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SÃO PAULO – O Ibovespa subiu 1,54% nesta terça-feira (19), fechando a 53.710 pontos, seguindo as bolsas internacionais, alta das commodities e desdobramento político no cenário interno. No exterior, investidores procuraram ativos de risco, com petróleo e minério marcando forte alta nesta sessão. O petróleo voltou a subir, mesmo após frustração com a ausência de acordo no encontro entre grandes produtores em Doha no fim de semana.
Nas maiores altas desta sessão, apareceram os papéis das siderúrgicas, com alta de até 11%, seguidas por Vale, que avançou 9%. A Petrobras teve alta de 5% nesta sessão, após queda na véspera.
Na ponta oposta, as ações da Lojas Americanas voltaram a cair hoje. Em 16 pregões, os papéis acumularam queda de mais de 15%, em meio a rumores de queda de margem no 1° trimestre. Na esteira, as exportadoras caíram forte pressionadas pela desvalorização do dólar frente ao real. Somente 12 ações caíram neste pregão.
Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:
Petrobras (PETR3, R$ 12,36, +5,01%; PETR4, R$ 9,62, +4,11%)
A Petrobras disparou em dia de recuperação dos preços do petróleo com a greve de trabalhadores do setor no Kuwait, que paralisou mais de 60% da produção da commodity no país. O brent é negociado com alta de 2,56%, a US$ 44,01 o barril.
Além disso, a companhia fica de olho na política, com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff passando agora para o Senado após ter sido admitido pela Câmara dos Deputados. Destaque para a notícia da Reuters de que a endividada petroleira, controlada pelo governo federal, poderá ser uma das maiores beneficiárias de uma eventual aprovação pelo Congresso Nacional do impeachment da presidente, disseram à agência investidores e analistas na segunda-feira. A Câmara dos Deputados aprovou no domingo o pedido de abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma, tornando seu afastamento da Presidência praticamente irreversível. O vice-presidente Michel Temer, substituto de Dilma caso o impeachment seja aprovado pelo Senado, é considerado mais acessível à indústria em seus pedidos de alterações de regras do setor, criadas pela presidente e pelo Partido dos Trabalhadores.
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No radar da empresa, destaque ainda para a notícia de que ela encerrou contrato do Havila Fortress, comunicou a segunda companhia. A tonelagem local foi suspensa e o certificado necessário para que barco de suporte operasse no Brasil não foi renovado, segundo comunicado da Havila. O contrato era válido até julho de 2016.
Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 20,46, +7,40%;VALE5, R$ 15,84, +8,72%) disparam hoje com a forte alta do preço do minério de ferro, que subiu 4,13%, a US$ 62,85 a tonelada métrica, no porto de Qingdao, da China. As ações de siderúrgicas também dispararam hoje, com CSN (CSNA3, R$ 13,30, +9,92%), Usiminas (USIM5, R$ 2,29 +10,63%) e Gerdau (GGBR4, R$ 8,08, +9,19%).
As produtoras de aço plano do Brasil estão comunicado distribuidores sobre novo reajuste nos preços de seus produtos com entrega prevista para abril, informou nesta terça-feira o presidente da entidade que representa os comercializadores, Inda, Carlos Loureiro. Ele afirmou em entrevista que a ArcelorMittal já comunicou a distribuidores sobre reajuste de 12% nos preços de maio e que CSN e Usiminas devem aumentar acima de 10%.Segundo fontes da Reuters, a Coelba tem aval a reajuste de 10,7% em tarifas.
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Sobre a Vale, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) deu o sinal verde para que os minoritários disputem uma vaga no conselho de administração da companhia na ago (Assembleia Geral Ordinária) marcada para o dia 25 de abril. Em resposta a uma consulta formulada pelo fundo Geração Futuro L .Par e a VIC DTVM, acionistas que articulam a busca por um assento no colegiado, a Superintendência de Relações com Empresas da autarquia entendeu que deve haver uma nova eleição para a vaga ocupada hoje pelo conselheiro Alberto Guth, sócio-fundador da Angra Partners.
No setor siderúrgico, a Usiminas foi rebaixada para “sector underperform” pelo Scotiabank. Já a CSN, acionista da Usiminas, pressiona para que siderúrgica encontre uma alternativa à injeção de capital aprovada em assembleia de acionistas, disse Rodrigo Uchoa, porta-voz da CSN à Bloomberg. A CSN também quer 2 membros independentes eleitos para o conselho de administração e um membro independente no conselho consultivo na Usiminas, disse Uchoa.
Lojas Americanas (LAME4, R$ 15,06, -1,70%)
As ações da Lojas Americanas seguiram em derrocada, liderando as perdas do Ibovespa, em meio a rumores de queda de margem no 1° trimestre. Em relatório desta terça-feira, analistas do Credit Suisse disseram que conversaram com a empresa e que as especulações parecem não fazer sentido, mas que os papéis devem seguir pressionados. Eles dão 3 razões para acreditar nisso: valuation da ação segue esticado, preocupações com o crescimento orgânico e potencial impacto da B2W (BTOW3, R$ 13,55, 0,0%) na rentabilidade da Lojas Americanas.
