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Dois meses após rebaixar a recomendação para siderúrgica Usiminas (USIM5) para underperform (desempenho abaixo da média do mercado, equivalente à venda), o Itaú BBA decidiu elevá-la para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra).
O preço-alvo também foi ajustado de R$ 7 para R$ 8,50, o que representa um potencial de alta de 41% em relação ao preço de fechamento da última terça-feira (18) de R$ 6,04. Com isso, nesta quarta-feira (19), as ações USIM5 subiam 1,99%, a R$ 6,16.
O banco explica que o momentum operacional da empresa melhorou significativamente, com a implementação de aumentos de preços e uma perspectiva mais favorável para os custos, impulsionada pela recente valorização do real brasileiro.
A equipe de análise do BBA reconhece um cenário macroeconômico mais fraco para o Brasil, especialmente no segundo semestre de 2025, mas acredita que suas projeções de preço e volume para a empresa já são conservadoras.
Usiminas registra melhoria no momentum operacional da divisão de aço
Segundo as estimativas do banco, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve atingir R$ 3,0 bilhões em 2025, um aumento de 31% em relação à projeção anterior, refletindo uma visão mais positiva sobre a eficiência de custos da empresa.
Para o segmento de aço, o BBA prevê um aumento de 121% no EBITDA ano contra ano, resultando em uma margem EBITDA de 10%. Para a divisão de mineração da Usiminas, analistas esperam um crescimento de 15% no EBITDA em 2025, impulsionado por um real mais depreciado e maiores volumes, compensando a queda nos preços do minério de ferro.
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Volumes domésticos
O Itáu BBA acredita que a combinação de um crescimento do PIB mais lento e taxas de juros mais altas neste ano levará a uma deterioração gradual da demanda por aço ao longo do ano, especialmente no segundo semestre. Dessa forma, projeta um crescimento de apenas 1% na base anual nos embarques domésticos de aço da Usiminas em 2025.
Perspectiva mais favorável para os custos
Conforme o relatório, os principais insumos da Usiminas, como placas de aço e coque/carvão, apresentaram quedas significativas nos últimos meses.
Além disso, os analistas citam que ganhos de eficiência com a retomada do Alto-Forno 3 podem contribuir para um desempenho positivo nos custos em 2025. “No entanto, devido à volatilidade nos custos da empresa nos últimos trimestres, adotamos uma abordagem conservadora e incorporamos apenas uma queda de 2% na base trimestral no COGS [custos dos produtos vendidos] por tonelada no 1T25, com custos permanecendo estáveis ao longo do ano”, explicam.
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Preços do aço plano
O BBA ainda prevê um momentum positivo para os preços realizados do aço da Usiminas no primeiro semestre de 2025, impulsionado pelos aumentos de preços no setor de distribuição, reajustes contratuais no setor automotivo e elevações graduais de preços na indústria.
Embora reconheça que o prêmio doméstico de 30% sobre os produtos importados pode não ser sustentável, o BBA avalia que a dinâmica apertada do mercado de aço plano pode impedir quedas de preços no 1S25.
Por outro lado, o banco considera um declínio nos preços do aço doméstico no segundo semestre, à medida que o cenário macroeconômico do Brasil se deteriora. No geral, o modelo do banco incorpora um aumento médio de 3% na comparação anual nos preços realizados do aço doméstico em 2025.
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Antidumping pode beneficiar a Usiminas
Por fim, o BBA lembra que pedidos de medidas antidumping para os produtos galvanizado, galvalume, chapas grossas e CRC estão sendo analisados pelo governo. O processo de investigação pode demorar, mas analistas destacam que cerca de 60 a 65% das vendas domésticas da Usiminas estão dentro desses produtos analisados. “Dessa forma, qualquer decisão favorável nas investigações de antidumping pode representar um gatilho positivo para a empresa”, destaca.