Usiminas (USIM5) deve ter novamente custos pressionados no 3º trimestre, diz analista

Empresa divulgou seus resultados e, desde então, ação registra grande desvalorização; balanço sofreu influência da desvalorização do real frente ao dólar

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Após a queda de 23% na sexta-feira, as ações da Usiminas (USIM5) têm nova sessão de desvalorização nesta segunda-feira (29), recuando cerca de 5%, até as 12h15, cotadas a R$ 6,01, ainda como consequência dos resultados divulgados no final da semana passada e os desafios futuros.

Guilherme Nippes, analista de siderurgia da XP, participou nesta segunda do Morning call da XP, e fez uma análise do desempenho da siderúrgica no segundo trimestre do ano e o que pode se esperar no balanço do terceiro trimestre de 2024.

“O resultado da Usiminas no segundo trimestre veio abaixo do esperado reflexo ainda do desafiador segmento de aço, que foi parcialmente mitigado pela performance da área de mineração”, disse.

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Desempenho do alto-forno 3 mitigou resultado pior

O que mais o chamou a atenção no balanço do último período foram os custos. “Para a siderurgia, o custo aumentou por tonelada em relação ao trimestre anterior. Isso foi impulsionado pelo aumento de preços das placas que utilizam na produção do aço, além da desvalorização do real”, explicou.

Segundo o analista, o desempenho do alto-forno 3 na usina de Ipatinga (MG), que foi reformado ano passado, compensou parcialmente o resultado negativo da companhia.

Nippes destacou que a expectativa da empresa é de uma melhora nos volumes no terceiro trimestre, principalmente no mercado doméstico. Além disso, prevê-se potenciais ajustes de preços dada a desvalorização do real.

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“Isso acaba impactando custo de matéria-prima e parte disso deve ser repassado ao mercado”, pontuou.

Custos devem seguir pressionado

“Mas o indicativo de custos deve seguir bastante pressionado. A expectativa do mercado era que houvesse uma redução sequencial de custos ao longo dos próximos trimestres, mas a expectativa agora é que a siderúrgica deve ter uma melhora puxada pela estabilização do auto-forno 3, só que isso será parcialmente compensado pela desvalorização do real”, ressaltou.

”A moeda, sendo importante no ponto de vista de custo, deve continuar impactando a siderurgia ao longo do terceiro trimestre”, afirmou. Do lado da mineração, a Usiminas espera volumes estáveis no período de julho a setembro.

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Ebitda limitado

“Os investidores esperavam um detalhamento melhor do potencial de melhoria de custos no terceiro trimestre, o que não aconteceu, o que fez com que as ações caíssem bastante”, disse.

“Nesse sentido, a desvalorização do real deve desempenhar outro papel negativo ao longo do terceiro trimestre. Essa performance negativa do real acaba limitando o potencial incremento de Ebitda ao longo do terceiro trimestre. Isso acaba também decepcionando o mercado”, concluiu.