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O mercado financeiro brasileiro segue atento aos desdobramentos econômicos globais nesta quinta-feira (23) após o dólar registrar uma queda expressiva, fechando abaixo de R$ 6 pela primeira vez desde dezembro do ano passado. A desvalorização da moeda americana foi impulsionada pela eliminação de prêmios de risco nas cotações, com investidores acionando ordens de stop loss, que são utilizadas para limitar perdas.
Esse movimento ocorreu em meio à percepção de que o novo governo dos Estados Unidos adotará uma postura mais moderada na implementação de tarifas sobre produtos estrangeiros, o que alivia preocupações sobre uma possível escalada protecionista.
Hoje, no Brasil, às 9h, o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne, podendo trazer sinalizações sobre a política monetária. Às 10h30, será divulgado o dado da Receita Tributária Federal referente ao mês de dezembro. Nos EUA, às 10h30, o Departamento de Trabalho publica os pedidos de seguro-desemprego semanais, um dado relevante para a avaliação do mercado de trabalho norte-americano e suas implicações para a política econômica do país. Às 13h, o presidente Donald Trump discursa no Fórum Econômico Mundial de Davos.
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O que vai mexer com o mercado nesta quinta
Agenda
O presidente Lula inicia sua agenda às 10h com uma reunião na Residência Oficial da Granja do Torto, onde receberá o Chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Marco Aurélio Marcola, e o Chefe do Gabinete Adjunto de Agenda, Oswaldo Malatesta. Às 15h, Lula participa de uma reunião com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), além do Secretário Especial de Análise Governamental da Casa Civil, Bruno Moretti.
Já Haddad tem reunião com o embaixador André Aranha Corrêa do Lago, presidente da 30ª Conferencia das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP30), às 11h.
Brasil
9h – Reunião do CMN
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10h30 – Receita Tributária Federal (dezembro)
EUA
10h30 – Pedidos por Seguro-Desemprego (semanal)
Zona do Euro
12h – Confiança do Consumidor (janeiro)
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Internacional
Novas ordens de Trump
Taxar a China
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou planos de impor tarifas à União Europeia (UE) e à China, a partir de fevereiro, com uma tarifa de 10% sobre produtos chineses. Trump afirmou que o fentanil, que é enviado da China para o México e Canadá, está por trás dessa medida, dada a sua contribuição para o aumento das mortes por overdose nos EUA. O presidente também criticou os desequilíbrios comerciais com a UE, dizendo que as tarifas são a única maneira de buscar justiça. Ele mencionou que a UE é prejudicial para os interesses econômicos dos EUA.
Forças Armadas
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As Forças Armadas dos EUA irão enviar 1.500 soldados adicionais para a fronteira com o México, se somando aos 2.200 já presentes. A medida segue um decreto de Trump, que declarou a imigração ilegal como emergência nacional. Trump ordenou que o Exército garantisse “controle operacional completo” da fronteira. Além disso, o uso de aeronaves militares para deportação está sendo considerado. A Guarda Costeira também reforçou a segurança nas áreas marítimas próximas ao Haiti, Cuba e México.
Encerramento do programa de diversidade
Funcionários federais envolvidos em programas de diversidade, equidade e inclusão (D.E.I.) foram colocados em licença remunerada após ordens executivas de Trump, que ordenou o fechamento de seus escritórios. As agências federais também foram instruídas a cancelar treinamentos relacionados ao D.E.I., rescindir contratos e remover sites e contas nas redes sociais vinculados a esses programas.
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Além disso, Trump revogou uma ordem da era dos direitos civis, que visava reduzir disparidades raciais ou de gênero em contratos federais, e ordenou que os contratantes dos EUA garantissem que suas iniciativas de diversidade estivessem em conformidade com a lei federal. As ações visam limitar as preferências de diversidade no governo federal e em empresas e organizações que recebam grandes doações.
