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Com os números dos segundo trimestre (2T24) em mãos, o JPMorgan atualizou suas estimativas para o setor de utilities (concessões de serviços públicos, como energia e saneamento) no Brasil, o qual está negociando a uma taxa interna de retorno (TIR) de 10,9%.
O banco também projeta dividend yield (dividendo sobre o valor da ação) de 4,1% e 3,8% em 2024 e 2025, nesta ordem.
A Energisa (ENGI11) é a principal escolha do banco entre as companhias elétricas, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 61. Os analistas acreditam que a ENGI11 é a companhia elétrica mais atraente sob sua cobertura, negociando com uma TIR de 12,1% (real em R$), contra 11,3% das distribuidoras pares e 10,9% da média do setor.
A ação tem registrado um desempenho menor ante o setor no acumulado do ano, ressalta a equipe de análise, principalmente devido à maior sensibilidade às taxas de juros, à resolução atrasada da renovação da concessão e à aquisição não tão bem recebida de participação em distribuidoras de gás estatais.
No entanto, segundo o relatório, a Energisa apresentou um dos resultados mais fortes no primeiro semestre de 2024 e não deve ter problemas em renovar suas concessões de distribuição graças a operações de qualidade de referência.
O JPMorgan reforça que Energisa é uma empresa integrada privada de alta qualidade que continua a entregar expansão da receita, apoiada pelo crescimento de volume e inflação, forte desempenho em custos e perdas de energia, disciplina de investimento e uma estrutura de capital otimizada.
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Eletrobras (ELET3)
O JPMorgan também tem recomendação de compra para Eletrobras (ELET3) e preço-alvo de R$ 55, que continua dependente de um acordo com governo para uma reavaliação. Conforme notícias recentes, a Eletrobras continua negociando com o governo federal uma solução amigável para a disputa no Supremo Tribunal Federal sobre o poder de voto.
Os analistas esperam que essa resolução, potencialmente acontecendo nos próximos 45 dias, pode ser bem recebida pelo mercado, com redução de riscos e reavaliação em curso.
“A Eletrobras é um gigante primário de geração e transmissão com fluxos de caixa relativamente previsíveis, um balanço patrimonial robusto e que está entrando em uma fase completamente nova após ser privatizada em junho de 2022”, destacam os analistas.
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Segundo o relatório, Eletrobras tem uma das maiores TIRs de capital próprio sob sua cobertura, atualmente em 14,3%.
Sabesp (SBSP3)
Para os analistas, o momento positivo persiste para a companhia de saneamento de São Paulo e reforçam sua preferência pela empresa no segmento de Saneamento após a bem-sucedida privatização.
Eles acreditam que há mais espaço para valorização após um impressionante rali de 18 meses, mas a execução será crucial. Os próximos trimestres devem apresentar ao mercado uma nova administração, um novo plano de negócios, medidas de eficiência de custos e aceleração dos investimentos.
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Com isso, o JPMorgan reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$
Alupar (ALUP11)
O JPMorgan mantém recomendação neutra para Alupar (ALUP11) e preço-alvo de R$ 33, pois aprecia a forte execução da companhia e sua disciplina de capital superior.
Segundo as estimativas, cerca de 80% do Ebitda consolidado na contabilidade regulatória provém do segmento de transmissão, o que torna a ação uma opção defensiva.
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Os outros 20% vêm da geração de energia renovável, e o banco vê com bons olhos os planos da empresa de continuar investindo nesse campo com retornos cobrindo as taxas de retorno mínimas da empresa. A ação oferece uma TIR implícita mais alta, mas menores rendimentos de dividendos em comparação com seus pares ISA CTEEP (TRPL4) e Taesa (TAEE11).
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Cemig (CMIG4)
A equipe de research do banco reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 13, uma vez que a estatal está apresentando melhorias operacionais no segmento de distribuição, crescimento no segmento de geração e simplificação corporativa por meio de vendas de ativos.
A empresa tem um plano de investimento de até R$ 42 bilhões nos próximos cinco anos no estado de Minas Gerais, tanto para construir a base de ativos quanto para expandir a capacidade de transmissão, geração e redes de gás.
Além disso, a privatização segue no radar.
Copel (CPLE6)
Após o follow-on que levou à privatização da Copel, os analistas acreditam que a ação ainda tem espaço para valorizar devido a “1) avaliação atrativa com riscos limitados de queda; 2) gatilhos positivos à frente, como descarbonização, vendas de ativos e mais medidas de eficiência; e 3) potencial para maiores pagamentos de dividendos”.
O JPMorgan mantém recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 13.
