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Por que traders iniciantes às vezes superam veteranos no mercado?

Guilherme Muniz afirma que focar em um tipo de minicontrato facilita para quem está começando no mercado financeiro

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Mais de 10 mil alunos já passaram por suas palestras e cursos sobre o mercado financeiro, realizados de forma online e presencial. Guilherme Muniz lembra que desde quando começou seus treinamentos, em meados da década passada, observa entre seus alunos gente iniciante até perfis mais experientes.

Nesse mesclado público, o trader já notou que tem gente recém-chegada no mercado financeiro que tem resultado, às vezes, maior do que quem já está há mais tempo na frente da tela.

“Quando vou ver, esse cara (há mais tempo operando) está mesclando um monte de estratégia. Ele não quer aprender, quer fazer isso porque é mais fácil. Mas isso é cavar um buraco para si mesmo.”

Construção de valor

Para Muniz, é preciso de metodologia para a construção de valor. “Quando ele consegue entender essa metodologia da construção de valor, ele começa a destravar no day trader”, afirma. Ele considera fundamental encontrar desde o início no trade o seu operacional e com ele seguir em frente.

“Também faço uma tratativa com o pessoal de operar mais mini-índice e pouco minidólar. Gosto muito que ele opere índice. Focando num ativo ele consegue dominá-lo melhor, compreender – é um casamento. Para quem está começando isso é fundamental. Ele consegue entender a lógica, os padrões de repetição, os ciclos do ativo”, ensina.

Guilherme Muniz participou do episódio 220 do programa Gaincast, no canal GainCast. Ele é operador do mercado financeiro desde 2008. Também é trader da Clear Corretora, do grupo XP.

Maranhão

“O mercado veio para mim do nada. Um colega me chamou para uma palestra na bolsa de valores”, lembra. “A minha instrução foi trabalhar, me formar, depender de trabalhar nas indústrias locais ou fazer concurso público”, comenta ele, que ainda morava no estado natal, Maranhão.

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Formado em engenharia, ele trabalhava em obras e à noite, no alojamento, se dedicava aos livros sobre operação no mercado financeiro. Aprendeu e, tempos depois, passou a dar palestras e cursos sobre o assunto. Uma das características de suas aulas é o ensino presencial.

“Trouxe um modelo em que o aluno se sentia do meu lado ali, negociando, aprendendo comigo de forma mais dinâmica”, diz. “Traz uma sinergia quando o cara está do lado. Não tem fronteira para ele”, acrescenta.

Operacional baseado na posição dos bancos

Muniz conjuga na sua operação observação da montagem de posição dos grandes bancos no mercado financeiro e análise de fluxo.

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“Vou pegar o livro de oferta (que permite visualizar oferta e demanda do ativo por preço), verificar quem são os maiores players (na posição), ver qual a intenção deles. No leilão de abertura, muitas vezes o banco me sinaliza a direção do ativo que eles querem.”

“O banco montou a posição, o institucional montou a posição, agora só tenho uma escolha a fazer. Essa operação que eles estão montando, faz sentido para mim? Meu caixa dá para ir nessa operação com eles? Se dá, vou com eles”, diz, ao explicar sua operação de fazer trade, de acordo com o fluxo dos grandes players do mercado financeiro.

A sua leitura do mercado se dá na observação do movimento lá fora do dólar e da relação do dólar com as principais moedas do mundo.

Do S&P 500, vê o comportamento do índice em relação aos ativos de risco, como ouro e petróleo, e também o VIX (medidor de expectativa de volatilidade do mercado).

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Com essas informações, começa a observar a movimentação do índice na bolsa brasileira para montar suas bem-sucedidas posições.