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As ações das empresas de siderurgia passam por momentos bem distintos na Bolsa, conforme for o recorte de cada análise. No acumulado de 2023, os papéis da Usiminas (USIM5) sobem 8,3%, enquanto os de Gerdau (GGBR4) caem 5% e os de CSN (CSNA3) cedem 0,6%.
Olhando para este mês de junho, em que a Bolsa sobe quase 10%, as siderúrgicas avançam em bloco: GGBR4, +8,1%; CSNA3, +8,8%; e USIM5, +5,4%. Em doze meses, porém, o quadro é diferente, com Gerdau subindo 21,3%, ao passo que CSN cede 10,7% e Usiminas perde 17,2%.
No pregão fechamento do pregão desta quinta-feira (15), por sua vez, as ações de CSN avançam 1,15%, cotadas a R$ 13,22; as de Usiminas ficaram estáveis, a R$ 7,40; e as de Gerdau perderam 0,46%, a R$ 25,92.
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Para entender o que esperar das ações das siderúrgicas, grafistas consultados pelo InfoMoney traçaram o cenário das companhias, com base na análise técnica. Confira!
GGBR4: Análise técnica
Para Matheus Lima, analista técnico da Top Gain, as ações da Gerdau (GGBR4) vêm em tendência de alta no médio prazo, respeitando uma LTA (linha de tendência de alta) iniciada em março de 2020, no fundo de R$ 5,91.
Após ter buscado a máxima histórica em janeiro deste ano, nos R$ 31,46, as ações, diz ele, tiveram uma correção, testando a LTA, “ponto em houve atuação da ponta compradora, fazendo com que as ações voltassem a subir”.
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“Nesta semana, as ações estão testando uma região de resistência e suporte, entre R$ 25,88 e R$ 26,19, em princípio de bipolaridade, “o que torna o ponto como decisivo”.
“Caso tenhamos o rompimento dessa região de preços – e as ações se mantenham acima deste patamar – podemos ter a continuação de sua alta, com alvos em R$ 27,84, R$ 30,16 e, por fim, o seu topo histórico em R$ 31,46.”
No entanto, caso não haja o rompimento, acrescenta, a ação pode perder a LTA – “o que levaria as ações a buscarem suportes em R$ 23,15, R$ 21,98, R$ 19,36 e, mais abaixo, em R$ 17,78 –, importante ponto de suporte.”
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Gráfico Gerdau: 2020 a 2023
Para Alexandre Milen, analista e CEO da Harami, no curto prazo, a tendência das ações de Gerdau é de alta. “Isto se comprova pelo cruzamento de médias móveis cruzadas para compra recentemente e, se confirmar o rompimento da resistência dos preços na casa dos R$ 28,50, poderá atingir a próxima resistência, em R$ 30,00“, analisa.
Gráfico curto prazo Gerdau: março a junho/23
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Médio e longo
Para Milen, no médio prazo, o ativo está sem tendência definida, contudo, se confirmar o rompimento da resistência dos preços na casa dos R$ 28,50, poderá atingir a próxima resistência, em R$ 30,00.
Gráfico médio prazo Gerdau: janeiro/22 a junho/23
Enquanto isso, indo para o longo prazo, Milen aponta que Gerdau está com tendência de alta, “confirmada pelas médias móveis cruzadas para compra, desde fevereiro de 2018, no gráfico mensal [segue abaixo], podendo os preços alcançarem a zona de resistência, entre as máximas, na casa dos R$ 30,00.”
Gráfico longo prazo Gerdau: 2017 a 2023
Ainda a respeito de Gerdau, Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, aponta que as ações de Gerdau tem rompimento importante em R$ 26,20, “o que deve gerar start de compra e buscar próxima resistência em R$ 28,15″. Os suportes, por sua vez, estão em R$ 25,50 e em R$ 24,65.
GGBR4: Gráfico diário
No médio prazo, Chinchila entende que GGBR4 ainda mantém sua linha de tendência importante e gera maior expectativa de recuperação. E, por fim, no longo prazo, pelo gráfico semanal [logo abaixo], as ações de Gerdau voltaram a mostrar recuperação, após a correção de baixa, conclui ele.
GGBR4: Gráfico semanal
- Confira os principais padrões de reversão de tendência na análise técnica
USIM5: Análise técnica
Em relação à Usiminas, Matheus Lima aponta que as ações encontram-se em um contexto totalmente diferente do encontrado em Gerdau.
“As ações estão em uma tendência de baixa no médio prazo, respeitando a LTB (linha de tendência de baixa), que se deu início no topo de maio de 2021, em R$ 20,58“, aponta Lima.
Conforme ele, desde setembro de 2022, as ações de Usiminas estão em uma consolidação, entre R$ 8,33 e R$ 6,23, ainda abaixo da LTB.
“Somente com o rompimento desta lateralização poderemos ter um movimento direcional: a continuação de sua tendência de baixa ou uma reversão para tendência de alta”, acrescentou.
Para Lima, caso ocorra o rompimento da resistência desta consolidação os próximos alvos ficam em R$ 9,32 e R$ 10,76, já com a perda do suporte. “Próximos pontos importantes são R$ 5,07 e R$ 3,15“, diz.
Gráfico Usiminas: 2020 a 2023
Sobre Usiminas, Milen aponta que, no curto prazo, o ativo está sem tendência definida, com os preços caminhando entre a linha de suporte dos preços, em R$ 7,00, e a linha de resistência, em R$ 8,10, “com estreitamento das bandas de Bollinger, devendo aguardar a direção dos preços para definir a tendência.”