Rússia
Trump afirmou que, se não houver um acordo para resolver o conflito entre Rússia e Ucrânia, ele não terá escolha a não ser impor altos impostos, tarifas e sanções sobre as exportações russas para os EUA. Trump afirmou que a guerra nunca teria começado se ele fosse presidente e destacou que, embora a solução fosse mais simples, a situação pode piorar se não for resolvida rapidamente.
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Temor europeu
Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), alertou que a Europa deve se preparar para tarifas comerciais do presidente dos EUA, Donald Trump, após críticas à União Europeia. Em entrevista no Fórum Econômico Mundial, ela afirmou que as medidas americanas serão “mais seletivas e focadas”, exigindo uma resposta estratégica da UE. Valdis Dombrovskis, comissário da Economia da UE, afirmou que a resposta será “proporcional”. Lagarde também questionou a eficácia das tarifas, sugerindo que a substituição de importações por produção interna levaria tempo. Ela ainda defendeu a criação de um mercado único mais eficiente na Europa.
Economia
Dólar perde força
O dólar fechou em queda na quarta-feira (22), atingindo R$ 5,94, o menor valor em mais de um mês, com a mínima do dia chegando a R$ 5,91. O principal fator para essa desvalorização foi o efeito Trump, com investidores aguardando as possíveis medidas do presidente dos Estados Unidos, incluindo a imposição de tarifas de importação à China, União Europeia, México e Canadá. Tais medidas, consideradas inflacionárias, podem continuar a afetar o valor do dólar durante o mandato republicano. O Ibovespa, índice da bolsa brasileira, apresenta oscilações devido a essa volatilidade na moeda norte-americana.
Fluxo cambial
O Brasil registrou um fluxo cambial total negativo de US$ 3,804 bilhões em janeiro até o dia 17, impactado tanto pela via financeira quanto pela comercial, conforme dados preliminares divulgados pelo Banco Central. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de US$ 2,127 bilhões, refletindo investimentos estrangeiros, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações. Já pelo canal comercial, o saldo foi negativo em US$ 1,677 bilhão. Na semana de 13 a 17 de janeiro, no entanto, o fluxo cambial total foi positivo em 806 milhões de dólares.
Pé de Meia
O Tribunal de Contas da União (TCU) manteve decisão cautelar do ministro Augusto Nardes que suspende a execução de R$ 6 bilhões do programa de apoio educacional Pé de Meia. Cerca de 3,9 milhões de estudantes de baixa renda matriculados em escolas públicas de ensino médio de todo o país recebem o apoio financeiro. A decisão foi tomada por unanimidade, mas cabe recurso.
Na última sexta-feira (19), Nardes já havia concedido uma decisão provisória para suspender os pagamentos, diante de uma ação proposta pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, do Ministério Público junto ao TCU (MPTCU), que alegou que os valores utilizados para o crédito do programa estavam fora do Orçamento. O alerta foi mantido pela área técnica do tribunal.
Renda fixa
Dezembro de 2024 marcou um recorde histórico no mercado de capitais, com R$ 99,4 bilhões em ofertas, o maior volume mensal desde o início da série histórica da Anbima em 2012. O ano consolidou-se como o melhor da história, com R$ 783,4 bilhões captados, sendo R$ 709,2 bilhões em títulos de renda fixa, especialmente debêntures, que dobraram em relação a 2023, atingindo R$ 473,66 bilhões. Os FIDCs também se destacaram, com crescimento de 86,1%, captando R$ 81,41 bilhões. A popularidade das debêntures incentivadas foi impulsionada por isenções fiscais. Além disso, as negociações de debêntures no mercado secundário aumentaram 59,2%. Apesar disso, o mercado de renda variável seguiu fraco, com R$ 25 bilhões captados em nove follow-ons.
Galeão
O Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, está previsto para ser leiloado com um lance mínimo entre R$ 900 milhões e R$ 1 bilhão, após um acordo entre o governo federal, o TCU e a concessionária RIOGaleão. A licitação está em andamento, mas em sigilo, e detalhes do acordo ainda não foram divulgados. O TCU, em colaboração com o Ministério de Portos e Aeroportos e a ANAC, está analisando o processo. O parecer final será submetido ao Ministério Público do TCU e aos ministros do tribunal. O Galeão é controlado pela Infraero (49%) e pela Changi (51%).
