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Cerca de 18 mil pessoas se reúnem anualmente na ExpoCannabis Uruguay – e acredite se quiser, quase a metade são brasileiros que viajam ao país vizinho buscando a sensação, pelo menos por uns dias, de viver em um lugar legalizado. Com as fronteiras reabertas, permitindo a entrada de turistas após longos meses de isolamento, o Uruguai vai receber, até domingo (5), milhares de brasileiros em clima de celebração pela volta dos eventos presenciais, do verão e do que mais houver para comemorar.
Lugar melhor para isso do que o Uruguai, um país cheio de oportunidades, não há. No caso, oportunidades de negócios em cannabis. Ou você pensou que encarar mais de 1.000 km de viagem fosse só para interagir com ela ao vivo e a cores?
Chegar perto, tocar, sentir o cheiro e fumar a erva durante o evento é dos grandes atrativos para parte dos visitantes – mas nem todos. A feira é tão popular que até Leonardo Sbaraglia, um dos atores argentinos de maior prestígio, publicou um vídeo no Instagram confirmando presença no evento.
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As feiras e eventos em cannabis são conhecidos por gerar uma rede de contatos valiosa, já que são pontos de encontro de vários segmentos da indústria. No mesmo pavilhão onde ficam expostas as tendas do setor de medicinais, são debatidos também o uso adulto, o impacto da guerra às drogas e até o potencial de recuperação da economia, tanto no recolhimento de impostos quanto na injeção de capital e giro no mercado.
Uma feira com duração de apenas dois dias pode ser palco de negociações milionárias. A edição de Berlim da International Cannabis Business Conference (ICBC), em 2019, testemunhou transações totais de US$ 100 milhões, segundo conta Alex Rogers, fundador do evento. Ele planeja, para a edição do ano que vem, levar a feira para um espaço com 65 mil metros quadrados para dar conta da demanda dos investidores de cannabis.
No caso da ExpoCannabis Uruguay, considerada uma das feiras mais importantes do setor no mundo, mais de 150 stands de marcas de produtos ou serviços em cannabis marcam presença. Cursos, workshops, e diversas outras oportunidades de socialização ajudam a compor o cenário. Pode adicionar uma praça de alimentação com opções para todos os gostos e bolsos, além de shows e concertos de grupos de reggae – tal e qual um festival.
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Durante o evento, políticos, empresários, investidores, médicos, organizações sociais, cientistas, pacientes e usuários têm a oportunidade de se conhecer e compartilhar informações. Mas não é só do lado de dentro que acontecem encontros que levam a negócios.
Do lado de fora, há dezenas de atividades programadas, em uma agenda extra oficial que promove negócios de vários tamanhos – desde workshops de autocultivo a jantares. Toda essa movimentação ao redor da Expo fomenta discussões sobre o presente e o futuro dos investimentos diretos ou indiretos em cannabis.
Como investir em cannabis?
Há visões distintas sobre o futuro do mercado de cannabis. As ações da Aurora – produtora canadense de cannabis com sede em Edmonton – não passam incólumes aos altos e baixos das bolsas de valores. Os papéis da companhia, listados na Nasdaq, recuam quase 20% em 2021 e têm uma queda de mais de 30% em 12 meses. Já as ações da sua concorrente, Tilray, tiveram aumentos de 44% e 96%, respectivamente.
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Apesar das incertezas sobre os papéis de uma indústria recém-nascida, a aposta é de que as mudanças de regulação esperadas para os próximos anos – como uma possível liberação da cannabis em nível federal nos Estados Unidos, ou a flexibilização de regras que hoje dificultam a oferta de serviços bancários a empreendimentos do setor – destravem o crescimento do segmento.
De olho nessa possibilidade, instituições financeiras têm se dedicado a criar novos produtos de investimento. O InfoMoney apurou que a gestora Investo está desenvolvendo o que pode se tornar o primeiro fundo de índice (ETF) dedicado ao segmento de cannabis do mercado brasileiro. A previsão é de que o ETF (sigla para Exchange Traded Fund. com cotas negociadas em bolsa de valores) fique pronto ainda no primeiro semestre de 2022. No momento, segundo a apuração, a gestora aguarda o aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para seguir com o projeto.
