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SÃO PAULO – Durante evento em São Paulo nesta sexta-feira (18), o diretor do Banco Mundial, Otaviano Canuto, afirmou que não há nenhuma dúvida que o presidente eleito americano, Donald Trump, vai “chutar o pau da barraca” para estimular a economia. Segundo ele, os investimentos em infraestrutura e cortes de impostos prometidos pelo magnata recém eleito são, a princípio, medidas positivas para tirar os Estados Unidos do marasmo.
Canuto comparou estas medidas com as que foram implementadas pelo ex-presidente Ronald Reagan, que, segundo ele, deram resultados muito positivos em termos de crescimento e renda, sendo melhores do que os registrados em anos anteriores e posteriores. O problema é que não há como saber se este pacote resultará em crescimento ou apenas aumento de inflação.
Mas uma coisa é certa: o Federal Reserve não terá escolha a não ser elevar os juros, afirma o diretor, o que pode se tornar o grande problema para os emergentes como o Brasil. A ideia principal é que o maior retorno com as taxas nos EUA irá atrair capitais para o país, tirando estes montantes de outras economias. Além disso, as políticas do republicano devem levar a um aumento no déficit na balança dos EUA, o que pode impulsionar Trump a ir adiante com as ameaças de protecionismo comercial.
“O problema é se Trump cair na tentação de estabelecer tarifas sobre importações chinesas, rever Nafta [tratado de livre comércio da América do Norte] e forçar braços da cadeia automobilística de volta aos EUA”, disse Canuto. “Isso é má notícia para os emergentes”. Para ele, isso irá prolongar a crise brasileira e aumentará o custo da recuperação do país.