Política
Agradecimento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu ao Congresso Nacional, ontem, pelas leis aprovadas pelo Legislativo nos dois primeiros anos de seu terceiro mandato na Presidência, entre elas a reforma tributária. Em discurso durante cerimônia de assinatura de contrato de concessão da rodovia BR-381, em Minas Gerais, Lula disse ainda que nenhum outro presidente, nem mesmo ele em seus dois primeiros mandatos, conseguiu aprovar o que seu governo conseguiu no Legislativo nestes dois anos.
Senado
Na volta dos trabalhos legislativos em fevereiro, o Senado passará por um processo de reorganização, com a definição dos novos líderes das bancadas e blocos parlamentares. Os líderes, eleitos pelas próprias bancadas ou blocos, têm papel crucial na coordenação das ações no Senado, articulação de votações e defesa dos interesses de seus grupos. A liderança é fundamental para o funcionamento das comissões e para influenciar decisões no Plenário. Além disso, há a figura do líder da Maioria, da Minoria, do Governo, da Oposição e da Bancada Feminina, com essa última sendo uma novidade desde 2021. A liderança da Maioria é definida pelo bloco com a maior bancada, e a da Minoria, pela maior bancada de oposição. Esses arranjos podem impactar diretamente os rumos legislativos de 2025.
Baratear alimentos
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que o governo buscará medidas para reduzir os preços dos alimentos, com reuniões previstas entre os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda. Ele ressaltou que o aumento na inflação, especialmente nos alimentos, preocupa o governo, pois pode impactar a popularidade de Lula.
Segundo reportagem da CNN, o presidente Lula planeja reunir ministros na próxima segunda (27) para discutir soluções para baratear o preço dos alimentos no país.
Publicidade do governo
O ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, iniciará uma visita aos ministérios em busca de iniciativas e projetos que possam fortalecer a publicidade do governo no penúltimo ano do mandato do presidente Lula (PT), de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo.
Declarações de Zelensky
No Fórum Econômico Mundial em Davos, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que o Brasil, sob Lula, perdeu a oportunidade de mediar o conflito entre Ucrânia e Rússia. Zelensky declarou que “o trem do Brasil já passou”, criticando a postura de Lula, que sugeriu responsabilidades compartilhadas pela Ucrânia, EUA e UE no prolongamento da guerra. Mesmo com tentativas anteriores de mediar, Lula é visto como irrelevante nas negociações de paz. O presidente brasileiro mantém a defesa de uma solução diplomática.
Decisões da meta
O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou em audiência pública em Brasília que o Estado não se omitirá em relação às decisões da Meta sobre moderação de conteúdos, ressaltando a responsabilidade do governo em garantir a segurança também no ambiente digital. Messias destacou a importância das plataformas digitais como fonte de informação e afirmou que mudanças nas políticas da Meta afetam milhões de brasileiros.
Saque-aniversário do FGTS
O governo Lula decidiu postergar a discussão da proposta que acaba com o saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de acordo com fontes ouvidas pela CNN.
Corporativo
Petrobras (PETR4)
A plataforma Cidade de Angra dos Reis, pioneira na produção de grande capacidade nos campos de pré-sal da Bacia de Santos, terá sua vida útil estendida até 2030. A Petrobras (PETR4), maior acionista do consórcio responsável pelo Campo de Tupi, anunciou que firmou um aditivo ao contrato de afretamento da FPSO (Floating Production Storage and Offloading), permitindo adequações para aumentar a eficiência, confiabilidade e segurança das operações, além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A plataforma está em operação desde 2010 e tem capacidade para produzir mais de 50 mil barris de petróleo por dia. A extensão do contrato é parte do plano da Petrobras para expandir suas operações no pré-sal, que já representa mais de 70% da produção nacional.
(Com Reuters)