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(ANSA) – A Ucrânia e a Rússia assinaram nesta sexta-feira (22) um acordo mediado pela Turquia para permitir a exportação de trigo e outros cereais através do Mar Negro.
O pacto foi firmado em Istambul, na presença do secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e afasta o risco de uma crise alimentar global provocada pelo bloqueio naval russo aos portos ucranianos.
O primeiro a assinar o acordo foi o ministro da Defesa da Rússia, Sergey Shoigu. Após o representante de Moscou sair da mesa, o ministro da Infraestrutura da Ucrânia, Oleksandr Kubrakov, se sentou e também firmou o documento.
“Eu já disse que essa guerra não terá vencedores nem vencidos, o único derrotado será o mundo, mas esperamos que este acordo reabra uma espiral pela paz”, declarou Erdogan na cerimônia, que ainda teve a presença do oligarca russo Roman Abramovich, ex-dono do Chelsea e que já havia tentado mediar negociações entre Kiev e Moscou.
O acordo vem sendo celebrado como o primeiro entre Ucrânia e Rússia desde o início da guerra, mas o gabinete do presidente Volodymyr Zelensky esclareceu que o pacto foi assinado por cada um dos lados com a Turquia e a ONU, e não diretamente entre si.
“O acordo de hoje é um farol no Mar Negro”, comemorou Guterres, acrescentando que o compromisso vai estabilizar os preços de gêneros alimentares no mercado internacional.
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“Hoje é um dia histórico, estamos evitando a fome juntos”, reforçou Erdogan.
O documento prevê a criação de corredores seguros para a exportação de cereais através de três portos ucranianos no Mar Negro, incluindo o de Odessa, o principal do país. Isso permitirá distribuir cerca de 25 milhões de toneladas de grãos nos próximos meses.
Segundo o acordo, navios mercantis não precisarão de escolta militar para acessar a costa da Ucrânia, e as exportações serão monitoradas por um centro de coordenação em Istambul. Se houver necessidade de inspeções em cargueiros, as vistorias serão feitas por grupos conjuntos.
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Ainda assim, Kiev prometeu adotar “respostas militares imediatas” caso haja “provocações” da Rússia. (ANSA)
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