CPFL Energia (CPFE3)
Para a CPFL, o JPMorgan reitera classificação neutra e preço-alvo de R$ 40,00. A empresa é conhecida por sua disciplina financeira e governança.
Apesar de sua base em áreas mais maduras e com uma bom mix de negócios entre distribuição e geração/transmissão (60% e 40% do Ebitda, respectivamente), o banco espera que a CPFL Energia ainda deve proporcionar crescimento saudável e previsível.
Devido ao seu balanço menos alavancado, o banco ainda espera que a CPFL Energia continue demonstrando apetite por fusões e aquisições, embora sua disciplina de investimento e governança possam afastá-la de casos de reestruturação complexos.
Eneva (ENEV3)
Ao contrário de outros geradores de energia com capacidade para serem reajustados e sujeitos ao risco de preço, as usinas termelétricas da Eneva são contratadas no mercado regulado em PPAs (parceirias público privada) de longo prazo, ajustados anualmente pela inflação, proporcionando maior previsibilidade em comparação com seus pares.
O baixo despacho térmico desde 2022 comprimiu o Ebitda, enquanto as aquisições recentes deixaram a empresa altamente alavancada. Dessa forma, o JPMorgan reitera classificação neutra e preço-alvo de R$ 15.
Engie (EGIE3)
Para Engie, o banco americano tem recomendação equivalente a venda e preço-alvo de R$ 43,50, pois a companhia é negociada com avaliação premium.
De acordo com relatório, a empresa está propensa a um aumento de alavancagem devido a aquisições e grandes investimentos, e o banco modela uma taxa de pagamento de 55% para os próximos dois anos, resultando em rendimentos de dividendos de um dígito.
Além disso, a empresa pode adotar necessidades de desalavancagem durante 2024, algumas das quais podem gerar pressões, na visão do banco.
Isa CTEEP (TRPL4)
A Isa CTEEP também tem recomendação equivalente à venda e preço-alvo de R$ 24,50.
Analistas comentam que os papéis da companhia ainda fornecem uma proteção quase perfeita contra a inflação no Brasil – 100% dos contratos ajustados pela inflação e nenhum risco de volume – mas a TIR é pouco atraente e eles acreditam que há melhores oportunidades de risco-retorno em outros lugares.
“O ativo atualmente oferece uma das TIRs implícitas mais baixas do setor e carece de catalisadores positivos”, comentam.
Light (LIGT3)
O JPMorgan pontua que a Light continua sendo uma concessão de distribuição complicada, com fundamentos operacionais deficientes, como perdas comerciais acima de 50% e alta alavancagem financeira.
Segundo analistas, a empresa enfrenta desafios de fluxo de caixa e está atualmente em negociações duplas com o governo, regulador e com os credores para chegar a uma solução para os desequilíbrios da concessão.
Eles também avaliam que a evolução das perdas de eletricidade, a disputa de impostos PIS/COFINS e as condições macroeconômicas podem continuar pressionando os fluxos de caixa até que uma solução para a concessão seja alcançada.
Nesse contexto, JPMorgan mantém classificação de venda e preço-alvo de R$ 4.
Serena Energia (SRNA3)
A Serena Energia é uma empresa puramente renovável, controlada por investidores financeiros e fundos de private equity, com forte presença no Brasil e expandindo para os Estados Unidos. O desempenho eólico é crucial para este negócio, pois a diferença de avaliação estimada entre ventos P90 e ventos P50 é de aproximadamente R$ 2 por ação.
No entanto, conforme JPMorgan, o início de recentes projetos greenfield levará à desalavancagem, e vemos os projetos de energia eólica no Texas abrindo uma nova avenida para capturar uma fatia do boom de inteligência artificial (IA) nos EUA.
O banco disse que a Serena oferece uma avaliação atraente em comparação com outras empresas semelhantes no segmento, risco de valorização com o desenvolvimento de projetos nos EUA e alta sensibilidade à desalavancagem financeira, o que sustenta a classificação de compra e preço-alvo de R$ 12.
Taesa (TAEE11)
O JPMorgan reitera recomendação de venda e preço-alvo de R$ 31,50, pois a empresa já está bem precificada pelo mercado.
A equipe do banco considera a Taesa um nome de qualidade, com uma governança corporativa ainda de primeira linha, concessões com vencimentos a partir de 2030, uma excelente equipe de gestão, um forte controlador e ativos excepcionais.
Além disso, a ação oferece alta previsibilidade de ganhos, primeiro nível de dividendos e um histórico de rendimentos acima da média. No entanto, devido à sua avaliação premium, proporciona um dos menores retornos estimados em nossa cobertura.