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Gafisa (GFSA3, R$ 2,68, -0,74%)
As ações da Gafisa operam estáveis após a divulgação da prévia operacional. O segmento econômico amenizou o forte recuo das vendas dos empreendimentos para a média e alta rendas no resultado consolidado da incorporadora no primeiro trimestre. De janeiro a março, as vendas contratadas do grupo somaram 333,3 milhões de reais, queda de 21,3% ante mesma etapa de 2015. Na base sequencial, o recuo foi de 30,9%. No segmento Gafisa (média e alta renda), o recuo anual foi de 63% e no trimestral, de 73%, a R$ 66,842 milhões. “O primeiro trimestre de 2016, além da característica sazonal, teve sua performance operacional bastante impactada, especialmente nos meses de janeiro e fevereiro, pela contínua deterioração do ambiente macroeconômico e pelo conturbado ambiente político”, disse a empresa, em comunicado.
De acordo com o BTG Pactual, os dados operacionais da companhia foram ligeiramente abaixo das expectativas, com a Tenda registrando bons números, mas que foram ofuscados pelas vendas da Gafisa para média e alta rendas. O Bradesco BBI destaca que os resultados mostram que construtoras do segmento de baixa renda devem continuar com desempenho acima da média do setor, com a unidade Tenda aumentando vendas, apesar da menor quantidade de lançamentos e piora das condições macroeconômicas. O Credit Suisse chamou atenção para a desaceleração da performance da Gafisa, uma vez que a empresa estava entregando VSO (velocidade de vendas) acima dos pares nos últimos trimestres.
O Itaú BBA revisou a recomendação para algumas empresas: a Alupar (ALUP11, R$ 15,30, +2,07%) e a Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 43,45, -1,23%) foram rebaixadas para market perform, enquanto a Sabesp (SBSP3, R$ 25,78, +1,66%) foi elevada para market perform.
BR Malls (BRML3, R$ 16,82, +1,39%)
De acordo com a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, a BRMalls, maior empresa de shopping centers do Brasil, contratou o Itaú BBA para negociar a venda de um pedaço da empresa para o fundo americano Blackstone e outros interessados.
A Biosev divulgou que o volume de moagem foi de 31 milhões de toneladas de cana na safra 2015/16, o maior volume em cinco safras. A elevação do rendimento ocorreu por conta da decisão de estender o processamento de cana no quarto trimestre fiscal de 2016.
São Martinho (SMTO3, R$ 45,92, +2,27%)
A São Martinho caiu após a divulgação do guidance 2016/2017; A companhia estima moagem de 20,6 milhões de toneladas na safra 2016/2017, 2,6% acima da safra 2015/2016 e, em termos de receita, tem mix de açúcar/etanol em 51%/49%, sugerindo produção de açúcar 10% maior na comparação anual. “No geral, o guidance está em linha com esperado e confirma expectativa de fortes margens. E, combinado com nossa visão de preços de açúcar melhores em 2016 (aumento de 2 dígitos na comparação anual em reais), reforça nossa visão de bom momento para o setor”, afirma o BTG Pactual.
Exportadoras
Em um dia de queda para o dólar, as ações de empresas exportadoras figuraram na ponta negativa do Ibovespa, com Fibria (FIBR3, R$ 32,01, -0,47%) e Embraer (EMBR3, R$ 21,65, -2,78%) caíram. Hoje, o dólar comercial registra queda de 1,9%.
No radar da Suzano, a companhia avalia ativos dentro e fora do Brasil, disse ao jornal Valor Econômico o presidente da companhia, WalterSchalka. O executivo não revela detalhes da estratégia, nem qual segmento específico está no radar, diz o jornal. Porém, ele defende que, apesar do declínio no consumo de papel de imprimir e escrever desencadeado pelo uso da tecnologia de informação, o tamanho do mercado seguirá relevante.
BRF (BRFS3, R$ 48,91, -0,97%)
O BTG Pactual soltou uma prévia de BRF para o primeiro trimestre de 2016, destacando esperar resultado fraco no lado de receitas e margens. Segundo o banco, o trimestre deve apresentar uma série de pontos negativos: ciclo virando, puxando preços para baixo; preços de grãos para cima pressionando margens; companhia ainda perdendo participação; fraca demanda no Brasil afetando volumes.
“Por conta desses pontos e pela execução ainda não ideal da gestão (que segue mudando, vide acontecimentos recentes), decidimos ajustar estimativas para baixo, com o preço-alvo caindo de R$ 70 para R$ 63, e papel deixando de ser uma das nossas top picks no setor”, avaliam os analistas do banco.
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