seu fluxo de caixa.  “Destacamos ainda a disciplina de capital da empresa, como mostrado em leilões recentes, e ganhos fortes no primeiro semestre, que devem continuar a impulsionar o desempenho das ações”, completam os analistas do BTG.