Ucrânia diz que país do Sul Global sediará segundo encontro de paz

Mais de 90 países participaram do primeiro encontro, na Suíça, na semana passada

Reuters

Militares ucranianos encontram entes queridos durante licença, em Kramatorsk (REUTERS/Alina Smutko)
Militares ucranianos encontram entes queridos durante licença, em Kramatorsk (REUTERS/Alina Smutko)

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A Ucrânia acredita que um segundo encontro para avaliar as propostas de Kiev para obter a paz com a Rússia poderá ser realizado em um país do Sul Global, afirmou nesta sexta-feira uma autoridade à agência de notícias Interfax-Ucrânia.

Mais de 90 países participaram do primeiro encontro, na Suíça, na semana passada. A Ucrânia busca ampliar o apoio ao seu plano para colocar fim à guerra, que começou há quase 28 meses com a invasão russa.

A Rússia, que não foi convidada, descreveu o resultado do encontro como “próximo de nulo”. O comunicado final do evento foi assinado pela maioria dos países, mas não teve o endosso de Índia, Brasil e Arábia Saudita.

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“Temos muitos países (se oferecendo para sediar), e posso dizer que há uma grande possibilidade de que um encontro possa ocorrer em um dos países do Sul Global”, afirmou à Interfax-Ucrânia o assessor presidencial Ihor Zhovkva.

Ele contou que a Ucrânia quer que o próximo encontro ocorra antes do fim do ano, acrescentando que a Rússia pode ser convidada se estiver preparada para considerar o plano estabelecido pelos ucranianos e não der ultimatos.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou em 14 de junho que a Rússia encerraria a guerra se Kiev concordasse em abandonar sua ambição de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e desistisse de quatro províncias reivindicadas e parcialmente ocupadas por Moscou. A Ucrânia rejeitou a proposta, por equivaler a uma rendição.

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Zhovkva se negou a identificar possíveis anfitriões, dizendo que isso apenas ajudaria a Rússia a minar os esforços diplomáticos.

Com apoio da maioria dos países ocidentais, Kiev intensificou seus esforços para obter apoio do Sul Global e de países asiáticos historicamente próximos à Rússia e mais ambivalentes em relação à guerra.

A China, que disse ser uma parceria “sem limites” da Rússia dias antes de Moscou invadir a vizinha, não compareceu à cúpula. O país diz ser neutro e nega estar fornecendo armas ou munição a Moscou.