Já existem também fundos multimercado que dão acesso ao mercado de cannabis para os investidores de varejo, com exposição a ações listadas no Canadá e nos EUA. A XP, por exemplo, gere o Trend Cannabis FIM, com aplicação inicial de R$ 100. O fundo segue a variação do ETF MG Alternative Harvest, o maior e mais líquido ETF do setor no mercado americano.
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Fazem parte do portfolio companhias com mais de 50% da receita direta ou indiretamente relacionadas ao processo de cultivo legal, produção, marketing ou distribuição de produtos, para fins medicinais ou não.
A Vitreo, por sua vez, destinou um dos seus fundos de cannabis a investidores qualificados, que possuem uma carteira com no mínimo R$ 1 milhão ou que esteja certificado para operar profissionalmente no mercado.
Leia mais: XP lança fundo de Cannabis com aplicação mínima de R$ 100
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Para investir diretamente em novas empresas que desenvolvem projetos no segmento, uma alternativa são as rodadas de captação de equity crowdfunding, modalidade de financiamento coletivo baseada na compra de participações no negócio. A plataforma Dr. Cannabis, por exemplo, que faz a ponte entre médicos e pacientes, já levantou recursos dessa forma duas vezes, e planeja uma terceira rodada para o ano que vem. A empresa contou com mais de 100 investimentos que variam entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.
Grandes indústrias de outros segmentos, como a farmacêutica, de tabaco e de bebidas, também estão de olho nas empresas de cannabis. A Constellation Brands, por exemplo, que é dona da cerveja Corona nos Estados Unidos, comprou parte da Canopy Growth por US$ 5 bilhões e hoje é sua acionista majoritária.
Em um movimento parecido, a farmacêutica Jazz Pharmaceuticals pagou US$ 7 bilhões pela GW Pharmaceuticals, que desenvolveu o Epiodolex, um dos mais conhecidos remédios de CBD do mundo. A avaliação é de que essas indústrias estão se aproximando do segmento de cannabis – uma potencial ameaça a seus negócios – para estar a par também do arsenal terapêutico que carrega.
Mão na massa
Ao menos entre os frequentadores da ExpoCannabis Uruguay, muitos estão interessadas em, senão investir, pelo menos entender um pouco mais sobre o tema. Para se tornar ainda mais conhecida entre esse público, a Juicy Fields topou ser patrocinadora do evento. A plataforma de cultivo coletivo conecta pessoas com negócios de maconha medicinal em busca de financiamento.
O foco é atender tanto quem busca investir quanto quem procura alternativas de investimento, além de quem acredita e deseja apoiar a causa. Operando no mercado desde o ano passado, a empresa atraiu milhares de investidores, ao conectar plantas virtuais a plantas reais cultivadas em granjas em Portugal, na África do Sul e na Colômbia. Os planos de expansão incluem novos cultivos em outros países como o Uruguai – por supuesto.
O que diferencia um investidor que compra ações de uma empresa ou cotas de um fundo do investidor que subsidia plantações coletivas é que o primeiro espera que o preço das ações suba, baseado sempre em estimativas futuras. Já os focados no cultivo coletivo não dependem das condições gerais da indústria ou do desempenho dos mercados financeiros. O lucro esperado de cada participante é estimado no momento da compra das plantas.
Para quem trabalha com o cultivo coletivo, essa característica faz da modalidade uma escolha rentável e segura. Zvezda Lauric, diretora de comunicação da Juicy, por exemplo, argumenta que o risco é baixo – mas não nega que existem fatores incontroláveis, como excesso ou falta de chuvas, excesso de frio ou calor, infestação de insetos ou fungos. Se afetam a qualidade da colheita, podem ocasionar perdas ao investidor.
Pessoas com mais de 21 anos de idade e acesso à internet podem se tornar investidores na Juicy Fields, independentemente de nacionalidade ou país de residência. Um investimento mínimo inicial de 50 euros – em torno de R$ 320 – é o critério final para se tornar um investidor de granjas virtuais de cannabis.
Invista a partir de R$ 100 no primeiro fundo de cannabis da XP: abra uma conta – é de graça!