Trump rompe com aliados sobre a Ucrânia na ONU e no G7

EUA votaram contra uma resolução apoiada pela Ucrânia na Assembleia Geral da ONU, que denuncia a “invasão em larga escala” de Moscou, ocorrida há três anos

Bloomberg

Os resultados da votação são exibidos durante a reunião da 11ª Sessão Especial de Emergência para a resolução preliminar na Assembleia Geral das Nações Unidas, no 3º aniversário da invasão russa à Ucrânia, na sede da ONU em Nova York, EUA, em 24 de fevereiro de 2025. REUTERS/Shannon Stapleton
Os resultados da votação são exibidos durante a reunião da 11ª Sessão Especial de Emergência para a resolução preliminar na Assembleia Geral das Nações Unidas, no 3º aniversário da invasão russa à Ucrânia, na sede da ONU em Nova York, EUA, em 24 de fevereiro de 2025. REUTERS/Shannon Stapleton

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O presidente Donald Trump aprofundou a divisão de Washington com seus aliados em relação à Ucrânia, retirando efetivamente o apoio à condenação da invasão russa de 2022, que os EUA haviam anteriormente endossado nas Nações Unidas e entre os países do G7.

Em Nova York, nesta segunda-feira (24), os EUA votaram contra uma resolução apoiada pela Ucrânia na Assembleia Geral da ONU, que denuncia a “invasão em larga escala” de Moscou, ocorrida há três anos. Em vez disso, os EUA propuseram uma alternativa mais curta que pede um “fim rápido” ao conflito, marcando uma reversão drástica da política americana sob o governo do presidente Joe Biden.

A resolução apoiada pela Ucrânia foi aprovada com 93 votos a favor, 18 contra e 65 abstenções. A resolução separada proposta pelos EUA também foi adotada.

Enquanto isso, o G7 enfrenta dificuldades para emitir uma declaração conjunta sobre a guerra, após os EUA se oporem à inclusão de uma linguagem que condena Moscou, semelhante às declarações anteriores do grupo, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

O debate público na ONU e as deliberações privadas no G7 destacam a clara ruptura da política dos EUA em relação ao pior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A administração Trump tem sido mais receptiva a políticas defendidas pelo presidente Vladimir Putin, incluindo barrar a entrada da Ucrânia na OTAN e manter os territórios capturados durante a guerra.

No G7, diplomatas tentavam desde a semana passada encontrar um compromisso, disseram as fontes. Washington também discordou de um apelo por mais sanções energéticas para pressionar Moscou a negociar uma paz duradoura. Os EUA ameaçaram retirar seu apoio a uma declaração conjunta, segundo as fontes, que falaram sob condição de anonimato. Os líderes realizaram uma ligação sobre o tema na segunda-feira.

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A administração Trump havia feito lobby junto a países na ONU para bloquear uma resolução ucraniana que condena a Rússia por sua guerra de agressão, pedindo que apoiassem, em vez disso, um texto americano que, segundo os EUA, traçaria um caminho para a paz, conforme relatado anteriormente pela Bloomberg.

A versão americana não condena a Rússia por sua invasão da Ucrânia, nem defende princípios como soberania e integridade territorial, que faziam parte de resoluções anteriores da ONU apoiadas por aliados. O texto lamenta “a trágica perda de vidas ao longo do conflito entre a Federação Russa e a Ucrânia” e “implora por um fim rápido ao conflito, além de instar por uma paz duradoura”.

A resolução dos EUA também foi adotada com emendas, incluindo uma alteração proposta pela França para descrever a guerra como “a invasão em larga escala da Ucrânia pela Federação Russa”, em vez da linguagem original proposta pelos EUA, que se referia ao conflito como “conflito Federação Russa-Ucrânia”.

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