Ultra: JPMorgan eleva a compra por visão atrativa e Ipiranga resiliente; UGPA3 salta

Ação acumula queda de aproximadamente 40% nos últimos doze meses

Felipe Moreira

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O JPMorgan elevou a recomendação para a Ultra (UGPA3), cuja a ação acumula queda de aproximadamente 40% nos últimos doze meses, de neutro para compra, ao considerar o movimento baixista exagerado e ver o papel como uma oportunidade atraente de investimento. Por outro lado, o banco americano cortou o preço-alvo de R$ 28 para R$ 24 no final de 2025. Com isso, as ações UGPA3 saltavam 5,43%, a R$ 16,70.

Analistas comentam que após alguns contratempos operacionais nos últimos anos, a gestão da Ultrapar tem sido bem-sucedida em sua estratégia, alcançando expansão de margens e volumes sólidos, além de fortalecer o posicionamento da Ultragaz no mercado de gás.

Em termos de valuation, o banco vê a Ultrapar negociando a uma avaliação atrativa de 4,9 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA estimado para 2025.

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Olhando para a distribuição de combustíveis no Brasil, analistas ressaltam que o segmento foi impactado por diversas irregularidades, como liminares que permitiram a importação de combustíveis com alíquotas reduzidas, menor mistura de biodiesel reduzindo custos para players não conformes, entre outros. A falta de fiscalização e de condições competitivas equitativas prejudicou os grandes distribuidores. Esses fatores, aliados ao aumento das taxas de juros no Brasil, resultaram em um desempenho negativo para o setor em 2024.

Mesmo diante desse cenário desafiador, o JPMorgan destaca que a Ipiranga apresentou resultados consistentes ao focar em postos de combustíveis com demanda sólida, mantendo margens consistentes (R$ 130/m³).

Em outras palavras, a administração conseguiu preservar a lucratividade estável do negócio de distribuição de combustíveis. Além disso, o banco vê um potencial adicional nos números, já que a Ultrapar pode reconhecer créditos fiscais das Leis Complementares 192 e 194, o que deverá reduzir os impostos em dinheiro nos próximos trimestres.

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Com relação ao braço logísitico, o JPMorgan avalia que a Ultracargo está bem posicionada para capitalizar o crescimento do etanol de milho, com investimentos estratégicos em expansão de capacidade e desenvolvimento de infraestrutura.

Quanto às Hidrovias, a expansão no Corredor Norte está alinhada à estratégia da Ultrapar de aumentar a exposição ao agronegócio, especialmente no transporte de soja e milho. No entanto, o banco disse não incorporar esses ativos em sua avaliação no momento, devido às incertezas relacionadas à reestruturação do negócio e à participação minoritária da companhia no ativo.