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ISTAMBUL (Reuters) – A Ucrânia disse nesta quarta-feira que um acordo para retomar as exportações de grãos bloqueadas pela Rússia parecia muito próximo, em meio a negociações de quatro vias, aumentando as esperanças de um fim do impasse que expôs milhões ao risco de fome.
Mais de 20 milhões de toneladas de grãos ucranianos estão travados no porto de Odessa, no Mar Negro, e dezenas de navios ficaram retidos devido ao bloqueio da Rússia, parte do que Moscou chama de “operação militar especial” na Ucrânia, mas que Kiev e o Ocidente dizem ser uma guerra de agressão injustificada.
O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, afirmou ao jornal espanhol El Pais antes das conversas em Istambul nesta quarta-feira entre autoridades ucranianas, russas, turcas e da Organização das Nações Unidas (ONU) que Kiev acredita estar muito perto de fechar um acordo para a retomada das exportações.
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“Estamos a dois passos de um acordo com a Rússia. Estamos na fase final e agora tudo depende da Rússia”, disse ele. Outros participantes das negociações foram mais cautelosos, dizendo que ainda há muito a ser acertado.
As negociações ocorrem em meio a uma relativa calmaria nas linhas de frente da guerra, com a Rússia dizendo que abateu quatro jatos militares ucranianos e o governador de Donetsk relatando bombardeios russos na região leste, mas sem mortes de civis.
A Reuters não pôde verificar independentemente os relatos do campo de batalha.
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Ucrânia e Rússia são importantes fornecedores globais de trigo. A Rússia também é um grande exportador de fertilizantes e a Ucrânia um importante produtor de milho e óleo de girassol, então fechar um acordo para desbloquear as exportações é visto como vital para a segurança alimentar, principalmente entre os países em desenvolvimento, e para estabilizar os mercados.
A Ucrânia e o Ocidente acusam a Rússia de exacerbar uma crise alimentar global ao dificultar as tentativas de fornecer grãos às nações mais pobres e alimentar a inflação.
Moscou culpa a Ucrânia pelo problema, acusando Kiev de se recusar a remover as minas explosivas que espalhou ao redor de seu litoral para se proteger do ataque da Rússia, que diz representar uma ameaça ao transporte marítimo.
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A Rússia também critica o Ocidente por impor sanções a uma série de setores que tornam mais difícil para a Rússia financiar e garantir seus próprios serviços de frete marítimo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na terça-feira que os participantes das negociações de Istambul estavam “trabalhando muito”, mas que ainda havia um caminho a percorrer para chegar a um acordo.
Diplomatas dizem que os detalhes do plano em discussão incluem uma ideia para navios ucranianos guiarem navios de grãos dentro e fora das águas do porto minado; a Rússia concordando com uma trégua enquanto os embarques se movem; e a Turquia –apoiada pela ONU– inspecionando navios para acalmar os temores russos de contrabando de armas.
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