Gráfico curto prazo Usiminas: outubro/22 a junho/23
Médio e longo
Olhando para o médio prazo, o analista da Harami aponta que o ativo está em tendência de baixa, com o cruzamento de médias móveis cruzadas para venda desde abril de 2022, sendo que “se perder a linha de suporte de preços, em R$ 7,00, poderá chegar na casa de R$ 6,10, que seria a próxima linha de suporte.”
Gráfico médio prazo Usiminas: maio/19 a junho/23
Para o longo prazo, o analista da Harami destaca que USIM5, apesar de ter rompido uma LTB recente e ocorrer um cruzamento de médias móveis recentes para venda, “está sem tendência definida e testando uma forte linha de suporte do preços em R$ 7,00.”
Gráfico longo prazo Usiminas: 2017 a 2023
- Análise técnica: indicador ADX ajuda a definir a força de uma tendência
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CSNA3: Análise técnica
Indo para o última das três siderúrgicas, a CSN vinham de uma tendência de baixa, respeitando a LTB iniciada no topo de maio de 2021, em R$ 41,17, assim como Usiminas. “Porém, essa LTB foi rompida em novembro de 2022, dando início a um possível movimento de alta”, sinaliza Lima.
Para ele, as ações testaram a resistência dos R$ 17,04, mas não conseguiram romper, “voltando a testar o suporte dos R$ 11,82“. “Caso as ações consigam se manter acima deste suporte, poderemos ver mais um teste, na região dos R$ 17,04.”
Se ocorrer o rompimento dessa resistência, de R$ 17,04, acrescenta ele, os próximos alvos são R$ 19,00 e R$ 24,14. “Mas, se o rompimento não ocorrer e a região de suporte for perdida, as ações podem testar os próximos pontos de suporte, em R$ 9,64, R$ 8,45 e, mais abaixo, em R$ 4,13.”
Gráfico CSN: 2020 a 2023
Conforme Milen, no curto prazo, o ativo está sem tendência definida, com os preços caminhando entre a linha de suporte dos preços, em R$ 12,00, e a linha de resistência, em R$ 14,90, “apesar de existir o cruzamento de médias móveis demonstrando venda”.
Gráfico curto prazo CSN: março a junho/23
Médio e longo
Avaliando o médio prazo, Milen ressalta que o ativo está sem tendência definida, mesmo com a existência de cruzamento de médias móveis demonstrando venda. “Caso superem a linha de resistência, em R$ 14,90, os preços poderão chegar na próxima resistência, em R$ 16,80.”
Gráfico médio prazo CSN: janeiro/22 a junho/23
Enquanto isso, na análise de longo prazo de CSN, Milen aponta que, apesar de ter rompido uma LTB, “o ativo está lateralizado e sem uma tendência definida.”
Gráfico longo prazo CSN: 2017 a 2023
Gerdau, CSN ou Usiminas: Comprar ou vender?
Por fim, Enrico Cozzolino, head de análise da Levante, avalia que os três ativos Gerdau GGBR4), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) apresentam configurações técnicas muito similares no curto prazo, enquanto apenas a Gerdau se mostrou mais resiliente no longo prazo.
“Observamos uma consolidação de preços nos três ativos em regiões relevantes, sendo que apenas um deles [Gerdau] apresenta indícios mais positivos de rompimento”, afirma, reforçando a abordagem técnica, sem levar em consideração o cenário macroeconômico e os fundamentos de cada empresa.
Gráfico diário GGBR4
Conforme Cozzolino, a Gerdau, com base no fechamento do dia 14/06/23, registrou um candle de força muito próximo à zona de resistência, “acompanhado de uma boa entrada de volume financeiro, indicando que compradores estão atuando no papel, sem levar em consideração a distância entre suporte e resistência.”
Outro fator positivo, em relação à Gerdau, acrescenta ele, é “o cruzamento das médias móveis mais curtas com a média móvel mais longa, o que sugere a possibilidade de uma tendência de alta de longo prazo”.
Em resumo, para a Levante, a tendência é de alta no longo prazo, de indefinição no médio prazo e de consolidação no curto. Os preços de suporte estão em R$ 25,60 (1) e R$ 24,90 (2); e de resistência em R$ 26,40 (1) e R$ 27,20 (2).
CSNA3
Em relação à CSN, Cozzolino destaca que no longuíssimo prazo, não apresenta tendência clara, uma vez que um grande rali de alta, entre os anos de 2020 e 2021, levou o papel dos R$ 9,00 até os R$ 37,00, devolvendo toda a alta nos anos seguintes.
“Muitos ativos na bolsa tem suas características e particularidades, mas CSN parece um papel muito cíclico com movimentos agressivos de preço”, pontua. “No curto prazo a tendência é de consolidação entre o suporte de R$ 11,60 e a resistência em R$ 13,60, enquanto no médio prazo a tendência é de baixa.”
Em sumo, em um cenário otimista, estaria o rompimento da resistência em R$ 13,60, com fechamento acima da média dos 200 dias do gráfico diário [veja abaixo]. Para a Levante, os suportes estão em R$ 11,60 (1) e R$ 9,60 (2), enquanto as resistências ficam em R$ 13,60 (1) e R$ 16,50 (2).
Gráfico diário CSNA3
USIM5
Em relação à Usiminas, Cozzolino destaca que, por conta do setor de atuação, o ativo segue em um movimento de longa consolidação de preços, entre os R$ 6,50, como suporte, e os R$ 8,20, como resistência mantendo volatilidade nessa região.
“No longo prazo a indefinição de tendência é claramente vista com grande rali de alta entre 2020 e 2021 e as quedas fortes nos anos seguintes”, diz.
Dessa forma, a Levante ressalta que, em um cenário otimista, estaria o rompimento dos R$ 8,20 e a formação de topo acima da consolidação de preços. Ao contrário, ficaria a correção de preços, mantendo consolidação.
Gráfico diário USIM5
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