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A expectativa de analistas era de um 2T24 com melhores notícias para distribuidoras, uma vez que o cenário para o setor se mostra ainda desafiador. No entanto, os dados da Ultrapar (UGPA3) divulgados nesta quarta-feira (7) vieram mais pressionados que o esperado e levaram as ações a queda de 5,94%, a R$ 22,47, na sessão desta quinta (8), sendo a maior baixa do Ibovespa no pregão.
Uma das explicações foram os dados, em especial o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) abaixo do esperado. Dentre as subsidiarias, a Ipiranga foi responsável por maior queda de margem, em 5% na comparação trimestral. O número é reflexo de trimestre ainda visto como desafiador, de acordo com o Itaú BBA. A Ipiranga também foi impactada por despesas extraordinárias.
O research da XP considerou os dados em linha com suas previsões, mas abaixo do consenso. “O lucro líquido foi ligeiramente inferior à estimativa da XP. As opiniões divergiram sobre a geração de fluxo de caixa livre – em nossa visão, a geração de FCFE (fluxo de caixa livre para o acionista) recorrente foi de apenas R$ 112 mi (rendimento anualizado de 1,7%), mas outros participantes do mercado têm interpretações mais positivas”, aponta a corretora. A visão era negativa para a geração de caixa, vista como muito baixa e considerado o ponto negativo do balanço.
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Na análise do Itaú BBA, a contração das margens recorrentes da Ipiranga trimestre a trimestre poderia desapontar os investidores que esperavam que a empresa mantivesse níveis de lucratividade semelhantes aos do primeiro trimestre de 2024, próximos a BRL 140/m³, como aconteceu na sessão de hoje. Para a XP, no entanto, excluindo efeitos de despesas relacionadas à reestruturação de espaços de escritórios, a margem poderia ser mais próxima do esperado, em ponto médio entre a estimativa da corretora e o consenso.
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Além disso, o BBA considera que as margens devem se beneficiar de uma perspectiva positiva para o setor no segundo semestre de 2024, com uma dinâmica competitiva mais favorável e uma demanda mais forte.
Na teleconferência para apresentação dos resultados, a companhia destacou que vê mercado de combustível com estoques normalizados para o terceiro trimestre de 2024, em consonância com o estimado por analistas nos comentários sobre o balanço.
Menos Ebitda/m³ que a Vibra
O Ebitda/m³ (metro cúbico) ficou mais baixo que o reportado pela Vibra, como destacou o Bradesco BBI em sua análise. A concorrente apresentou R$ 156/m³ como margem, provavelmente pela janela limitada no período de importações de diesel russo, segundo o banco.
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A Vibra (VBBR3) apresentou seu balanço na terça-feira e trouxe números mais em linha com o consenso, de acordo com analistas. Os papéis subiram 2,51% no fechamento da sessão seguinte ao balanço.
O destaque positivo, para o BBI, foi o segmento B2B, com margens em tendência de alta, alinhadas com a estratégia de priorizar vendas de maior rentabilidade. Já a margem do segmento de varejo permaneceu estável, excluindo os efeitos de variação de estoque.
Ao contrário da Ultrapar, apresentou FCFE como positivo, em R$ 505 milhões e que provavelmente aumentará. O banco destaca que, a medida que o consumo de capital de giro se normalize, é possível que o número melhore.
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A XP considera que o fluxo de caixa livre poderia ter sido melhor e entende que o destaque foi o lucro líquido, com superação das estimativas graças aos ganhos não recorrentes e menor alíquota efetiva de impostos.
“Acreditamos que há razões para esperar que o 3T24 seja ainda mais forte. A Vibra continuou a reduzir o número de postos, e o capex (investimentos de capital) de embandeiramento permanece baixo. Tínhamos previsto que o fluxo de caixa seria um destaque positivo, mas acabou sendo fraco devido a várias partes móveis”, afirma a corretora.