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O balanço da Usiminas (USIM5) no segundo trimestre de 2024 (2T24), com prejuízo líquido de R$ 100 milhões, fez as ações da siderúrgica desabarem.
Na teleconferência de resultados nesta sexta (26) do último período, a empresa atribuiu a depreciação do real frente ao dólar e a alta importação do aço como um dos principais motivos do desempenho ruim.
A Usiminas também comentou sobre a operação do alto forno 3, na usina de Ipatinga (MG), reformado ano passado e que só mais recentemente obteve equilíbrio de funcionamento.
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“O primeiro semestre de 2024 estávamos focados na estabilidade operacional, no rump up do alto-forno 3, coisa que finalizamos no final do semestre”, disse Marcelo Chara, CEO da Usiminas. “Tivemos também alguns impactos, como efeitos não recorrentes das mudanças no câmbio, com depreciação entre o real e o dólar”, afirmou.
Pressão nos custos
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Segundo ele, a desvalorização da moeda brasileira pressiona os custos de insumos e matéria-prima, que tem alto componente do dólar, incluindo carvão, coque, minério e semielaborados.
“A variação do câmbio tem um efeito. Em torno de 60% dos custos estão vinculados ao dólar. Mas do ponto de vista operacional e de produtividade, a gente vem avançando na planta de Ipatinga em torno da estabilização do alto-forno 3”, comentou Thiago Rodrigues, CFO da Usiminas.
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“A expectativa é de melhoria pelo custo de transformação. Agora, o câmbio vai ter um papel muito importante. O câmbio médio no segundo trimestre ficou em R$ 5,21, saindo um pouco a baixo de R$ 5 no primeiro trimestre. Esse efeito no segundo foi percebido de forma muito forte”, explicou.
“Num cenário de câmbio médio no terceiro trimestre por volta de R$ 5,50, chegando a R$ 5,60, vai ficar difícil compensar 100% dos efeitos”, afirmou o CFO. “O patamar atual não dá para afirmar que vai haver compensação desse efeito”, acrescentou.
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Aço chinês
“Os preços internacionais estão pressionados com a oferta principalmente de aço chinês. Os mercados no mundo estão se defendendo cada vez mais de práticas de mercado de aço desleal”, disse Marcelo Chara sobre outro ponto que atingiu os resultados no 2T24 da siderúrgica.
“As novas medidas de cota e taxas que foram implementadas já a partir de junho, apreciamos. Mas o fato é que ocorreu nesse primeiro semestre aumento de 22% da importação do aço plano em relação ao igual período de 2023”, ressaltou.
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“Isso impacta sensivelmente na indústria. Temos tido a mais alta taxa de penetração de importados”, destacou. “Nos preocupa que parte dessa importação possa estar subsidiada”, complementou.
Aumento do preço do produto
Nesse terceiro trimestre, Marcelo Chara prevê aumento do volume no mercado interno acompanhando um esperado maior nível de atividade econômica. “No cenário internacional, indicam poucas oportunidades do mercado de exportação, exceto nos mercados regionais, com produtos de alto valor agregado”, disse.
Com a forte pressão nos custos de insumos e matéria-prima com a depreciação do real, o CEO afirma que é chegada a hora de revisão de preços do aço vendido pela companhia. O aumento de preço, segundo empresa, deve ficar entre 5% a 7%, com aplicação ainda nesse trimestre.
Para o 3T24, a Usiminas espera um volume de vendas estáveis em relação ao 2T24 e espera melhoria operacional considerável.
‘Na usina, nós temos enorme desafio de melhorar sua eficiência, seu rendimento, seu custo, sua produtividade’, disse CEO. “Na medida em que consigamos fazer de forma eficiente a produção de aço em Ipatinga, isso vai nos permitir fazer placa de forma competitiva”, concluiu.